terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Papai Noel Canastrão

- Natal é uma merda... Ai, lá vem.
- Papai Noel! Papai Noel!
- Hm.
- Papai Noel! Papai Noel!
- Fala.
- PAPAI NOEEEEEEEEEEEEEEELLLL!
- FALA, PORRA. Tá. Primeiro troca de perna. Vai pra outra perna.
- PAPAI NO...
- VAI PRA OUTRA PERNA. Essa aí já tá dormente, gordo.
- Ah. Papai Noel...
- Fala, guri.
- Eu quero muito uma coisa de Natal, sabe?
- Hã. Fala logo.
- Eu quero muito uma coisa. Não é uma coisa muito fácil.
- O que, hein? Vamo, daqui a pouco essa perna vai ficar dormente também.
- Eu quero a PAZ MUNDIAL.
- HEIN?
- A paz... mundial?
- RÁ! Caralho... Certo. Só isso? O que mais?
- Vem numa caixa?
- O quê?
- A paz mundial. Vem numa caixa?
- Vem, vem. Vou colocar numa caixa e aí te mando. Vou embrulhar com papel higiênico perfumado cor-de-rosa, pra disfarçar o cheiro de merda. Mais alguma coisa?
- Não, só isso tá bom...
- SÓ ISSO! Ai, que bosta... Próximo!
- Papai Noel, eu queria a casa da Barbie!
- A casa da Barbie? Tu é viado, por acaso?
- Não, é pra minha irmã.
- Ué, porra. E pra ti?
- Pra mim não precisa nada, não... Eu sou feliz com o que eu tenho!
- Puta que pariu. O gordo quer paz mundial. O viado quer a casa da Barbie pra irmã. E tu, pequenina?
- Eu quero um cachorrinho!
- Melhorou. Não é presente de viado, nem de utopista de merda! Um cachorrinho, minha filha? Que raça?
- Um daqueles ali, da lanchonete. O mendigo ali da frente do shopping tá com fome, não come nada há muitos dias...

domingo, 19 de dezembro de 2010

Facebooquiando

Como eu ando meio sem assunto, segue diálogo que aconteceu há pouco no Facebook, devidamente editado.

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- Pelo menos teve churrasco. Mas é pagode. Lindo! - eu, pra variar, reclamando da trilha sonora.

- Pra esses momentos, eu faço um exercício de meditação infalível, me jogo via-imaginação pra Grécia... Eu, o mar Adriático, um iate, um dry martini e um marinheiro grego... Daí eu sorrio.

- Hehehe. Mas o churrasco tava bom! Só tô sacaneando.

- Ok, então não precisa ir pra Grécia. Só se imagina no melhor show da sua vida. Aquele, em que você - VOCÊ, porque o melhor show da minha vida certamente não foi assim - ficou sacudindo a cabeleira e cantou feito um urso arrotando. E chorou. Da próxima vez que rolar um pagodão, volta pro show preferido. Agora, ainda não descobri solução pro pancadão. Não tem show, não tem Grécia, não tem meditação, cabala, benevolência. A vontade é de fazer o remake de Um Dia de Fúria. Sem dó.

- Em relação ao pancadão, bem-vinda ao meu mundo. Não consigo fazer diferente. Não sei ficar alheio a qualquer música que me irrite, sabe? Não dá.

- Menino irritadinho...

- Velho, né? Será uma DÁDIVA para o mundo se eu NÃO chegar aos 70 anos. Imagina.

- Até aí, Leandro, cronologicamente, eu sou mais velha que você. O seu problema é se entender velho e daí ficar cheio de manias e não-me-toques. Daqui a pouco vai dizer que toma seu chá todos os dias às oito e se não tomar, pira. Do jeito que tá, você JÁ TEM 70 anos, gato.

- Agora, por exemplo. Tô puto pq derramei amaciante na minha lavadora e a roupa tá sendo lavada e tá um FEDOR DO CARALHO A AMACIANTE NO APÊ TODO. hehehehe... Já diria a minha avó, "PELO MENOS É MELHOR QUE O CHEIRO DO TEU RABO!!!"... Isso vovó diz quando toma BANHO de perfume francês, dado por mâmis, e a gente reclama.

- Adorei a sua avó. Quem você pensa que é, seu narizinho sensível, pra se reclamar do perfume da sua avó? Tá louco?

- A vó é filha de português. Ela tem pérolas desbocadas como VÁ CAGAR E TOREAR MERDA. Não, não me pergunte o que isso significa. E TENTA andar com ela no teu carro quando ela toma banho de perfume, tenta!!!

- Obviamente, você não conhece a minha mãe. Desbocada, mandona e, sobretudo, o nosso Sol. Daí, conhecendo a sua avó ou não, e sendo mulher, eu sei que nunca é aceitável reclamar do perfume de uma de nossa categoria. Quer que eu mande o manual por correio?

- Rá! Isso não é o pior, moça. O pior foi quando eu perguntei pra uma namorada, muito tempo atrás, se o perfume que eu tinha dado pra ela era igual ao de uma amiga nossa. Ela disse que sim, e eu falei, "ué, mas eu achei o perfume dela bem melhor". Então a ex disse "PERFUMES MUDAM O CHEIRO CONFORME A PESSOA, LEANDRO..."

- Ok, estou fazendo um levantamento aqui, acho que vou mandar de presente pra você alguns manuais. Talvez a coleção completa.

- Manda mesmo. Por favor. Me manda um manual que me faça adquirir os poderes do MEL GIBSON em "Do que as Mulheres Gostam"...

- Leandroooo, aquilo é ficção.

- SÉRIO? Que merda. Eu tava achando que era plausível.

- Fora isso, não suponho que você se proponha a fazer depilação, usar extrator de cravos, esmalte vermelho, mousse de cabelo pra extra-volume e um soutien de bojo bolha. Além da meia de nylon. Né?

- Olha, se fosse garantido que aquele raio fosse me fazer ler os pensamentos de vocês, eu certamente propor-me-ia à depilação, extrator de cravos, etc... :P

- Lelê... amiguinho idoso... você não quer de verdade saber o que a gente pensa. Mulher é podre.

- Ah, quero saber, sim. Mulher é podre? Pq q a gente gosta tanto? Ah, os feromônios, esses filhadumasputa... Bah. Só pode. Malditos feromônios.

- Ué, homem também é podre. Num outro nível, menos refinado e cruel, mais ogro. Mas é. E a gente também gosta. Vocês meninos são muito bonitinhos. E isso salva vocês e a humanidades. Senão a gente comia e matava. Nessa ordem. E é isso mesmo que você entendeu.

- Hahahaha! Bem. Prefiro as mulheres. Vocês são mais cheirosas. *FEROMÔNIOS* As moças não acreditam - ou se fazem de modestas - quando eu as chamo de cheirosas, mesmo que estejam sem usar perfume. AH, OS FEROMÔNIOS... Adoro ver mulher acordando, pela manhã. É nessa hora que a gente vê quem é bonita e cheirosa mesmo.

- Eu vou montar um mini-curso. Leandro, esse comentário é creepy!

- Creepy, coisa nenhuma! Sem produções, sem perfumes. A VERDADE NUA E CRUA.

- Creepy: você acorda e dá de cara com o psicopata te encarando. Sai de mim!

- Feromônios existem, mas existe também hidratante Johnson, que faz muita diferença. - outra amiga adentra o papo.

- Tá. Hidratante Johnson faz diferença, mas a mulher que é cheirosa é cheirosa de qualquer jeito. Beleza. Isso não reflete a minha posição, mas aconteceu: um amigo ficou com uma francesa, fez sexo com a moça e, no dia seguinte, ela sugeriu um segundo round. Ele sugeriu um BANHO antes e ela "não. Agora eu quero sentir o TEU cheiro, não o do sabonete!!"

domingo, 12 de dezembro de 2010

Sorte minha: eu não posso engravidar. Dizem que os desejos gastronômicos (ou quase-gastronômicos) advindos da gravidez são tão enlouquecidamente irresistíveis que, se eu engravidasse, talvez meus desejos gordísticos seriam devaneios impossíveis de serem realizados... Algo como, vai saber, uma pizza gigante de carne de esquimó...

...

Tá, posso ter exagerado, mas deu pra entender, né?

Acontece que eu saí da fase "desejos por bolo" e entrei na fase "desejos por sorvete". Bichice, né? Mas o que que eu vou fazer? Ora... vou comer sorvete!

Minha fase deve ter mudado (de bolo pra sorvete) com a vinda do calor. Estava eu me babando durante a semana toda por um sorvete. Mas esse desejo não deve ser tão desejo assim, uma vez que eu ESQUECI de comprar sorvete na primeira vez que fui ao supermercado nesta semana. Pois ontem comprei. Como eu estava meio mal na noite de sexta, deixei pra SORVER o sorvete só hoje.

E tô puto por causa disto: não comprem sorvetes da Nestlé!! Paguei 16 pila pra sorver esse monte de GELO com gostinho de chocolate/morango/creme... Que porcaria.

Ainda sobre desejos, tenho que contar o de uma amiga minha. Quando ela estava grávida de sua filha, tinha um desejo deveras, ahn... PECULIAR. MASTIGAR BAGANAS DE CIGARRO.

Bonito, né? Era alguém fumar perto dela, jogar a bagana fora e ela ia lá, no chão ou no cinzeiro, catava a bagana, colocava na boca e mastigava. Deve ser sido muito bom pro nenê. A justificativa:

- Mas, Leandro... Desejo é desejo, a gente não controla!

Imagina se eu ficasse grávido.

(Ok, prometo um post mais "macho" na próxima vez. Ou não.)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Em Casa

Hoje é feriado. Não me pergunte qual. Só sei que estou em casa enquanto o resto está trabalhando. Quero dizer... "o resto", no caso, não é todo mundo, não, porque, olha, vírgula (tem vírgula demais nessa frase, então coloquei uma por extenso, só pra completar), como tem gente desocupada nesse mundo...

Eu gosto de feriados assim: só eu não trabalho, e o resto me serve. Lindo. Tá tudo aberto. Fui à loja de departamentos pela manhã, achando que estaria vazia. Ledo engano. Ledíssimo. Um bando de desocupados como eu lotava o estacionamento. Um bando formado principalmente por mulheres, diga-se de passagem.

O que elas fazem? Acho que gastam dinheiro dos outros. Estamos em 2010 e isso ainda acontece. Bem, de repente é só preconceito meu... vai que é feriado pra elas também.

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Se eu disser que não sei o que é Wikileaks alguém vai me bater? Ou vai me bater por eu nem sequer dar uma "googlada" básica pra ver o que é?

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Tô tuitando de novo. Culpa do meu iPhone. Ele é lindo. É lindo. Agora eu não preciso de mais ninguém, pois eu tenho um iPhone. Tá, mentira. Mas a próxima pretendente não pode ter ciúmes do iPhone. Se ela tiver um, quem sabe, DAR-NOS-EMOS melhor ainda.

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MEUS CLICHÊS REDACIONAIS NESTE POST:
1) "quero dizer";
2) vírgula por extenso;
3) "lindo";
4) "ledo engano. Ledíssimo";
5) mesóclise metida a besta.

Tenho que encontrar outros vícios e/ou me livrar desses. Ou não, né? Vai que resolvem mandar meus textos por email, sob a falsa autoria de um Verissimo ou de um Jabor e, com meus vícios, seria fácil identificar a mim mesmo enquanto pessoa individual como autor! (Hm. Empáfia não é o meu forte. Chega.)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Trânsito?

Uma vez eu mandei uma carta ao, à época, futuro Prefeito Municipal de Pelotas (tá aqui, ó). Eu pedia, na carta, que ele parasse de gastar dinheiro público com a pintura das faixas de segurança nesta cidade.

Agora o que eu peço ao Prefeito é PACIÊNCIA. Dai-me paciência, senhor. Por favor. Porque o trânsito está cada vez pior. Esse povo é muito mal educado. E não é culpa sua, Sr. Prefeito, porque o senhor não "educou" o pelotense para o trânsito.

Algumas medidas devem ser tomadas, mas a falta de educação é tamanha, que eu sinceramente não sei se há uma saída, sabe? Só me resta, então, relaxar e gozar. Sim, pois se eu não fizer isso, se eu não tiver paciência, eu vou me estressar demais.

Outro dia eu estava TENTANDO atravessar a rua, em cima da faixa de segurança, e NENHUM carro parava. Uma das duas filas começou a andar devagar... Quando eu vi, um senhor de seus 70 anos de idade e seu carrão importado vinham em velocidade de CÁGADO atrapalhando os outros carros.

E eu esperando um momento para atravessar a rua. E não é que o senhor para BEM EM CIMA da faixa de segurança, baixa o vidro e pergunta:

- Olá... O senhor é de Pelotas?

Eu, pessoa sem paciência, respondi pacifica e gentilmente:

- SOU, SIM, E O SENHOR ESTÁ ATRAPALHANDO O TRÂNSITO! ANDE!!!

O velho muda sua fisionomia para uma mais desgostosa e, cheio de razão, retruca:

- ORA, MAS ME DESCULPE, VIU? Eu só queria uma informação!!!

- ANDE!

Dai-me paciência.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Vai começar tudo de novo...

- Tenho uma moça pra te apresentar!
- Opa! Tamos aí. Que tal?
- Que tal o quê?
- Tipo assim... É bonita?
- Olha, PRA FEIA NÃO SERVE...
- Hm. Legal.
- Ela pinta os cabelos com aquele loiro bem, beeem branco, sabe?
- Hm. Linda!
- E faz bronzeamento artificial.
- Bronz... Hm. Tá, quantos anos ela tem?
- Trinta e cinco!
- Certo... E o que ela faz da vida?
- Como assim, "o que ela faz da vida"?
- Ahn... Assim assim, ó. O que... ela... faz... da... vida? Faz o que da vida?
- Se tu tá perguntando sobre faculdade, ela não terminou ainda.
- Tá. E trabalha com...?
- Com nada.
- Hein? Nada.
- Nada. Ela não faz nada.
- Trinta e cinco anos de idade, não terminou a faculdade AINDA e não faz NADA.
- Nada.
- ABSOLUTAMENTE NADA?
- É...
- Olha, o meu salário mal dá pra mim, tá? Acho que não dá pra mais ninguém.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

(Vamos mudar os nomes das protagonistas da história para garantir a INCOLUMIDADE de suas identidades. Incolumidade é uma palavra bonita. É o que eu acho. Assim como INOLVIDÁVEL. Ambas começam com "I", caso você ainda não tenha notado. Estranhamente, devo dizer, minha letra favorita para começar frases e/ou parágrafos é a letra "E", que, fora do Rio Grande do Sul - penso - é chamada de "É", com acento agudo. Eu gosto de chamá-la de "Ê", com o acento circunflexo, que é o popular "chapeuzinho". Diminutivos como "chapeuzinho", diga-se, me fazem lembrar daquelas pessoas que não curtem muito tirar o acento da palavra original quando ela fica flexionada - minha nossa senhora... "flexionada"? - no diminutivo, como "pé". O cidadão vai lá e escreve, numa boa, "PÉZINHO", desconsiderando completamente a sílaba tônica. Tá. Chega. Vamo pra história, que é curta, e a gente inventou este parêntese maluco só pra fazer a coisa render. Vamo lá. Vamo. Tá. Agora. Hmmmm... Agora, não. Ainda não. Vamos ficar mais um pouquinho no parêntese maluco. Deixa eu ver. Ahnnnn... Ah, lembrei. Não. Esqueci. Chega.)

- Alô, Jéssica?
- Fala, Agostinha.
- Só pra te dizer uma coisa...
- O quê?
- Eu tô de pijama agora. São nove da manhã e eu tô de PI-JA-MA.
- Vaca escabrosa, remelenta, filha duma égua, desgraçada, tu tem pelo no dedão do pé, vai pra puta que te pariu, vai!
- RÁ, RÁ, RÁÁÁ... Tô de pijaminhaaa... Tô de férias! Vai trabalhar, vai, amiga!
- Tu vai ver uma coisa quando tu voltar, sua vaca!

E no outro dia a Agostinha pegou um gripão e não saiu mais da cama por uma semana. A Jéssica sai de férias no mês que vem.

sábado, 27 de novembro de 2010

Agora aqui em Pelotas eu tenho visto muitas farmácia utilizando o serviço de uns caras que eu só posso chamar de ANIMADORES DE FARMÁCIA.

São uns bonecos de posto de gasolina de carne e osso. Ficam em frente à farmácia, no centro. E eles falam, pasmem. Alguns têm alto-falantes, mesmo que isso não tenha mais hífen. E eu não suporto o que eles falam.

Porque... tipo assim... PORRA, animadores de farmácia? O que eles vão dizer de bom?

- Venha, minha senhora... A senhora tá com o quê? Osteoporose? QUE BOM! Aqui temos o seu remédio! Ah, não é osteoporose, é alzheimer? MELHOR AINDA! Cinquenta por cento de desconto! Venha, venha!

- O senhor tá com cara de quem tá gripado... Ora, como não? Tá gripado, sim! Olha o ranho aí, descendo por esse nariz! Tá gripado, e o paracetamol na nossa farmácia tá facinho, facinho de comprar!!

- Ahááá... vai transar, meu filho? Vai? Nós temos a camisinha! Ah, não vai? Mas por quê? A sua namorada tá com vergonha? Ora, mas que bobagem! E... vai um KY aí? Nós também temos!

sábado, 30 de outubro de 2010

A tia Conchita, minha antepassada, me disseram, uma vez estava no teatro vendo um filme - sim, eles passavam filmes no teatro por aqui. Por aqui e em vários lugares, naqueles tempos, acho eu - quando começou a gritar:

- FOGO! FOGO!

Todo mundo entrou em pânico, mas um senhor notou que era alarme falso:

- Não, minha senhora... É do filme! Tem fogo no filme!

Então a tia Conchita disse:

- Meu senhor, não interessa... FOGO É FOGO!

(Era isso. Tô meio sem ideias pra escrever, e meu irmão, vejam só, não permite que eu "escreva só por escrever.)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Oi, blog. Tudo bem?

Olá, blog meu, pelo qual nada paguei, mas que chamo de meu, mas que, na verdade, pertence à Google.

AO Google? O Google é homem ou mulher? Seria ele, ela, A Google? A empresa? E quando alguém acessa o Google, o que ela está a acessar? O sistema de busca? E a empresa que mantém - e controla - isso tudo? Acho que ela é "ela". Então vamos chamá-la de ela, já que ELAS controlam o mundo.

Elas controlam o mundo, minha gente, e não há nada que possamos fazer contra isso. Resistência é fútil. Resistência é ridícula. Elas controlam, elas mandam, e não temos muito o que fazer.

Hm. Oi, blog, Google, e as mulheres - se vocês não estavam entendendo o que eu estava querendo dizer - mandam no mundo. Boa divergência pra assuntos que não têm muito a ver uns com os outros.

Eu sou campeão de fazer isso. Às vezes eu começo a contar uma história e acabo derrapando em assuntos aleatórios, que não tinham muito a ver com a trama inicial. Meus parágrafos, aliás, ficam meio doidos, quase esquizofrênicos, devido a essa divergência senil. Começo contando sobre o café na casa da minha sogra e acabo chegando a Física Quântica, sei lá - isso, claro, se eu entendesse do assunto! Só resolvi dar um exemplo maluco, muito maluco mesmo.

Ahhnnn... Tá. Até agora eu digitei vários caracteres e não disse coisa com coisa. Vamos direto ao ponto, então.

Oi, blog. Tudo bem? Marquei um gol hoje. Foi pra ti, blog. Foi pra ti. Em tua homenagem. Mantive minha média de um gol por jogo. Não é pra qualquer um. Vai lá ver se o Ronaldo gordo tem uma média assim, vai!

Tá. Chega. Tá difícil escrever algo que preste.

domingo, 10 de outubro de 2010

E é verdade que a vida imita os filmes - não, não é o contrário. Ontem fiquei sabendo de uma história que só pode ter saído de um roteiro de filme de comédia.

A moça estava em Paris, acompanhada de sua mãe e irmã, comendo um daqueles tradicionais crepes franceses que, pasmem, na França são chamados apenas de "crepes". E aqueles crepes, eu sei lá, têm aquele gosto sensacional por causa dos ingredientes usados pelos franceses: o queijo é sensacional, entre outras coisas, mas o grande diferencial, acho eu, é o fato de que a mesma pessoa que joga a massa em cima da chapa quente, pega um punhado de queijo/presunto/salsicha/etc. com a mão, mistura tudo muito bem, pega o teu dinheiro, abre uma gaveta, procura o troco, pega o troco, dobra a massa bem e faz aquela panquecona recheadíssima, coloca tudo dentro de um papel e te dá o crepe...

...tudo isso sem lavar as mãos, sem uma luva...

Não, não estou avacalhando! É sensacional, ponto final. Esse deve ser o diferencial.

Pois bem. Estava a moça desfrutando um desses maravilhosos crepes na rua quando morde algo não tão maravilhoso e seu dente QUEBRA.

- Ai! Quebrei meu dente!

- Hein? - a mãe fica preocupada - Você quebrou um dente?

- E agora, o que vamos fazer???

- Eu que pergunto! Estamos na França! Onde vou achar dentista aqui?? Cadê o dente?

- Tá aqui, ó... - a moça levanta o dente para mostrar para sua mãe e, nesse momento, UMA POMBA VEM VOANDO E ROUBA O DENTE, PENSANDO QUE AQUILO ERA UM PÃOZINHO.

Devaneios sobre o assunto levaram a corja que escutava tal história ser contada a chegar à seguinte conclusão: aquela devia ser a pomba da FADA DOS DENTES, que mora em Paris. Se a moça em questão tivesse esperado mais um pouco, a pomba certamente traria uma moeda, logo depois de ter levado o dente.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O véio agora tem acordado todos os dias pra mijar às SEIS E QUINZE DA MANHÃ.

Todos os dias. Hoje, por exemplo, não consegui pegar no sono depois. Eu só precisava acordar às sete e meia, mas não consegui dormir.

Agora eu pergunto: por que, minha gente, por que às seis e quinze? O que leva minha bexiga a atingir sua lotação completa bem nesse horário? Por que, hein?

Eu nunca mais vou beber.

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Não recomendo o último filme com a Jennifer Aniston. Acabei de ver. PASME: o título é "blablablá DO AMOR". Não lembro o início do título, mas tem "DO AMOR". Os filmes que trazem essa atriz como protagonista SEMPRE têm esse título (tá, nem sempre. Mas deixa eu ser chato e resmungão, deixa??? Eu gosto de ser assim.). Parece música do Whitesnake.

Ah, lembrei. COINCIDÊNCIAS DO AMOR. E o título original é THE SWITCH. A TROCA. Não conhece a sinopse? Pois bem: um cara ama a Jennifer Aniston, que resolveu ser mãe solteira e vai fazer inseminação artificial. Por acidente, o cara TROCA O ESPERMA doado para a inseminação pelo dele.

COINCIDÊNCIAS do amor. Tudo a ver. "É, o amor tem dessas coincidências... de vez em quando o esperma é trocado..."

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Por falar em sinopses, eu conheço um cara que não viu nenhum filme durante sua infância/adolescência/vida adulta jovem. Pelo menos não os considerados importantes. O pessoal fez uma lista de vários filmes pra que ele colocasse tudo em dia, e, nessa lista, estava Do Que as Mulheres Gostam, com o Mel Gibson.

Num dia ele chegou esbravejando, xingando todo mundo, dizendo que viu o filme acima e que o filme era uma merda... Todos perguntaram o porquê e ele só esbravejava, dizendo que parou o DVD no meio, de tão ruim.

- Tá, mas até que parte tu viu?
- Ah, sei lá. Ele tava lá, trabalhando na agência de publicidade.
- Sim, mas ele já tinha levado o choque na banheira?
- Choque na banheira?
- Sim, o acidente que faz com que ele escute os pensamentos das mulheres!
- ELE ESCUTA OS PENSAMENTOS DAS MULHERES??

Se esse amigo fosse escrever a sinopse de Do Que as Mulheres Gostam, ela seria:

"MEL GIBSON É UM PUBLICITÁRIO MULHERENGO E FANFARRÃO."

Ponto.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Eu raramente passo um dia sem falar mal de quem inventou a Língua Portuguesa. É uma língua impossível. Ninguém sabe falar Português corretamente. Escrever, então, pior ainda. Além de não sabermos falar direito, quem consegue ao menos fingir que sabe é tido como nojento e metido pelos outros.

Aqui onde eu moro é mais difícil ainda. Como falamos “tu” em vez de “você”, a gramática e a ortografia têm de estar em dia. Usar o “tu” é muito mais difícil! A alternativa – errada! – encontrada pelo povo daqui é usar, em vez do indicativo, o subjuntivo:

- E aí? A que horas chegasse ontem?

Como assim, “chegasse”? É horrível! Mas é o que a maioria das pessoas diz. Só que se essa pessoa falar corretamente, acaba sendo avacalhada pelos outros:

- E aí? A que horas chegaste ontem?

“Convencido”, no mínimo, é o que vão pensar. E pensam mesmo.

Eu diariamente surro a língua que o Seu Manoel Joaquim inventou. Tenho sérios problemas em falar os plurais. Qualquer plural. “Vamo pegá os pão lá na padaria?” Barbaridade. É triste, mas é verdade. Às vezes eu me surpreendo com as porcarias que eu digo.

Comprar pão francês é um problemão. Pão francês, entre nós, gaúchos, é conhecido como cacetinho (certo, certo. Poupem-me das piadas...). Falar “cacetinho” é dose. É viadagem demais dizer isso aí. Mas falar “pão francês” também é ruim! Depois que eu comecei a notar a minha deficiência com os plurais, tenho vergonha de pedir “dez pão francês” na padaria! E falar “dez pães franceses” é viadagem maior ainda. Parece coisa de gente letrada, metida, convencida... Fica sibilante demais! “Dezzz pãessss francesessssss...” É praticamente uma cobra pedindo pão.

Falar errado, aliás, além de não parecer coisa de gente convencida, é sempre engraçado. E como é. Hei de elencar exemplos. Todo mundo tem os seus, cá estão os que eu conheço:

O ex-capataz da fazenda de uma amiga, que afirmava ter “sulerado, sulerado, mas o extrator não tinha saído da lama”.

Na escolinha a professora explicava para a turma que os verbos só terminam em “AR”, “ER” e “IR”. Então um guri perguntou: “professora, e o verbo ‘pôr’?”... A professora explicou o porquê de tal verbo terminar em “OR” e o menino, não satisfeito com a resposta, perguntou “e o verbo motor?”.

O pai de um conhecido, que gostava muito daquele doce, o realberto (sim, apenas uma palavra. Para quem não conhece, o doce chama-se Rei Alberto). Ele ainda afirmava que “nós samos daqui desta cidade”, ou então confirmava o churrasco do dia seguinte com “não te preocupa! Amanhã nós fizemo o churras ao meio-dia!”. Quando não ia com a cara de alguém, fazia questão de dizer que aquela pessoa era antepática.

A tia de um conhecido, que em um churrasco não gostou de ver a criançada brincando de pega-pega logo depois de ter comido. E ainda por cima estavam expostos ao sol! Indignada, gritou: “guris! Saiam do sol! Porque senão vocês vão ter uma combustão!!” – ela tinha razão. Vai que algum deles solta uma bufa daquelas perigosas e acaba explodindo.

A mãe de uma colega, que chamava a sobrinha: “Jennifon, vem cá, menina!”. Chamava também o sobrinho: “diz pro Dongras vir também!”. Ela era frequentadora assídua do boteco da esquina, e quando lá chegava nem precisava perder tempo pedindo. “Chego no bar e o hômi já sabe o que eu quero: um pastel e a minha cerveja Trática!” E os calores trazidos pela idade, os quais a incomodavam durante o dia inteiro? “Ah, minha filha, a véia tá suando por causa da nonopóse.” Mas onde o Bin Laden atirou aqueles aviões no 11 de setembro? “Em Novonhórque, meu filho.” “Menina, nem te digo... Sabe o safado do Joãozinho? Ele não quer mais saber de trabalhar. Virou vagabundo! Só tá encostado na Marileuza, mulher dele! Tá igual a um jongolô.”

A sogra de uma amiga minha gosta muito de passar as férias em Balneário Canguru. Sempre que vai até lá, faz questão de dar uma esticada até Brumenal. Sua casa de Brumenal é uma lindeza, o piso é todo de taubão.

Outra senhora, que avisava os filhos quando iam à praia: “não se esqueçam das planchas de surfe!” Os filhos a corrigiam, dizendo que o correto era “prancha”, e ela diferenciava: “não, não. ‘Plancha’ de isopor; ‘prancha’ é a normal!”

O pior foi que outro dia eu bati pé, dizendo que “plancha” não existia. Alguém me falou que usava a tal da rede de plancha para pescar. Discuti, tentei corrigir, fui ao dicionário e vi que “plancha” existe, sim, assim como “enchova”. É horrível, mas é o outro nome daquele peixe, a anchova.

E a senhora das planchas, para chegar à praia, fazia a travessia de lancha no canal para chegar à cidade de São José do Norte. Pegava a lancha lá naquela que chamava de rodoviária das lancha (sim, sem plural, pra não soar pernóstico). Quando na praia, gostava muito de comer um filé de camarão (deve ser um filé bem pequenino...). E o sobrinho dela, que gostava muito de mergulhar, e passava o tempo inteiro submisso n’água? Esse sobrinho também tocava guitarra, e ficava horas e horas lendo os cifrão das música.

Os mais velhos – e isso não é uma crítica, é uma homenagem – usavam (alguns ainda usam!) termos engraçadíssimos atualmente, como os slacks. Meu avô chamava suas calças assim. Outro termo sensacional é o carpim. De vez em quando eu pego alguém se referindo às meias dessa forma. Carro de praça era outro campeão... Coisa muito boa era o aportuguesamento de termos originalmente falados em Inglês, como os filmes de gangéster, os de farveste do Jôn Vâine e os desenhos do marinheiro Popêi, aquele que comia espinafre.

A filha de um colega nasceu e foi decidido pela mãe que a menina chamar-se-ia Bárbara. Entretanto, aconteceu um imprevisto: a avó materna da criança simplesmente não conseguia pronunciar esse nome. Chamava a neta de Barba. Mãe e pai trocaram o nome da filha para Ana – acho que esse ela consegue dizer.

A dona de uma confeitaria, ao anotar o pedido de uma cliente, comunicou:

- Então a entrega do que a senhora pediu fica para amanhã, dona... Qual é o seu nome, mesmo?

A freguesa respondeu:

- É Corina.

A confeiteira anotou “Orina”. Mas resolveu perguntar outra vez.

- Como é?

- Corina.

- Ok. Entendido – e anotou “Orina” novamente.

Por falar em “orina”, um colega meu reclamava muito do verão, pois não suportava transpirar o dia inteiro. “Dia quente é dose pra elefante... Eu sôo demais!” Outro colega riu, chamando aquele de burro, e disse “sôo? Tu levantas o braço e sai barulho do teu sovaco, é isso? Mas, falando sério, isso é até bom, pois se tu transpiras demais tu orinas menos!”...

O Orina aí, aliás, tem um amigo cujo restaurante preferido é aquele que fica na esquina de sua casa e serve um rodeio de pizzas de dar água na boca.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

- Esse aí nunca me contou nada sobre os relacionamentos anteriores dele! - disse uma amiga, apontando pro marido. Isso foi no último sábado.

- Bem, mas por que diabos ele teria que contar?? - perguntei.

- Porque sim!

- Mas é passado! Ele fez alguma coisa pervertida? Matou alguém? Sei lá, se ele não saiu dos chamados "níveis normais de normalidade enquanto pessoa normal individual humana", qual é o problema?

- Eu quero saber! Eu acho que a gente tem que dizer tudo um pro outro.

- Sim, o meu namorado resolveu compartilhar comigo uma dessas informações, sabe? - outra amiga entrou no papo.

- O que ele fez?

- A gente tava no carro e, quando passávamos por determinado edifício, ele disse: "sabe... uma ex minha mora aí..." Ah, vai pra puta que pariu, né? Ficou olhando pro edifício e me disse uma merda dessas! Então eu falei "tá, tu ficou lembrando que tu comia essa guria nesse edifício e aí tu resolveu me fornecer tal informação? Vai tomar no teu rabo!"...

- Sim, sim! Muito bom! - falei - Imagina ela fazendo o contrário. Passam os dois por um edifício e ela fala "ó, tá vendo esse edifício ali? Dei, e beeeeem daaaado, pra um cara ali..."

Informação demais, minha gente. Informação demais.

sábado, 18 de setembro de 2010

As Aventuras na Casa da Vovó

Olá. Como tenho feito ultimamente, quando venho à casa de vovó eu mando algumas informações sobre a visita.

Se você ainda não comeu o feijão feito por minha avó, você não sabe o que é feijão.

Imagine o melhor feijão de todos, aquele, inesquecível, tipo "puxa vida, o feijão da Tia Jurema... Aquilo é que era feijão"... NAH. ESQUEÇA. Não é melhor do que o feijão da minha vó.

Não, não discuta comigo. Isto não está aberto a discussão. (Ó, a vó acaba de entrar na sala e perguntar se eu não quero um pedacinho de bolo. CLARO que eu quero.) O feijão da minha vó é o melhor do mundo e ponto final. NÃO! NÃO É PRA TEIMAR COMIGO.

Pois já combinei com a véia: amanhã eu vou comprar um quilo de feijão e ela vai cozinhá-lo e eu vou levar tudo pra casa, pra congelar e ter esse sensacional feijão FOREVER comigo. TUDO. EM CASA.

Nem sei se vou comer. Acho que só vou ficar admirando.

Nah. Vovó vai me mandar comer o feijão. "Por que não podes comer?? Tu tá ficando muito magro, meu filho!" - sim, ela já me disse isso hoje. Deve ser por causa da barba. A barba tá me deixando mui magro. Ahã.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ia eu, caminhando na chuva, para o trabalho. Era ontem, segunda-feira. O tempo fechado enfeiava a manhã.

Entretanto, segundas-feiras são, atualmente, dias felizes. Fica a dica: marque um joguinho de futebol nas segundas à noite e seu dia melhorará. É sério. Segunda-feira da semana que vem, por exemplo, é feriado no Rio Grande do Sul. Eu quase - eu disse QUASE - fiquei triste ao constatar, ontem, que segunda que vem será feriado. Porque não haverá futebol, oras!

Pois bem. Estava eu caminhando na chuva, assobiando minha canção favorita daquele momento, quando passei por duas moças que estavam paradas em frente a uma loja - provavelmente eram funcionárias da loja e estavam esperando o estabelecimento abrir. Uma olha para a outra e, quando eu passo, fala:

- Que nojo ver gente sorrindo e assobiando numa segunda-feira, de manhã, na chuva!

Vai marcar um futebolzinho, minha filha. Melhora.

domingo, 12 de setembro de 2010

Do "livro".

Eu acho muito estranho quando as pessoas ficam de frescura na casa dos outros. Não gostam de incomodar. Mesmo quando é visível que o dono da casa tem prazer em receber, em agradar as visitas, tem gente que não quer aceitar um mísero grãozinho de arroz, só para não incomodar.

Já ouvi falar em mães mais antigas que mandavam seus filhos comerem em casa antes de irem a festas na casa dos outros, para não passarem vergonha. Ora, pobres crianças!

Presenciei diálogos memoráveis como:

- Fulano, aceita alguma coisa?
- Não, obrigado.
- Nem uma aguinha?
- Não, não quero nada, valeu.
- Ahhhh... Tá. Diz: o que tu come em casa?
- Olha, em casa eu gosto de pipoca.
- Pipoca? Então! Quer pipoca?
- Não, é que eu só gosto de pipoca doce.
- Quer pipoca doce, então?!
- Só gosto de comer pipoca doce em casa...

Pior foi quando minha mãe surpreendeu o “pipoqueiro” acima e, sem perguntar, trouxe ao meu quarto pipoca e guaraná para o pessoal. Ele, para não fazer desfeita, comeu UMA pipoca.

Mas há o outro lado da moeda: tem gente que se sente em casa demais. Um amigo meu era considerado o cara mais folgado da turma. Sentia-se em casa mesmo, não tinha cerimônia nenhuma. Certo dia foi visitar outro amigo e este não se encontrava em casa. A mãe do dono da casa estava saindo, mas disse para o visitante entrar, sentir-se em casa e esperar um pouquinho, pois seu filho voltaria rapidinho.

O visitante levou ao pé da letra. “Sinta-se em casa”. Como se estivesse em seu próprio lar, foi até a geladeira, encontrou um pote de doce de leite uruguaio, pegou o pote, uma colher, e foi sentar-se na sacada do apartamento, bem tranquilo, esperando o amigo chegar.

A turma não compreendia o porquê de tais atitudes por parte dele. Mas uma vez tivemos a chance de vingança: fomos até sua casa, prontos para assaltar a geladeira. Quando ele se distraiu, corremos até a cozinha e lá vimos algo muito triste: uma geladeira amarrada com corda, para a borracha da porta fechar apropriadamente. Abrindo a geladeira, vimos algo mais triste ainda: lá dentro, apenas um pote contendo um presunto com as bordas esverdeadas.

Tudo explicado. Não, eles não eram pobres. Só estavam de regime (foi a desculpa que foi dada, e nós acolhemos tal desculpa).

Voltando aos que não gostam de incomodar: outro amigo, quando criança, teve de dormir na casa de uns amigos de seus pais. Seu pai havia passado por uma cirurgia, e sua mãe foi acompanhá-lo no hospital. Os amigos, para agradar o menino, levaram-no ao supermercado juntamente com seus filhos, e lá determinaram:

- Olha, menino, tá liberado. Tens o supermercado à tua disposição. Pega qualquer coisa que tu quiseres, ok? Qualquer coisa, não importa o preço.

Qual criança não gostaria de ouvir isso? Ele saiu correndo. Percorreu o supermercado inteiro e escolheu...

...um saco de pão torrado.
- Vó, tem leite?
- Tem.
- Então me dá uma coca?
- Certo.
- Vó, pensei melhor. Quero uma banana.
- Tá bem.
- Tem aveia?
- Tem.
- E leite?
- Tem.
- Hmmmm. Tá, vó. Então eu quero uma pizza.
- Tá bem. Vou fazer.
- E uma panqueca?
- Com a pizza?
- Não, só a panqueca.
- Recheio a panqueca com o tomate, o queijo e o presunto que eu iria colocar na pizza e já tirei da geladeira?
- Não, eu quero com doce de leite.
- Certo, então. Doce de leite. Tá aqui.
- Vó. Pensei melhor. Quero um pouco de leite, e só.
- Puro?
- Não. Com café. Café com leite.
- Certo. Tá aqui.
- Ah, mas eu quero com um pouquinho de Nescau, vóóó!

sábado, 11 de setembro de 2010

Barbudo sem Causa

Virei um barbudo sem causa. Sempre invejei meu irmão mais novo por causa da barba que ele ostenta desde, sei lá, uns 10 anos de idade.

(...acho que é isso. Não lembro daquele cara sem barba! Pra dizer a verdade, lembro de duas fases dele: uma na qual ele não tinha nem um metro de altura - um amigo meu e eu pegamos uma fita métrica e medimos o pobre menino; constatamos que ele não chegava a um metro e, claro, ficamos tirando sarro da cara dele - e tinha cabelos brancos, encaracolados. Na segunda fase ele tinha cabelo escuro e ruim e uma barba fechada. Isso deve ter acontecido quando ele estava lá nos seus 10 anos de idade. Mais ou menos.)

Como eu nunca pude fazer a barba todos os dias sem ARRANCAR A MINHA CARA FORA, sempre deixei a barba crescer por mais ou menos uma semana... É uma barba nada farta, e quando cresce deixa a minha cara com certa similaridade a um porco-espinho (isso ainda tem hífen?), então eu nunca pude deixá-la crescer por muito tempo sem que eu me achasse ridículo.

Pois bem. Alguém mudou: eu ou minha barba. Porque não estou mais me achando ridículo. Ao contrário; tô me achando praticamente um Falcon.


Hããã... Pensando bem, não. Aquele ali da foto parece mais com o meu irmão.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A turma da faculdade alugou uma casa na praia. No primeiro final de semana que passou por lá, ele bebeu a casa inteira. O churrasco começou devagar, só com cerveja. Ele lembra do considerável pilão de carvalho de um amigo e da caipirinha que ele fazia naquele recipiente. Lembra, também, do pessoal oferecendo aquele líquido, no início do churrasco:

- Caipirinha?
- Não, obrigado. Tô só na cerveja. - ele respondia, muito lúcido.
- Caipirinha?
- Nah, ó. Só cerveja. - ainda lúcido.
- Caipirinha?
- Deixa eu provar um pouco dessa coisa aí. - meio lúcido.
- Ó, devolve o treco da caipirinha, porra! Tu só tava tomando cerveja, e agora tu tá tomando TUDO. - e ele, NADA lúcido.

O grupo resolveu dar uma volta na praia. Era dia de Iemanjá. "Vamos ver as oferendas!" Ele pegou o pilão de carvalho, infiltrou-se entre os fiéis e começou a gritar: "IEMANJÁ, ME LEVA! IEMANJÁ, ME LEVAAA!"

A turma teve que ir embora e levar o amigo para casa. Testemunhas informam que os fiéis estavam organizando-se para LINCHAR o indivíduo.

De volta à casa, ele jogou-se na cadeira e sentou-se à mesa da cozinha. Levou o celular à orelha. Ninguém estava do outro lado da linha. Retirou o celular da orelha. Chacoalhou o celular. Levou o celular à orelha. Ninguém do outro lado. Chacoalhou o celular novamente. Seu amigo chegou na porta da cozinha e, vendo a cena, disse "cara, vai dormir. Que que tu tá fazendo aí? Que que tu quer chacoalhando esse celular, hein??" Ele só lembra de ter olhado para o amigo, de ter piscado uma vez e, quando abriu os olhos da piscadela, de enxergar-se com meio corpo coberto por vômito. O celular também estava coberto.

Levantou-se. Viu o chão. O chão estava sujo, bem sujo. Pedaços de carne mal mastigados, alguns nada mastigados, adornavam o piso da cozinha. Ele resolveu "limpar" a bagunça.

A casa estava estranhamente vazia. "Como essa casa ficou vazia em apenas um segundo? Cadê todo mundo?" Foi quando um dos colegas de casa voltou e viu o chão.

- ZzzzzJJJÁ limpei tudo, CARA! Zzzzzzzzjá limpei. Vomitei, maszz limpei.

O amigo, que não bebia, dotado de grande psicologia para ébrios, sugeriu:

- Sim, sim. E tá muito bem limpo! Mas vamos limpar novamente, SÓ PRA GARANTIR...

O ébrio concordou.

Depois de ter limpado o chão, o amigo fez outra sugestão:

- Agora, que tal tu ir tomar um banho, hein?

O ébrio olhou para seu corpo, metade gente, metade vômito, fez uma análise e decidiu:

- Ah, não precisa, não... Eu tomei banho antes do ssssccchurrrasco! Tô limpo!

Como estavam dividindo o mesmo quarto na casa, o amigo reforçou:

- Cara, vai tomar um banho! VAIS TE SENTIR MELHOR...

E o ébrio foi.

"Como é que eu vou jogar bola amanhã com um tiro no joelho?"

Escutei essa frase no rádio há pouco, em um programa de humor. E não é mais ou menos isso que eu tô sentindo agora? Mas a sensação é referente ao contrário: ontem joguei bola e hoje parece que levei um tiro na perna. Dói desde o calcanhar até o joelho. Sei lá, tô achando que eu sou atleta, praticamente um Nilmar, então eu tô correndo pra caramba - e não atingindo grandes resultados - nesses joguinhos das segundas à noite.

O melhor desses joguinhos é a cerveja, claro. Não preciso nem dizer. Fica-se bebendo cerveja até mais ou menos 2h da matina de terça, uma vez que o jogo termina tarde, lá pelas 22h15. É uma beleza. Tenho sempre que colocar a mão na consciência e pensar no quão difícil é minha vida quando eu saio de quadra, podre de cansado, com um tiro na perna, e infelizmente tenho que beber uma Serramalte pra organizar os pensamentos. Se tu estiveres pensando no que eu acho que tu estás pensando, respondo: é, eu sou o único solteiro da turma. É, os outros caras levam porrada das esposas quando voltam pra casa às 2h de terça-feira. Não, eu não sei o que aconteceria comigo se eu fizesse isso quando eu era "casado".

O tiro na minha perna saiu meio que pela culatra, de forma ridícula: acho que eu fui o primeiro cara na face da Terra a ter uma cãibra enquanto TOMAVA CERVEJA. Em vez de acontecer de forma digna, em quadra mesmo, durante uma disputa pela bola, minha coxa resolveu encambrear (HÃ?? Inventei um verbo!?!) durante um gole e outro. Quase cuspi a Serramalte, joguei o copo no chão e fui devidamente avacalhado pelos colegas de ginásio/bar (o ginásio é parte bar e parte restaurante, mas este, tristemente, não abre durante as segundas-feiras).

E... Tá, não sei mais o que escrever. Tchau.

Saqueando

Semana passada eu contei, ao vivo, uma das histórias que eu escrevi aqui no blog, e um dos espectadores disse "HEIN? ISSO ACONTECEU? Eu li no blog, mas pensei que tu tivesse inventado..."

Olha, esta eu não inventei, tá?

É que uma moça me disse que, tempos atrás, morava perto da linha do trem. Muito frequentemente, aconteciam acidentes nas imediações da vizinhança dela, principalmente com caminhões, quando tentavam atravessar a linha do trem. Sempre aparecia um ou outro caminhão carregadaço, pronto para ser atropelado pelos vagões.

Um dia, um caminhão cheio de frango congelado foi o protagonista do acidente. A vizinhança, escutando o barulho da colisão, saiu correndo e saqueou tudo. Nossa protagonista, voltando para casa, viu os vizinhos com carrinhos de mão, cestas e afins lotados de galinha, correndo pra lá e pra cá. Vendo a cena, atônita, ela gritou:

- PORRA, FULANA! NEM PRA ME AVISAR??? EU QUERIA GALINHA TAMBÉM!
- Ahhhhhh, mas tu nem tavas em casa! Como é que a gente iria te avisar?!?
- AH, PODIAM TER LIGADO LÁ PRO TRABALHO!

Todos nós escutávamos a história sendo contada, incrédulos, e ela continuou:

- Na próxima me avisem, tá??? - pediu para seus vizinhos.

E, como ela disse:

- Eu tava com sorte, sabem? Voltei pra casa e nem precisei esperar muito! Uns dias depois bateram na minha porta, gritando "VEM, VEM!!! AGORA VIROU UM CAMINHÃO DE LEITE!" Olha que sorte... era leite URUGUAIO, gente!! Peguei umas sessenta e cinco caixas de leite uruguaio...

Então um de nós perguntou:

- Mas, pô, e o motorista do caminhão? Como tava o motorista???
- Ahhhhh... devia estar bem! Nós nem o vimos. Ele não estava lá! Devia ter fugido ou algo assim. O motorista do caminhão de galinha tava lá, pendurado, morto, e...
- PENDURADO? MORTO? E mesmo assim o pessoal saqueou o caminhão?
- Ah, eles têm seguro, né... Não tem problema. Era muito bom quando virava um caminhão naquela época. Como era bom.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sério. Sério. Vamo falá sério. Sério.

AINDA TEM MAIS ÁGUA AÍ EM CIMA, CARALHO? ISSO NÃO TERMINA, NÃO?? CHEGA DE MANDAR ÁGUA AQUI PRA BAIXO, PORRA!

É contigo mesmo que eu tô falando! Tu, aí, encarregado pelas nuvens! Tem gente que te chama de São Pedro... TÁ TUDO GOSMENTO AQUI, Ó! Ó! Eu entro no meu apê e DERRAPO. Sério, eu DERRAPO nesse piso maldito da minha sala. DERRAPO! Qualquer dia eu vou cair igualzinho àqueles bandidos do Esqueceram de Mim: escorregão, tronco caindo pra trás e ESPATIFAÇÃO DE COSTAS no chão. VUPT, PLAAAAAFT!

EU NÃO SOU SAPO, CARAMBA!

Há pouco eu tava no trabalho e olhei pra rua pela janela. TUDO BRANCO. BRANCO. Comecei a esperar o Monstro do Lago Ness passar a qualquer momento.

Tô na minha última cueca. Isso significa que eu vou ter que lavar roupa. E as roupas NÃO SECAM, entendeu?

Tá... eu tenho uma secadora... esqueci...

Bem, voltaremos à nossa programação normal.

Vitaminas

Segue diálogo produzido ontem.

- Fulana, eu não sei como eu engordo. Eu como muito pouquinho! Tô com 100kg, tô gorda, certo, mas não é pra tanto peso... Eu peso tanto porque eu sou grande, sabe?
- Sei. Grande.
- Então, é difícil pra mim. Eu só como duas vezes por dia, e bem pouquinho. Mas ultimamente eu estou com uma suspeita.
- Qual?
- A Creuza, minha cabeleireira, disse que muitas das vitaminas que a gente ingere vão pro nosso cabelo.
- É?
- É. Vão pro cabelo. E eu tinha o cabelo bem comprido, sabe? Mas cortei faz alguns meses. Tá curto agora.
- E daí?
- E daí que as vitaminas que deveriam ir pro meu cabelo estão indo pro resto do corpo! Assim eu estou engordando! Só pode ser isso!

Pai Surdo (e verídico)

- A telefônica ainda tem aquele serviço de despertar?
- Pra que, pai?
- Ora, bolas, pra me despertar pela manhã!
- Pai, o teu celular serve como despertador também.
- Sério?
- Sim, é só tu colocares aqui, aqui e aqui, ó. Vou colocar pra despertar em um minuto.

A filha coloca o volume no máximo. Um minuto depois, o bicho começa a saltitar na mesinha e a berrar feito doido. O pai olha para o aparelho e diz:

- Ah, mas só essa luzinha porcaria não vai me acordar, de jeito nenhum...!!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Paraíso Astral

É. Foi o que uma amiga falou ontem. Tô passando por um.

Será? Eu, que não acredito nesse tipo de coisa - e nem em outro MONTE de "tipos de coisas" -, nunca tinha pensado na existência de um paraíso astral. Sempre vi as pessoas dizendo que estavam vivendo infernos astrais, mas nunca tinha visto alguém fazer referência ao paraíso astral.

Claro, né? Porque se há um inferno astral certamente (mais conhecido atualmente como CONCERTEZA) há um paraíso.

Ou não.

Ou sim.

Enfim, acho que tô nele. Acho que ela tem razão.

Não, este post não tem nada além disso. Só pra dizer que, se eu acreditasse nesse tipo de coisa, eu encontrar-me-ia nele.

Ou, de repente, eu estou nele mesmo sem acreditar.

Tá, tá. Sei lá. Mas que as coisas estão dando certo, estão.

Enfim.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

- Amor, acho que você poderia fingir que é mau.
- Hmm. Será?
- Isso, finge de mau.
- Tá. Mau. Eu sou muito mau.
- Ai, que mauzão você é.
- Sou mesmo. Cuidado comigo, viu?
- Ai, mauzão. Vem, me maltrata! Me bate! ME BATE!
- Hein? Peraí.
- ME BATE, PORRA! AQUI! AQUI, NA CARA!
- Nah, nah. Aí, não. Chega.
- Como?
- Broxei, Débora. Puta merda.
- Ué. Malvados batem.
- Não, eu não vou conseguir fazer isso.
- Tá, então me pega assim, ó.
- Hã...? Como? UMA FACA?
- Vem por trás e me ameaça com a faca!
- Não, Débora. Que que é isso...? Isso, não.
- Ok, me chama de gorda, então. Dói menos.
- Não vou chamar.
- Me chama de vadia!
- Não.
- De safada?
- Não!
- Morde minha orelha?
- Vai doer. Não vou fazer.
- Pede vinte reais emprestados e não me paga! Sei lá!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sushi

Por favor, explica para mim: qual é a razão da existência de SALMÃO em uma churrascaria?

Por que existe SUSHI no buffet de uma churrascaria?

É para simplesmente aumentar o preço do rodízio? É isso? Pra mim, só pode ser.

Sério, sério. Vamos falar sério. Tu, que estás lendo isto aqui: tu comes salmão em uma churrascaria? Tu curtes um wasabi em uma churrascaria? Que legal. Então vá comer noutro lugar. Vá procurar seu sushiman de confiança. Fique longe das picanhas e das costelas.

Porque se eu quisesse sushi eu iria a uma SUSHIZARIA, pô!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Título.

Hm. Tô lotando este blog com histórias etílicas. Desculpe pela falta de originalidade, mas é que eu bebo. E meus amigos também. Prometo parar de beber para ter outros assuntos, ok?

Semana passada, festa da formatura de um amigo, dei carona de volta para casa a outro amigo. Isso foi na madrugada do domingo. À tarde eu e os outros recebemos este e-mail:

"Caras, não sei se vocês perceberam (ha, ha), mas eu tava bebaço ontem. E não me lembro de nada MESMO. São 16:19, e eu ainda to tonto bragarai.

Então minha pergunta é:

Eu vomitei lá no bagulho? Eu vomitei no teu carro, Leandro? A gente parou pra eu vomitar no mato? Porque eu só me lembro de vomitar em casa, mas minha roupa já tava fedendo a vômito e eu não me lembro de ter feito isso antes...

Enfim, se eu vomitei no teu carro, Leandro, mal aê.

E se eu vomitei no meio da festa, e respingou no pessoal, mal aê.

E se eu não vomitei antes, e o meu cheiro natural é esse, que legal."

-------

(Olha só, esta história não envolve álcool. Que orgulho!) Ontem à noite, durante a janta, eu perguntei:

- Alguém quer ir trabalhar no meu lugar? Tô de saco cheio de trabalhar.

Então minha cunhada me disse:

- Teu irmão e eu estamos desempregados.

Pronto. Não precisou dizer mais nada. Eu fui trabalhar, e com gosto.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Hoje/ontem (porque começou ontem e agora já é hoje, são quase 3 da matina e eu ainda não dormi) eu fiz o contrário: primeiro joguei futebol e depois bebi/comi churrasco. Esta vida está ruim demais. Tô passando muito mal. Sair da quadra, depois de finalmente marcar três gols e pedir a música no Fantástico, e chegar perto da churrasqueira com várias guloseimas gordonas prontas sem nenhum esforço é sensacional.

Sábado passado eu, como de costume, contava minhas famosas histórias para o pessoal do churrasco. Estava eu em uma festa, em estado etílico avançado (sim, claro!), conversando com uma moça. O papo havia parado no assunto “música”. Ela falava:

- ...eu não sei, eu não tenho um estilo preferido de música, não. Eu sou bem eclética...
- RÁ! – gritei – Isso é bobagem! – com o dedo em riste.
- Bobagem...?
- Bobagem! Besteira! Isso não existe! Eu já te disse que "quem sabe um pouco de tudo não sabe merda nenhuma"? Isso também acontece em relação à música! Essa coisa de eclético não existe! Ou a pessoa gosta de certo estilo musical, ou não gosta de música! Portanto, vou te dizer: tu não gostas de música!

Dias depois fiquei sabendo que a moça em comento tocava violino, um dos instrumentos mais difíceis de serem tocados. Devia gostar, e muito, de música.

Em outra oportunidade, comecei um papo com uma menina – o meu maior problema sempre foi começar o papo. Jamais consegui inventar algo para dizer a uma mulher que eu nunca vi antes na minha vida. Vou dizer o quê? Falar sobre o tempo? Conversas sobre o tempo sempre são boas para quebrar o gelo:

- Hããã... Oi!
- Oi.
- Tudo bem?
- Tudo.
- E esse tempinho horroroso, hein? É inverno! Inverno, veja só. Na quarta-feira, fez trinta graus. Eu disse trinta graus, no inverno. Ontem foi um pouco menos quente, fez vinte graus. Hoje já tá frio, né? Tá fazendo dez. Vi, na previsão do tempo pro fim de semana, que em certos pontos do Estado vai fazer zero grau. Tu acreditas nisso? Tô chegando a um estágio avançado de pasteurização! Quente, frio, quente, frio. Se meu corpo fabricasse leite, eu ficaria rico! Se eu fosse mulher, hein? Imagina só, que grana!

Não... Melhor nem dizer nada.

Felizmente, eu já havia começado o papo com a menina sem precisar inventar lorotas sobre o clima e a pasteurização do ser. A moça era pedagoga, e, quando fiquei sabendo de sua profissão, resolvi comentar sobre alguns professores de minha faculdade.

- Eu tenho professores que são inteligentíssimos, verdadeiras enciclopédias, mas eles não sabem repassar esse conhecimento pros alunos!
- É verdade, eles não têm didática.
- Isso mesmo! E eu acho que isso a gente não aprende. A gente nasce com ou sem didática.
- Não é verdade. Isso a gente aprende, sim! – ela falou, rindo.
- Não. Não aprende. Nem vem. A gente não aprende didática – bati o pé.
- Olha... Aprende, tô te falando.
- Não aprende, não aprende! É batata: tem gente que não tem didática e ponto final! – o dedo em riste, novamente.

Minutos depois eu soube que a moça dava aulas de DIDÁTICA na faculdade. Essa minha empáfia é culpa da cerveja, claro. Ahã.

A história foi contada, e um dos amigos, que está namorando uma moça há pouco tempo, somou dois mais dois e chegou à conclusão de que a citada menina É A NAMORADA DELE.

- É a minha namorada! Só pode! Amiga da Fulana? Professora de Didática? Só pode ser a minha namorada! Tu pegaste a minha namorada!

Pô, e pior que eu nem peguei. Mas ganhei a fama. Que merda.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Planejando

A pessoa que não tem planos em sua vida não tem uma... vida. A vida é feita de planos. Os planos nos colocam no futuro. Nos dão razão para continuarmos vivos. Sem os planos, sem essa "construção do futuro", o que seríamos? Simples fiscais da natureza, meros espectadores, seres levados pela inércia das coisas.

Hmm, outro post sério, pequeno gafanhoto? Claro que sim. O assunto é seríssimo.

Amanhã planejo estar com outros onze ébrios em um evento inolvidável. Seremos levados por uma van até a chácara do pai de um dos ébrios para jogar futebol, beber cerveja e fazer churrasco. Não necessariamente nesta ordem. Não, peraí. Haverá ordem. Aí eu destaco a importância dos PLANOS. Está tudo planejado. O itinerário é o seguinte:

1) Chegar.

Pois é. Chegar é importantíssimo. Eu explico. A turma da faculdade de dois amigos meus estava elegendo os funcionários homenageados de sua formatura. Um dos amigos, além de formando, era funcionário da faculdade, e queria unir o "útero ao agradável": ser formando e ser funcionário homenageado. Todos riram, e perguntaram por que ele deveria receber tal homenagem. "O que tu fazes aqui, que é tão importante, pra seres homenageado???" Ele respondeu "várias coisas!! PRIMEIRO, EU CHEGO"...

Incrível. Ele CHEGAVA. Ia ao trabalho e chegava lá. Pensando bem, um funcionário que NÃO CHEGA não deve ser muito bom, não é?

2) Beber.

Primeiro, chegar. Depois beber. E beber antes de chegar não tem muita graça. Eu não gosto muito dos famosos "aquecimentos pré-festa". Ora, não estou indo a uma festa? Por que eu devo fazer festa antes da festa?

3) Jogar futebol.

Entendeu? Aí está o diferencial. Uma partida ébria de futebol é composta de emoções constantes. Tocaias diabólicas, eu diria. A cabeça, se ainda consegue pensar, pensa em um movimento e o corpo faz outro. Hilário. A última vez que joguei futebol bebum foi em 2002. Não me orgulho disso, mas eu "jogava" segurando uma garrafa 600ml de Bohemia. Em uma subida desenfreada para o ataque a minha cabeça começou a pesar, a pesar, a pesar e eu terminei meu movimento em uma cambalhota que eu jamais conseguiria executar sem álcool no corpo. Bêbado consciente, estatelado no chão, consegui pensar na garrafa de cerveja, e se eu havia pousado em cima dela. Pensei no pior. Como deus ajuda os bêbados e as criancinhas, meu reflexo foi, durante a cambalhota, jogar a garrafa para longe. Olhei para o lado e lá estava ela. Incólume. E com cerveja dentro, ainda por cima. Excelente.

4, 5, 6, 7, 8, 9) Beber. Fazer/comer churrasco. Procurar não vomitar. Beber. Se tudo estiver bem, jogar futebol novamente. Beber.

Auto-explicativo.

10) Terminar este texto, que está ficando longo.

Fim.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Hoje de manhã cedo tu não estavas arrumada.
O dia estava feio. Quase chovia.
Tu esperavas o ônibus.
Provavelmente estavas indo trabalhar.
E não sorrias.
Nem um pouquinho.
Mesmo assim,
com todas as variáveis contra,
tu estavas bonita.
Hoje, concentrado no trabalho - ahã! -, de cabeça baixa, escuto aquela voz feminina dizer:

- Alguém está carente disso aqui?

Meus ouvidos não acreditaram naquela frase e/ou no possível real significado dela. Pensei mil coisas, pensei em uma resposta, vai que cola, será que ela queria dizer o que realmente disse com aquilo, sei lá, né, de repente...

...levanto a cabeça e ela está mostrando uma ALMOFADINHA DE TINTA PARA CARIMBO.

- Não, ahn, não tô com essa carência, não...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Uma manhã como todas as outras. Até o momento no qual o cheiro entrevou a sala.

A porta do banheiro é aberta e a pessoa que lá dentro estava pergunta:

- Alguém vai usar este banheiro?

- Agora, não - respondeu o resto.

- Não usem este banheiro.

- Por quê?

- Fiz algumas... coisas por lá, mas já havia... outras... coisas por lá, então ficou um monte de... coisas e... agora a privada está meio entupida.

- Pede pra moça da limpeza desentupir!

- Não, peraí, eu vou ver se eu consigo tirar alguma coisa antes...

JURO que eu pensei que a pessoa fosse ficar catando item por item pra conseguir desentupir a privada.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O Frio

Não dá pra sair do lugar comum quando se fala sobre o frio.

Este tema foi sugerido pela Ju. Ela passa frio também. Os dedos dela, assim como os meus, ameaçam cair. Digitar no frio é difícil. Assim como tomar banho.

E tem como sair do lugar comum quando se fala sobre o frio? (Sério, as juntas dos meus dedos estão doendo. Vou esquentar uma caneca de leite - "leite", propriamente dito, não é, né... só tenho aquela coisa branca em caixas que dura por dez anos - e vou enfiar meus dedos na caneca. Nada como um leite quentinho pra aquecer, né?) As reportagens sobre o frio na televisão são sempre as mesmas:

- Estamos aqui em São José dos Ausentes (é frio? É no RS? São José dos Ausentes é o point! O que mais tem nessa cidade? Nada. Lá é frio. Beleza!)/São Joaquim (é frio? É no SC? Vá fazer matérias em São Joaquim!)... Dois cachorros, um gato, uma perdiz e uma velha CONGELARAM nesta madrugada! Estamos aqui com a velha, a Dona Isabel, que congelou às cinco da manhã, quando estava indo fazer suas necessidades na casinha, que fica do lado de fora de sua casa. Vejam só, é meio-dia e a velha AINDA está congelada!

- Ah, fulana, que imagem linda do inverno é essa...

- Linda, né, beltrana? Olha só, a Dona Isabel tá mandando um tchauzinho ali de dentro desse casulo de gelo dela! Essas são as paisagens do inverno! É com vocês, do estúdio!
Eu tô ficando maluco.

Eu vejo as mulheres na tevê e acho todas lindas.

A baixinha do Esporte Espetacular - Cristiane Dias, gaúcha de Porto Alegre, é a mais baixinha de todas as baixinhas que apresentam o Esporte Espetacuar - é a coisa mais fofa. Dá vontade de pegá-la no colo e niná-la. É muito fofa. Que baixinha. Que coisa de louco. Eu adoro baixinhas.

E a Flávia Freire, que apresenta a previsão do tempo no Jornal Hoje, então? Barbaridade. Ela fala como se estivesse a ME ninar. Eu não consigo prestar atenção na previsão do tempo com a Flávia Freire. Sol, chuva, neve, granizo, granito, não interessa.

Bem, eu não vou nem falar da Patrícia Poeta. Ela é hors concours. É uma deusa egípcia.

Agora estou vendo o Jô e ele está entrevistando uma pianista italiana. Chiara algo. Já me apaixonei por ela também.

Porra, só dei exemplos da Globo. Preciso ver outros canais e me apaixonar por outras mulheres.
Recebi a seguinte piada há pouco. A mulher chega no consultório do médico, desesperada por uma ajuda.

- Doutor, eu não sei o que fazer. Toda vez que meu marido chega em casa bêbado, ele me bate com sua pasta. Me dá cada porrada!!!

- Eu tenho um remédio muito bom para isso. Quando seu marido chegar em casa embriagado, basta tomar um copo de chá de camomila e começar o gargarejo. Apenas gargareje e gargareje até seu marido dormir.

Duas semanas depois, ela retorna ao médico, e parece ter nascido de novo.

- Doutor, Isso foi uma idéia brilhante! Toda vez que meu marido chegou em casa bêbado, eu gargarejei muitas vezes com chá de camomila e ele não me bateu.

- Você viu como calar a boca ajuda?

Contei essa no trabalho e a corja começou a divagar sobre o assunto. Elucubrações no trabalho, diga-se, valem ouro. Um dos elucubradores falou que nos tempos do avô dele devia ser tudo mais fácil. "Nem se pode mais chegar em casa bebum hoje em dia! Era chegar bebum em casa e a mulher não falava nada. Se falasse, tomava uma porrada! Como era bom..."

"E se estivesse a fim de sexo, então? Era só mandar a mulher abrir as pernas, calar a boca e ficar quieta! Sexo na hora! E na hora que bem entendesse... Puxava a mulher pelos cabelos e tava tudo legal!"

Calma, moças. Calma. Isso não expressa a minha opinião. Calma. Era tudo piada.

Então um começou a falar sobre o Ratinho, seu vizinho baixinho bigodudo invocado, que chegou em casa e deu um ultimato à mulher:

- VAMO LOGO! VAI ABRINDO ESSAS PERNAS!!

Diante da negativa da consorte (ou "com azar", sei lá), o Ratinho resolveu brigar:

- AH, NÃO QUER? ENTÃO ENFIA ESSA XERECA NO RABO!!

domingo, 1 de agosto de 2010

Eu escrevi este texto no ano passado...

...e havia esquecido dele. Republico.

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- Ventriloquo? Como assim, um ventríloquo?
- É a minha vocação, pai.
- Eu juntei todo aquele dinheiro para a sua faculdade, meu filho. Para que você cursasse uma faculdade digna! Eu queria que meu filho fosse um doutor!
- Pai, não adianta, eu quero ser um ventríloquo. Não me vejo fazendo outra coisa no futuro.
- Isso mesmo, marido! Deixe o menino ser um ventríloquo!
- Cala a boca, mulher! O assunto ainda não chegou aí na cozinha!
- Não é a mamãe que está falando, pai. Sou eu! Não tem ninguém na cozinha.
- Você? Sério??? Não estou acreditando.
- Pode acreditar, marido!
- Cala a boca, mulher! Ainda não estamos falando com você!
- Pai, sou eu, pai. A mamãe está na casa da vovó.
- É verdade! Ela veio me visitar!
- Fique quieta, velha pentelha! Estou em uma conversa séria com o Marquinhos!
- Pai, não é a vovó, a vovó está na casa dela, recebendo a mamãe.
- Ora, mas que bobagem, ela está ali na cozinha...
- Burro! Você é o mais burro dos meus genros!
- Cala a boca, velha coroca!

Arsênico

ARSENICUM ALBUM. Foi o que eu tomei ontem. Se eu soubesse que erradicar a rinite de mim seria tão fácil, já teria pago muito antes os trezentos e cinquenta reais que paguei ao médico nesta semana.

O remédio custou R$ 7,00. Só. A consulta foi um pouquinho mais cara. Só.

Na última vez que fui consultar com um homeopata o tratamento dado foi um pouco mais... complicado. O médico prescreveu uma solução que eu deveria tomar, ahn... não lembro direito, mas era algo como:

- dez gotas, por três vezes, no primeiro dia;
- nove gotas, por três vezes, no segundo dia;
- oito gotas, por três vezes, no terceiro dia

e assim por diante, até que no décimo dia eu deveria tomar sei lá quantas gotas daquilo duas vezes ao dia, voltar para o número inicial, passar a vez, dar trinta passos até a praia, cinquenta passos em direção à pedra com forma de sereia, marcar 5m da frente da pedra e cavar, passar a vez novamente, ler se foi sorte ou revés, se desse revés, voltar quatro casas...

Pior:

- É, e tenho uma má notícia. Tu não podes beber chimarrão...
- Tudo bem. Só tomo chimas no frio.
- ...comer chocolate...
- Não sou fanático por chocolate.
- ...comer pimenta...
- Gosto de pimenta, mas nem tanto. Tá beleza.
- Nem podes tomar Coca-Cola ou cerveja.
- Tchau, doutor.

Sem Coca-Cola nem cerveja? Que ofensa. Tô fora. Só faltava me dizer que eu deveria ficar longe da picanha, do vazio e da costela. Tá, da picanha, tudo bem, não faço tanta questão assim, mas do vazio e da costela, não. Aí é briga. Prefiro a rinite.

Desta vez a recomendação foi:

- Abre o papelote, dissolve o pó n'água e bebe, antes de dormir.
- Quantas vezes, doutor?
- Uma. Vai ser só um papelote. Uma vez.
- Não preciso fazer contas?
- Que contas?
- Aquelas P.A.'s malucas, indo de 10 a 1, de três vezes a meia vez ao dia, e, depois disso, dar dois pulinhos nas ondas do mar no réveillon, roubar um pedaço de casco de cabra albina e mastigá-lo por dois dias, essas coisas.
- Nada disso. Só tens que beber.
- E o resto?
- Que resto?
- O resto da vida? Vida normal?
- Normal.

Quase dei um beijo no cara.

Agora vai!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Trechinho do meu "livro"

Muita gente diz que pessoas que nunca tiveram um animal de estimação certamente passaram por infâncias tristes. Eu não consigo entender o porquê de tal afirmação, pois nunca tive um bichinho e nunca senti falta de um. Na casa de meus pais não havia lugar para animais (fora meu irmão e eu), fomos criados dessa forma, então realmente nunca tivemos aquela ânsia infantil de ter um cachorrinho ou um gato, um passarinho, uma lontra, uma jaguatirica, um mamute, um crocodilo, uma preguiça ou outro bichinho qualquer – tenho duas primas que já tiveram, pelo o que recordo, todos esses bichos aí...

E também não pretendo dar bichos de estimação aos filhos que eu porventura tenha no futuro. E espero que eu não troque de ideia no caminho até esse futuro, porque o que dizem é cruel: pai e mãe não têm escolha; quando os filhos nascem, a vontade dos pequenos habitantes da casa impera. Será? Será que serei derrotado por um filho que chora desesperadamente por um animalzinho?

Um colega bateu o pé e decidiu que em sua casa não haveria espaço para esses bichos. Seus filhos, pelo o que sei, não reclamavam por causa da falta de um animal de estimação, mas foram pegos de surpresa durante um almoço. O pai levou a família a um restaurante considerado chique na cidade. Pediram comida demais e, na hora de pedir a conta, sua esposa ficou sem jeito de pedir uma “quentinha” ao garçom, para que pudesse levar a sobra para casa.

- Deixa comigo. Eu já sei o que vou dizer pra ele – afirmou o confiante marido.

O garçom aproximou-se da mesa para retirar os pratos e o pai da família pediu:

- Moço, por favor, pode colocar o resto da comida em uma “quentinha”? Vamos levar para o cachorro...

Os filhos não conseguiram conter sua felicidade e gritaram:

- VIVA! O pai vai nos dar um cachorro!!!

A grande maioria dos proprietários de animais de estimação cria cachorros e gatos. Meu primo tinha uma galinha de estimação. E o nome da galinha era Frango. Grande nome! Simples, curto e grosso, não tem como esquecer. “Qual é o nome da tua galinha mesmo?” “É Frango.” Mais fácil ainda seria se ela se chamasse Galinha.

(Parêntese: o nome mais estranho dado por alguém que eu conheço a algo que estimava muito era o da bicicleta de um amigo meu. Pedro, a bicicleta. Jamais entendi como ele chegou a esse nome. Vai saber! Talvez a bicicleta descendesse de longa linhagem de bicicletas portuguesas. O pai dela só podia ser João, a bicicleta. O amigo deveria, então, se a razão do nome era realmente essa, ter chamado sua bike de “Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon”.)

Meu avô, assim como meu primo, resolveu sair do eixo cachorro-gato, e tinha um cabrito de estimação. E o nome dele era “Mé”. Analiso o porquê do nome. “Mé”, segundo os ensinamentos dos bebuns de plantão, não significa “cachaça”? Mas meu avô era criança pequena quando tinha esse cabrito, então não deveria ser um cachaceiro nesses tempos – assim espero! Então, já entendi. Onomatopeia. O cabrito faz “mééééé”, e vovô, gênio da raça, batizou o bicho em homenagem ao som que ele emitia.

O Mé era o melhor amigo do velho (na época ele não era velho, obviamente!). Era seu companheiro. Fiel, justo, como todo cabrito de estimação. Certo dia, meu avô tinha ido para a escola. Quando voltou, feliz da vida, cantarolando, aproveitando sua inocência infantil, notou aquela tradicional fumaça saindo da chaminé da churrasqueira de seu pai. “Oba! Tem churrasco!”, pensou.

Foi até o quintal e a família estava pronta para devorar a churrascada. Ganhou, logo quando sentou-se à mesa, uma lasca daquela carne tenra e macia, que girava e girava sobre aquela brasa fumegante, sendo lambida por labaredas intermitentes... E mastigou. E mastigou. E repetiu. Ótima carne.

- Mãe, do que é esta carne? – perguntou à minha bisavó.

- De cabrito.

Ele, então, deu-se por conta. Havia comido o Mé. Seu grande amigo.

Até que ponto a amizade com os bichinhos impera? Deveria, então, meu avô ter vomitado a carne de seu grande amigo e dar a ele o que realmente merecia, ou seja, um enterro decente?

Era o que todo cabrito fiel mereceria. Ou não?

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Geraldo, o Bom

Dotado de inigualável postura bovina, Geraldo, que não era mau, entrou no pub e pôs-se a paquerar as damas.

Convidou a primeira para um fim-de-semana em Gramado, o que foi recusado. A segunda, que havia se tornado quase que de forma instantânea o amor de sua vida - ele já podia ver-se acompanhado de tal donzela, ambos com tradicionais roupas de turistas bovinos, explorando as pirâmides do Egito; podia ver o futuro casal cortando o bolo do casamento; a noite de núpcias; a formatura do filho mais velho, que foi para a faculdade paga, porque era a melhor, todos fizeram um esforço hercúleo, mas valeu a pena -, mandou ele catar coquinho no asfalto quente. A terceira foi eleita a "genra que mamãe pediu aos céus", e o elegeu a "anta radiativa manquitolante 2010"; a quarta lady, Quitéria, que não era flor que se cheirasse, pois fedia, fedia, sim, dizem que mulher não fede, mas até, pasmem, flatos ela soltava - coisa que mulher não faz também, dizem -, com suas rodelinhas de pizza entre as axlias pensou que, não sendo ela mesma a bolacinha mais recheada do pacote, o último bombom da caixa, a gota d'água final do deserto, aquele ser radiativo e manquitolante até poderia levá-la com graça e dignidade para um fim-de-semana em Gramado, mesmo sem cometer um ato de maldade sequer.

Na semana seguinte, Geraldo disse "eu te amo". Quitéria foi sair com o padeiro, que desferia tapas que "até que não doíam tanto".

Uma nova frase...

- Nelsinho, uma nova frase.
- O menino mora no copázio.
- Hã?
- O menino mora no copázio.
- Eu pedi uma frase com exemplo de aumentativo, Nelsinho.
- Copázio não é aumentativo de copo, profa?
- É, mas essa sua frase não tem nexo. Que menino moraria em um copo grande?
- O Carlos, ó! Ele mora no copázio.
- Topázio! Meu edifício se chama Topázio, panaca!

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- Maestro, uma nova nota.
- FOM.
- The Great Gig In The Sky, do Pink Floyd, tocada por uma vuvuzela!

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- Vai bater a falta de novo. Só mais uma vez.
- Seu juiz, eu errei a falta. Bati pra fora. É tiro de meta.
- Vai bater de novo, rapaz. Aquele cara, do outro time, enfiou a orelha na bola, e orelha não pode. Todo mundo sabe que orelha não pode.
- Mas não bateu nele, nada, seu juiz. Eu vi. Dei um bico na bola e ela saiu.
- Orelha. Não pode. Orelha é foda, rapaz. Bate a falta de novo, vai. Agora vê se acerta.

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- Amor, me dá uma nova chance.
- Nem a pau. Você é bonzinho demais.
- Bonzinho demais? Então não é bom ser bom?
- Isso mesmo. Não é. Bonzinho demais.
- O bom é ser mau?
- Tem que ser um mix, sabe, Geraldo? Tem que ser um mix de bom e mau.
- Então vem aqui, que eu vou roubar a sua bolsa!
- Não, não é isso.
- Passa a carteira, vaca!
- Ai, Geraldo, tá mau demais.
- Calaboca e entra no carro! Perdeu! PERDEU, PREBÓIA!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Eu ia escrever sobre um assunto, mas eu o achei meio nojento. Já basta a mulher do cara daquele post prevendo o futuro alheio a partir do cocô. Basta, também, a diarreia que me atacou "os intestino" no sábado e o domingo, e que só foi estancada com OITO comprimidos de Imosec - geralmente eu tomo UM e fico quase dois dias sem "ir aos pés" (e o copyright vai pra minha avó!), imagina o que tava acontecendo comigo se eu tive que tomar oito. Também não vou contar sobre o que tá acontecendo com a minha narina direita. Meu nariz, que não serve pra muita coisa além de carregar os meus óculos, tá ficando meio estranho no lado direito e respirar tá ficando mais difícil ainda.

Mas, peraí, já tô descambando pra assuntos nojentos.

Deve ser porque eu sou um cara nojento, ora, essa. Vai saber.

Nah, não sou, não. Eu sou limpinho. Sou.

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Eu fico irritado com salgadinhos sabor "pizza", ou "churrasco".
Assim, ó. PIZZA DE QUÊ? CHURRASCO DE QUE, meu amigo?
Eu, gordo, vejo GRANDE diferença nisso.

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Por falar em pizza, outro dia eu comi uma pizza feita com mortadela Ceratti, a mesma usada pra fazer o fabuloso sanduíche de mortadela do mercadão de São Paulo. Pensei "eu gosto de pizza. Eu gosto de mortadela. Será que vão dar certo juntos?" e pedi. Deu certo. Pra mim, pelo menos, deu.

Pensando de tal forma, eu também gosto de pudim de leite e gosto de feijão. Juntos não dariam certo.

Se você gosta de feijão com pudim de leite, saia daqui. Já. Vá ler outra coisa. Já.

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Vou lá comer mais canja de galinha.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

- É tão bom quando nossos filhos vão dormir na nossa cama! Fica quentinho... Mas só tem uma coisa, né: eles são pequeninhos, então a gente não consegue se mexer muito, porque fica com medo de machucá-los. Vai que eu quebro um braço da minha filha, tadinha... É aquele sono que não fica profundo, pois estamos sempre alertas.

- Pô, parece quando eu durmo bêbado, segurando um copo de cerveja! - falei.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Chocolate Quente II, a missão.

(Se você não leu este post, escrito no ano passado, leia. É a parte I, o Chocolate Flamejante.)

Estava eu louco por um chocolate quente em um dia de frio desgraçado como hoje. Não, isso não aconteceu hoje, mas hoje eu tive a mesma vontade que tive naquele dia, e naquele dia eu FUI tomar um chocolate quente, e hoje eu NÃO FUI tomar, o que me deixa entristecido, e...

...enfim, segue o texto, caramba! Tá, vou seguir.

Entrei na doçaria (que aqui em Pelotas é doçAria, e não docEria, eu não sei o porquê) maluco por um chocolate quente, e não havia mesas, e tava tudo lotado, mas aí vi que o andar de cima existia - RÁ! UM ANDAR DE CIMA! VAMOS PARA LÁ! -, fui para o andar de cima, estava tudo lotado, mas uma mesa estava prestes a ficar vaga, então houve espera, e o chocolate quente não vinha, mas que coisa, estava demorando demais, vou embora, fico, saio, espero esse maldito chocolate, e a mesa vagou. Pronto. Vem, depois de muito tempo, o garçom, que pergunta:

- O que vocês querem?
- Eu quero um chocolate quente - pedi, finalmente.
- O mega, o grande, ou o pequeno?
- Qual é o maior? O mega, né?
- É.
- Me dá um mega.
- Com ou sem gemada?
- Com gemada, claro.
- Com merengue ou sem merengue?
- Claro que com merengue!
- E o senhor quer que...
- Meu amigo, meu amigo, olha só: TODAS AS GORDICES POSSÍVEIS que vocês conseguirem colocar nesse chocolate quente eu quero. Todas. Tipo assim... TEM BACON? Põe. Põe bacon.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Eu deveria dormir.
Amanhã (hoje, né. Já é hoje) eu tenho que ir trabalhar cedo.
Meu afilhado nasceu hoje (ontem, pô. Já é ontem) e eu fiquei pensando na minha vida. Eu quero ter filhos, já estava pronto pra ter filhos desde algum tempo, e sempre disse que, se eu pudesse escolher, eu queria ter uma filha. Já tenho até nome escolhido pra ela.
Mas o tapete foi puxado, o "divórcio" foi consolidado, agora tenho que encontrar outra mãe pra minha filha, tudo bem, tudo bem, parte-se pra outra.
Entretanto...
Tu achas que este é um post sério, né?
Tá parecendo, né?
Mas não é. Nem tanto. Quer ver?
Eu tenho que dizer que É MUITO MAIS LEGAL comprar presentes pra um menino.
Muito mais.
Porque o meu afilhado, coitado, não vai ter presentes "dele", sabe? Ele vai somente deter uma simples POSSE dos brinquedos que o pai dele e eu repassarmos pra ele. Porque nós vamos comprar esses presentes pra NÓS MESMOS, crianças grandes que somos, e, porque somos benevolentes, pessoas "bambas de verdade mesmo" (e o copyright vai pra Regina, pois essa expressão é dela!), vamos deixar o guri utilizá-los. Posse e usufruto. Mas se não usar direito, olha lá, hein?! Vai ter que devolver pro pai e pro dindo!
Eu lembro de estar na extinta (?) Casa dos Presentes, em Rio Grande, com uns 8 ou 9 anos de idade, segurando em uma mão o He-Man e, na outra, o Esqueleto. Meu irmão, mais novo, me olhava dizendo "tá, e agora, o que a gente faz???". Acho que a ideia foi do meu pai: par ou ímpar. o vencedor fica com o bem. Não sei se hoje eu jogaria pelo bem (ai, malvaaaado!), mas naquela época o "cool" era ser do bem.
Eu ganhei o par ou ímpar. Ganhei o He-Man. Meu irmão, consequentemente e sem trema, ficou com o Esqueleto e sua gangue do mal.
E depois cada presente devia ser balanceado. Um ganhava o Gato Guerreiro, o outro ganhava o "bicho do Esqueleto" (não lembro se aquele bicho tinha nome); um ganhava a nave do bem, o outro tinha que ganhar uma nave "malígrina" (será que naquela época eu já achava a Teela e a Maligna gostosas? Porque hoje eu acho. Hm. Declaração DEVERAS nerd. Entendi.).
O Castelo de Grayskull era dos dois. Claro, pô. Não havia um castelo pro Esqueleto, então era dos dois, e todos moravam lá, bons ou maus, em perfeita harmonia.
Acho que não teria tanta graça comprar uma... ahn... não sei quais são as "bonecas do momento"... uma Moranguinho? Moranguinho tá valendo? Tá, a Barbie, então. A Barbie nunca sai de moda. Acho que não teria tanta graça comprar uma Barbie pra uma afilhada ou para um filho. O Homem-Aranha e o Batman são muito mais legais.

(Que a minha filha nunca leia este texto. Se um dia ela vier pra minha vida, é claro.)

terça-feira, 20 de julho de 2010

- A sua mulher vai o quê?
- Vai trocar de carreira.
- "Carreira"... Essa palavra é meio forte, não é? Parece que a pessoa é famosa pelo trabalho que faz, sei lá.
- Tudo bem, ela nunca se destacou no meio dela, então, pela sua interpretação, não dá pra chamar o que ela fazia de "carreira"... Mas acho que agora, vai!
- Vai, é? Ela é boa na nova lida?
- Ô, se é.
- E o que ela vai fazer, hein?
- Vai prever o futuro.
- Hmmmm. É. Prever o futuro.
- Sim.
- Profissionalmente.
- Isso mesmo. Será algo tipo uma Mãe Dinah, mas só que com 100% de acertos!
- Certo. Prever o futuro. E como ela vai fazer isso?
- Ela lê o cocô das pessoas.
- Hm. Cocô. Ela lê cocô. Entendi.
- É! 100% de acertos.
- E como isso funciona? Ela pega o cocô, "lê", e fala o que vai acontecer com quem produziu aquilo?
- Ahn, não sei direito, mas deve ser isso.
- E o cocô tem que ser fresco, recém parido, ou a pessoa pode, não sei, embrulhar e mandar por sedex pra sua mulher...?
- Bem pensado.
- Poderia ter serviço de tele-busca!
- É...
- Um "tele-cocô", ou um "disque-merda"...
- Certo...
- Acho que o nome do negócio poderia ser "Vai Dar Merda" ou algo do gênero!
- "Ou não"!
- Hã?
- Porque ela pode prever o contrário, né? Assim seria "NÃO Vai Dar Merda"...
- Ué, mas sempre vai ter merda envolvida. Não vai?
- É. Vai.
- Então, oras! Vai dar merda de qualquer forma.
- É. Que merda...

sábado, 17 de julho de 2010

Papo de Maluco

(Esse papo aconteceu, minha gente. Em uma lista de discussão da qual eu participo. Eu não conseguiria inventar tudo isso.

Eu ri ao ler isso tudo. Não sei se tu vais rir também, mas eu ri.)

(Primeiro e-mail:)

Vi ontem aquele filme sobre o cachorro que espera o dono na estação de trem mesmo depois da morte do dono.
Muito bom o filme, mas muito triste!
Quem gosta de cachorro se emociona muito.
E o mais punk é que a história é baseada em fatos reais.
Nessa baixa de bons filmes, recomendo!

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(Segundo:)

Não tinha sido determinado que é proibido falar sobre filmes de cachorro na lista?
Dignidade, gente. Por favor.

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Ai, desculpa, eu não nasci no berço da malandragem, não acho Chico Buarque o messias no novo milênio, Bob Dylan pra mim é um véio sem voz e Beatles um bando de boyzinho mimado, então eu acho que posso gostar de filmes de cachorro.

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Há de fato coerência no discurso.

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(Um terceiro entra no papo:)

HAUhuahuhauhauhUHAhahauhua
Hoje é quinta minha gente... QUINTA.
E tá frio pra cacete!
Porra.

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(Eu:)

Acho que hoje tá mais frio do que ontem.
RANHO. Viva o ranho. Tô cheio de ranho. Tô MACIÇO por causa do ranho. Por todos os meus lados sai ranho.

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(O segundo responde o comentário do terceiro:)

Graças a Deus.
Especialmente pela chuva. Aqui no Rio tava insuportável o clima. Seco demais. Olho ardendo o tempo todo e alergias em ritmo de festa.
Mas nada disso é pior que filme de cachorro.
Filme de cachorro é inaceitável.
O único cachorro decente na história do cinema aparece no filme Gladiador.

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(Outra pessoa entra na discussão:)

Como assim? E o K9?

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(Eu:)

E a Lassie, porra? A Lassie, que salvou tanta gente em seus filmes?
Não esqueçamos do Rim-Tim-Tim, cujo nome eu nem sei se é escrito assim.
Plim-plim.

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(O terceiro sai do assunto "filmes de cachorro" para falar sobre o frio. E algo a mais:)

Ontem aqui tava foda.
Hoje até tá mais tranquilo... bem que podiam instalar lareira em zona. Sei lá, pensei nisso agora.
Esquentar os pés na lareira enquanto pago uma dose, e ao fundo rolando Beyoncé.
E sempre, SEMPRE, tem uma puta que acha que é a própria, e começa a dançar e fazer caras.
Por Deus, eu só quero pagar a minha dose em paz.

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(Outro adentra a discussão:)

Tô com o Zé nessa. Filme de cachorro é doído. Mas gosto dos bichos.

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(Quem começou a discussão continua defendendo os caninos:)

Rin-Tin-Tin, Lassie, BENJI (o mestre das tardes de domingo!!!!), K9, K9000, 101 Dálmatas, o poodle "from hell" de "Let The Right One In".
E não esqueçamos do Marley! Hahahhaa!!!

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(Eu respondo:)

Caramba, o Benji! que merda! HAUHAUAHUHA!
Peraí, peraí. Vocês não entenderam. Eu estou sendo sarcástico.
Fazer menção honrosa ao Rim-Tim-Tim é foda!
Mas agora tem o filme do cachorro Marmaduke, dublado pelo Owen Wilson, que é amigo do Ben Stiller, que um dia fez aquele filme lá, o "Quem vai ficar com Mary"? Esse filme é legal. A Cameron Diaz colocou aquela porcaria no cabelo.
É.

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(Então aquele que tava com o Zé me disse:)

Você não entendeu que eu só respondi ao tópico, não à sua mensagem propriamente dita...

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(Aí eu retruquei:)

E você não entendeu nada, meu amigo, ou seja, eu estava fingindo não entender para conseguir me adaptar à discussão, que estava, INFELIZMENTE, EU DISSE INFELIZMENTE, descambando para as peculiaridades do cinema canino, ou seja...
...???
Hein?
Esqueci.

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(A pessoa que começou a discussão - olhem só, eu tô escrevendo praticamente como um Saramago! Não tô dando nomes aos bois, fora o Zé! Só falta eu retirar os parágrafos, pontuação, etc. - retorna para soltar uma declaração bombástica:)

Eu acho os 101 Dálmatas mais clássico do que "O Poderoso Chefão."
E acho que o Cesar Millan deveria ganhar algum tipo de Emmy.

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(Eu, sem argumentos, ri.)

HAUHAUAHUAHAUHA!

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(Mas o que estava com o Zé não achou graça:)

Pressinto uma catástrofe em breve.
Sério, quando alguém fala que 101 Dálmatas é clássico morre um filhote de cão.

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(Só que a pessoa que iniciou a discussão estava com argumentos afiados:)

Ah, pô, nada a ver!
Tu acha que teve uma continuação por quê???

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(Aquele que estava falando sobre o frio... e algo mais, fala sobre o programa do Cesar Millan, o encantador de cachorros do Animal Planet... e algo mais:)

Pô, eu também acho o Cesar Millan massa!
Essa semana vi ele numa casa de um casal de lésbicas, gostosas pra caralho.
Enfim, não prestei a menor atenção no caso do cachorro, aliás, nem sei o que aconteceu, só conseguia pensar nas lésbicas.

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(Depois de ter lido minha menção honrosa à Lassie, o segundo participante parte para a ignorância:)

Quem "salvou tanta gente em seus filmes" foi o Rambo, caralho.

Lassie não serve nem pra paródia pornô.

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(Não deixei por menos:)

Tudo bem, tudo bem, mas e o Rambo, POR ACASO, conseguia sentir o cheiro de uma pessoa em perigo a cinco quilômetros de distância??
Hein?
Porque o Wolverine, metade pessoa, metade... wolverine, que é parente do CACHORRO, conseguia!

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(O que falava sobre o frio, e algo mais, voltou para os filmes de cachorro:)

Qual é o nome daquele filme que tem um são bernardo gigante?
Ah, olhei no google e não achei...
Enfim, fumei um haxixe um dia antes, e fui ver esse filme.
CHOREI quando a menina disse que perdeu o tal cão, isso comendo um saco de bolacha Caminella's sabor amendoim, pra tentar matar a larica do dia.
Ou seja, é emocionante pacas! Ou, pelo menos, depende de quão drogado você está.

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(Então lembrei de outro filme canino inolvidável, digno de Oscar:)

Tá, mas peraí, gente. E aquele filme do cachorro que jogava basquete? Ele foi contatado pela NBA, porra! Alguém aqui já conseguiu isso? Aquele cachorro era foda demais.

(Tá. Chega.)

O Bruno

Bem, terminou a Copa, então agora a notícia da vez é o "caso Bruno". Liga a tevê, lá tá o Bruno, a mãe do Bruno, a esposa do Bruno, a tia do Bruno, a presidenta do Framengo falando sobre o Bruno, o Zico falando sobre o Bruno...

Anteontem - ou antes? Sei lá. - prenderam o irmão do Bruno! Por quê? Putz, eu não sei, mas deve ter alguma coisa a ver com o Bruno, né? Afinal, o cara é irmão dele! Não foi por isso que prenderam o cara?

Então, acho que a coisa tá assim:

- TEJE PRESO, MILIANTE!
- Mas por quê?
- O senhor é torcedor do Framengo, gritou "BRUNO! BRUNO!" no Maracanã?
- Sim, sim, gritei.
- TEJE PRESO!

- TEJE PRESO, MILIANTE!
- Ora, porra, mas por que, seu guarda? Eu só vim entregar essa pizza pro Brun...
- POR ISSO MESMO! TEJE PRESO!

- TEJE PRESO, MILIANTE!
- Cacete, mermão, eu não fiz nada, só dei "bom dia" pra tia gagá do Bruno, e...
- POR ISSO MESMO! TEJE PRESO! E cadê a tia gagá? Vamos prender a véia também!

sábado, 10 de julho de 2010

As Aventuras na Casa da Vovó

Hoje estou na casa da minha avó. Como sempre, ela me trata como (pasmem) uma avó clássica trata seu netinho.

Antes de colocar o diálogo que eu vou... colocar (dã!), quero dizer a você, pequeno gafanhoto, filho da minha geração ou, quem sabe, um pouco mais velho, pessoa que está com, no máximo, seus dez anos de idade: tenho peninha de você. Sabe por quê? Porque a sua avó não vai ser igual à minha.

E quando eu digo "à minha" essa é a minha avó materna. Pois eu só tive uma "avó clássica", que é ela. A outra, já falecida, pobrezinha, não foi uma avó clássica. Esta fazia coisas que avós clássicas não fazem, como viajar sozinha a Nova Iorque, sem falar um "ai" de Inglês, entrar num salão de beleza em Manhattan, pedir pro cabeleireiro que ele corte o cabelo dela, e achar que o "homem está cortando demais, vou pedir pra ele parar, chega moço, para moço, não corta mais o meu cabelo, moço, o senhor já cortou demais, o senhor não está entendendo nada do que eu tô falando, para, moço, chega, não precisa cortar mais, PARA, PARA, HEEEEELP! HEEEELP!"...

Pois bem. As avós clássicas estão terminando. Estão cada vez mais raras. Não me entendam mal, eu acho que a mulher deve ser independente, etc. e tal, mas isso está exterminando a ideia de família com a qual crescemos, e as avós clássicas estão sendo exterminadas também.

É por isso que eu, de vez em quando, venho curtir a minha avó, que é figura em extinção neste mundo. E, por isso, é minha obrigação contar aos mais jovens as coisas que ela diz pra mim. Segue diálogo que aconteceu hoje pela manhã:

- SAFAAADO. Tu realmente vieste pra cá! Por que não me acordaram!?!?
- Vó, tu tava dormindo. Eu cheguei tarde. Eram onze da noite. Por que iríamos te acordar?
- Tu tinhas que dormir na minha cama! EU é que iria dormir nesse sofá!

(Ela tem 80 anos. Eu, 32. Acho que seria melhor ELA dormir na cama, não é??)

- Tu estás tomando o quê?
- Café... - e ela enfia a cara na minha xícara.
- CAFÉ PRETO?!?! Guri, isso não alimenta. Vai tomar um leite também.

(Eu peso 86kg, meço 1m78. Ela não deve pesar nem medir a metade. E tá preocupada com a desnutrição deste BOTO que cá digita.)

- Vó, não precisa. Vou comer um pão.
- O que tu estás fazendo?
- Tô pegando o prato e a fac...
- TU NÃO SABES ONDE FICA NADA! Deixa que eu pego. Toma.

Eu termino o café da xícara, sento para comer o pão, e ela deixa uma caneca perto do meu prato.

- Toma, coloca leite.
- Vó, eu já tomei caf...
- ISSO NÃO ALIMENTA. Coloca leite.

Depois do café da manhã, eu levanto, vou até a pia da cozinha, pego a esponja e o detergente e ela pergunta novamente:

- O que tu estás fazendo?
- Tô me preparando pra ver televisão, vó. Eu sempre vejo tevê segurando uma esponja cheia de detergente.
- Sai daí, não precisa lavar a louça!!!

Ah, e adivinhem se ela deixou eu tomar banho logo depois de ter comido o almoço... Adivinhem...

- MAS, GURI, TU ACABASTE DE COMER! VAI TE DAR UM REVERTÉRIO!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Doutor, saúde, por favor.

Doutor, por favor, invente uma maneira para que eu consiga sobreviver a PASTEURIZAÇÃO.

Porque, doutor, é inverno. E, no inverno, deveria estar fazendo frio.

Mas isso é mentira. ESTÁ QUENTE, doutor. Está fazendo calor. E aqui dentro de minha casa também.

Então as pessoas não sabem como agir. Muito menos eu. É inverno? Mas tá quente? Então, se está quente, vamos ligar o ar condicionado para fazer frio. Então eu passo do frio para o calor, do calor para o frio, vice-versa, versa-vice, et cetera e tal.

Não é assim que funciona a pasteurização?

Resultado: aqui estou, novamente, pingando pelo nariz. Lembra da Nair Bello, doutor? Minha voz está igual à dela.

De novo.

Em menos de um mês.

Invente uma pílula, sei lá, doutor. Algo que me ajude a sobreviver a pasteurização.

(Tentei pesquisar a regência verbal de "sobreviver", mas meu nariz não me deixa fazer muita coisa. O tempo de cabeça baixa, olhando para a tela do computador, é curto. Lá vou eu, levantar esse maldito nariz. Ah, já sei: vou tampar minhas narinas com papel higiênico e ficar feito um cadáver. Que beleza.)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Depois do sucesso de "QUEM MEXEU NO MEU QUEIJO?"...

...vêm os livros destinados a serem best-sellers de várias e várias gerações! Com vocês...

"MAS QUE MERDA É ESSA NA MINHA MESA, HEIN???"

e

"QUEM FOI O CÃO, OU A CÃ, QUE PEGOU O QUE TAVA NA MINHA MESA, HEIN???"

...

Canetas, grampeadores, perfuradores de papel, mouses, teclados, rolos de fita durex, tesouras, bloquinhos amarelos de post-it e demais materiais de escritório desenvolvem, com o tempo, PERNAS. E eles aparecem e desaparecem assim, sem mais, nem menos, na sua mesa. Não adianta colocar o seu nomezinho na sua caneta. Não adianta marcar o grampeador da Mariléia com Errorex. Não adianta fazer xixi à volta de sua mesa para demarcar território. Seu material de escritório tem vida e vontade própria. É inexorável. Relaxe e goze. Não adianta.

Numa livraria perto de você!

domingo, 20 de junho de 2010

Dá-lhe, Dunga!

Dunga, sou teu fã, cara.

Sou mesmo. Tô de saco cheio de ver todo mundo te criticando gratuitamente - bem, não sei se é gratuitamente. Acho que tu pareces aqueles guris no colégio, cujos apelidos pegam, caem na boca do povo, simplesmente porque eles se irritam quando são chamados de tal forma. E isso, acho, é o que acontece com a imprensa. Ela pega no teu pé, tu te irritas, e aí ela pega no teu outro pé. É chato.

Eu não sei o que tu tens que provar pro Brasil. A mais, quero dizer. Pegaste uma Seleção Brasileira desmotivada em 2006. Era um bando de velhos gordos sem tesão - com suas exceções, claro - e tornaste esse bando em um grupo que, pasmem, tem orgulho de estar ali.

Sei lá se eu sou inocente demais - tem gente que já me disse que sou -, mas hoje eu vi o Maicon abraçando o Lúcio e o Júlio César, os três campeões da Europa, os três riquíssimos, e os três emocionadíssimos durante um jogo da Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo. E achei aquilo, com o perdão da redundância, emocionante.

O time não está jogando bonito? E o que é bonito, então? Ganhaste, desde 2006, TUDO com essa Seleção. Falta ganhar a Copa do Mundo, nem sei se vocês vão ganhá-la, futebol é isso aí, mas o time está indo no caminho certo. Espetáculo? Minha humilde opinião é a seguinte: o que adianta dar espetáculo e morrer na praia com três gols do Paolo Rossi?

Quero ver se Portugal vai ganhar da Coreia do Norte. Sim, a Coreia do Norte, essa que muitos chamavam de timeco, que muitos achavam que seria fácil de ser batida... Vamos ver como os patrícios vão se sair amanhã.

Cadê a Espanha? Perdeu pra POTÊNCIA MUNDIAL FUTEBOLÍSTICA Suíça. A Alemanha? Perdeu pra outra potência, a Sérvia (foi a Sérvia? Nem lembro qual era a potência)...

Dá-lhe, Dunga! Estamos no caminho certo.

sábado, 19 de junho de 2010

Bom em quê?

Outro dia eu estava fazendo a seguinte pergunta a mim mesmo enquanto pessoa individual humana:

- Hãã... Eu sou bom em que, hein???

É porque, olha só, eu sei fazer um monte de coisas tipo cozinhar, escrever, jogar futebol, andar de bicicleta, jogar videogame, batucar samba/axé/heavy metal/rock progressivo nas mesas de bar...

...mas nada disso eu faço de uma forma que me destaque do resto das pessoas!

Eu sou bom em quê? Mas que merda! Será que eu estou destinado a fazer parte da maioria, da média?

Minha vida tem me mostrado isso, desde o início. Lembro da última prova de Direito Civil V na faculdade... Estávamos no último ano e incomodávamos todo e qualquer professor que OUSASSE nos aplicar uma prova - ora, bolas! Já estávamos no último ano! Já sabíamos TUDO! Como assim, aplicar uma prova? Então, depois de termos passado o ano inteiro dizendo isso para o professor de Direito Civil, ele nos presenteou com uma prova que continha uma única questão:

"Quanto você acha que deve tirar nesta prova? Justifique sua resposta."

Cada aluno que recebia sua prova começava prontamente a rir. Foi muito engraçado.

A minha resposta foi a história da minha vida: mereço tirar um 7, pois essa é a média, e eu nunca saí dela. Falto todas as aulas que posso faltar - maldita cerveja, me fazia perder muitas aulas na faculdade -, tiro as notas que não me fazem reprovar... Enfim: sou um aluno na média.

Resultado: recebi nota 7, com louvor.

Maldita média. Quando eu vou descobrir que eu faço algo acima dela?? Eu sou bom em que, hein??

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Éééééé...

É COPA DO MUNDO, AMIGO!!!
Eu sempre me pergunto se ser um cara legal vai me levar à "falência".
Se ser um cara legal é o errado.
Sabe?
Às vezes me vem à cabeça a ideia de que elas querem aqueles bem filhadaputa mesmo, que elas estão à procura daquele cara que vai acabar com a vida delas, causar transtornos, trazer tristeza, trazer baderna, loucura, etc.
Bonzinho só se fode.

terça-feira, 8 de junho de 2010

As Aventuras das Pessoas Muito Foda

- Senhor Doutor Professor Matusalém Pereira de Alcântara Machado Pimba, PhD em Culinária Alternativa para Pigmeus da Costa do Marfim, Senhor Doutor Professor Eusébio Miranda, catedrático em Bombas de Hidrogênio, Mísseis, Palitos de Fósforos de Cozinha e Traques de Festa Junina, Senhor Doutor Ulisses Vieira, que não é Professor, mas é pós-pós-Doutor, praticamente um marciano, até, diria eu, em Assuntos Enigmáticos das Dores Causadas por Chutes no Testículo Esquerdo, senhores alunos, que um dia serão tão foda quanto estes seres que compõem a mesa comigo, senhores pais, mães, demais Senhores Doutores Professores, e pessoas que, sabe-se, não chegarão a tal nível de fodismo quanto nós, como as faxineiras, cozinheiras da escola, vigilantes, telefonistas e afins... Dou início aos debates do simpósio deste ano e...

- Eu sou foda também! - disse a faxineira.

- A senhora fala Alemão, como nós?

- Falo!

- Aramaico Antigo?

- Falo!

- Flamengo?

- Sou Vasco, mas falo Flamengo também!

- A senhora passou oitocentos e trinta anos estudando as variações da influência da maré vermelha no desempenho dos sopradores de oboés, como nós?

- Duas vezes! Uma, aliás, devo dizer, foi quando me foi conferido o grau de Bacharela em Geomática Estroboscópica!

- Ooooohhhhhhhh... - suspiraram os componentes da mesa.

- A senhora pode compor a mesa, por favor. Teremos prazer em tê-la conosco.

- Não. Prefiro limpar o chão, obrigado. Mas vê se não suja muito, tá bem? Já vi que um de vocês deixou uma cueca toda cagada lá no banheiro de vosso gabinete. Onde já se viu? Tanto estudo e não conseguem nem cagar no vaso, porra!

"O que é de interesse coletivo de todos nem sempre interessa a ninguém individualmente." (Autor desconhecido. Ou não.)