quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Re-voltando

Agora, falando, ou escrevendo (dá pra falar escrevendo? Ou só se DIZ escrevendo?), de casa. Finalmente.

As necessidades desnecessárias são um grande problema da humanidade moderna. Antigamente a Maria, toda suja do dia na lide na lavoura, tinha que tomar banho de caneca furada, pois não tinha chuveiro com água encanada. Quando inventaram tal revolucionária cousa, a Maria nunca mais quis a canequinha com a qual lavou seus cascões desde os idos de mil e oitocentos e guaraná com rolha. O chuveiro, portanto, é uma necessidade necessária.

A não ser que tu curta banho de banheira. Claro.

A Internet pode ser vista como uma das necessidades desnecessárias, dependendo do ponto de vista. Eu passei quase um mês sem ter esse serviço em casa e não morri. A abstinência me corroía por dentro nos primeiros dias, mas aí fiz algo incrível: coloquei a leitura da Rolling Stone Brasil em dia. Já acumulava três edições da revista e a falta de Internet em casa me fez LER. Simples: deitava na cama e lia, algo que eu não fazia como costume há tempos.

Tudo bem, a Internet é um mamão na roda. Tem muita informação, tem muito conteúdo útil online, mas vamos ser sinceros: 99% das pessoas usa isso aqui pra BOBAGEM (não, peraí, ler este blog não é bobagem!! Peralá, porra!). Eu confesso, sou adepto do ócio criativo e encho meu tempo livre com muita e fértil merda.

Na minha opinião, a Internet ainda - e esse "ainda" vai durar pouco tempo, acho - não é indispensável. Daqui a pouco teremos muito mais conteúdo online - a Google já tem editor de texto online, por exemplo. Tu não precisas ter o Word instalado no teu micro -, mas, por enquanto, dá pra viver sem ela.

Mas EU não consigo.

Maldito vício.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Pra Amanhã


Como a aurora precursora
do farol da divindade,
foi o Vinte de Setembro
o precursor da liberdade.

Mostremos valor, constância,
nesta ímpia e injusta guerra,
sirvam nossas façanhas
de modelo a toda terra.

Mas não basta pra ser livre
ser forte, aguerrido e bravo,
povo que não tem virtude
acaba por ser escravo.

Mostremos valor, constância,
nesta ímpia e injusta guerra,
sirvam nossas façanhas
de modelo a toda terra.

Burocrata

burocrata
burrocrata
escravocrata
lentocrata
idiocrata
bestocrata
merdocrata
chatocrata
enrolocrata
devagarquaseparandocrata
controlaocontroledocontrolecrata
cadêoprotocolodoprotocolo?crata
fazplanilhadaplanilhadaplanilhacrata
vamo, merdocrata!
vamo, burrocrata!
te mexe!
sai desse marasmocrata!!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Diário do Cocô

(Uma homenagem à escatologia.)

Certa vez eu estava em uma excursão do colégio para São Paulo. Fiquei armando AQUELA bomba dentro do intestino, mas não a detonava pois estava com vergonha. O povo ainda estava todo acordado e certamente a detonação traria um fedor sem igual para o ônibus. Preferi aguardar a madrugada para fazer o special delivery no paupérrimo vaso sanitário do veículo.

Vamos falar sério: esses banheiros de ônibus/avião são ridículos. Aquele gelzinho que sai quando se dá a descarga é pífio, e nenhum cagalhão que se preze vai no papo dele. Infelizmente, eu não havia pensado nisso quando resolvi depositar o fruto da minha comilança naquele banheiro.

O pessoal dormiu e eu vi: "a hora é essa". Fui até o banheiro e fiz o serviço. Na hora do gelzinho, o cocô ficou lá, impávido, olhando pra mim como se estivesse rindo da minha cara. "Não vai dar, Doutor. Só com esse gelzinho, eu não vou!"

Tentei por diversas vezes atirar mais gelzinho na merda, mas sem efeito. Aliás, o cocô parecia gostar daquilo. Fiquei pensando no pessoal, que logo depois iria acordar e, ao tentar usar o sanitário, veria aquele filho bastardo de alguém pairando sobre a privada. "Não, isso não vai acontecer", pensei, e, no maior esforço em prol da coletividade, enrolei papel higiênico nas minhas mãos e parti o fedorento infeliz no meio, atirando cada metade para seu destino final.

Depois de ter salvado o dia - e lavar as mãos, claro - fui dormir, com a sensação de dever cumprido.
O Zé amava a Tereza. A Tereza, que tinha uma perna maior do que a outra, capengava de lá pra cá pela cidade, todo mundo a avacalhava, todo mundo ria da cara, melhor, das pernas dela, mas o Zé não se importava. Ele amava aquela capenguinha, como ele carinhosamente gostava de referir-se a ela, e não importava se uma perna era maior do que a outra, e esta outra era menor do que aquela. A diferença era de uns trinta centímetros, mas quem se importa? O amor é maior do que meros centímetros imbecis. O Zé tomou coragem, a Tereza ainda sequer suspeitava daquele amor incondicional, e resolveu declarar-se pra Tereza. Antes de ir falar com ela, porém, descobriu que ela tinha arrancado os sisos, os quatro sisos, e infelizmente o dentista arrancou uns três ou quatro dentes dela por engano, antes de arrancar os sisos. A Tereza ficou mais ou menos só com os atacantes, pois a defesa o dentista, que, diz a lenda, encontrava-se ébrio, arrancou toda. Mas isso não importava pro Zé. Ele amava aquela banguela capenga. Outro fato que antecedeu a declaração do Zé pra Tereza foi que uma amiga em comum falou pro Zé que a Tereza usava peruca. Relatou a moça que a Tereza teria o mesmo mal do Esperidião Amim, e nasceu pelada feito uma bola de bilhar. Mas esse mísero detalhe não fazia o amor do Zé diminuir. Ele amava demais aquela careca banguela capenga. Só que antes disso tudo, a mãe da Tereza ficou sabendo do interesse do Zé por sua filha e achou melhor avisar para o rapaz que a Tereza usava um olho de vidro desde os quinze anos de idade. Rá! Isso não adiantou nada. O amor do Zé só aumentava quando ele via aquela caolha careca banguela capenga. Pois tomou a tal da coragem e declarou-se pra Tereza, que finalmente disse:

- Leve-me ao seu líder, terráqueo.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Leigo e Surdo

- Teve gre-nal ontem, é?? Quanto foi?
- 1x0 pro Grêmio.
- O Inter ganhou?
- 1x0 pro Grêmio.
- Quem ganhou?
- O Grêmio.
- De quanto?
- 1x0.
- Ah, tá, eu não me ligo muito em futebol...

Meia hora depois:

- Fulano, quero ver se tu entendeu. Quanto foi o gre-nal de ontem?
- Sei lá! Eu não me ligo muito em futebol!!

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Lulês

Outro dia eu tava vendo o noticiário - quem não tem TV paga tem que ficar vendo essas coisas - e vi que o Lula está vendendo o etanol pra países na Europa.

E isso sem falar um ai de Inglês ou de outro idioma do Velho Continente!

Aliás, nem Português ele fala! Ele fala Lulês!

Fim, porque o Lulêf é um idioma muito diferente do Portuguêf. A vente fala com uma língua preva e mexe ôf lábio de forma diferente das ôtra peffoa. Iffo fem menfionar que a vente não prefiva uvá o plural, o que torna o Lulêf muito mai fáfil de fê falado. E fó falado, porque ele não prefiva fer efcrevido nem lido. Afinal de contaf, como eu vi no filme dof Fimpfon (aquele do Homer Fimpfon!), o Lula foi eleito pra liderá, e não pra lê e efcrevê.

Como é que estão entendendo esse indivíduo lá fora??

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Morar em cidade pequena tem suas vantagens. Outro dia eu tinha que comprar um transformador de 3000 watts pra poder ligar a máquina de lavar roupas, que é 110V, nas tomadas de 220V aqui em casa. Não encontrava em lugar algum - o que é uma das DESvantagens de morar em cidade pequena. Não é qualquer lugar que tem o que tu precisa, na hora em que tu precisa.

Na semana passada uma colega, depois que eu expus tal problema a ela, me indicou uma loja e me deu o telefone de lá. Liguei e o dono atendeu.

- Bom dia, amigo. Eu quero comprar um transformador pra minha máquina de lavar roupas. Tem que ser um de 3000 watts, e eu simplesmente não encontro um assim por aqui. Será que vocês têm aí?
- Sim... sim... - pausa.
- ...? Alô?
Mais pausa. E eu já achando estranho.
- ALÔ?
- Onde o senhor mora?
- Hein? O que isso tem a ver?
- É na Antonio dos Anjos?
- ?!?!?! SIM, É. COMO É QUE TU SABE???
- Ah, é que uma moça acabou de vir aqui e comprou um transformador igual, e me contou a mesma história que o senhor contou agora!

A patroa já tinha comprado um! Nem precisei falar com ela. Sensacional.

Depois, na mesma manhã, liguei para o meu banco, para informar a mudança do meu endereço.

- Oi. A minha conta é xxxxxxxx (não, não é "xxxxxxxx", viu? Mas eu não sou imbecil e não vou colocar minha conta bancária aqui! DÃÃÃÃÃ...). Quero informar a troca do meu endereço pra...
- ...Rua Antonio dos Anjos?
- PORRA, TCHÊ, COMO É QUE TU SABE?!?!?!

O cara já sabia. Como, eu não sei. Tem um Big Brother aqui em Pelotas. Ou eu sou esquizofrênico, sei lá.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

De volta...?

Mudanças são chatas.

A gente gasta um monte de dinheiro que não gastaria se tivesse ficado no local original. E é troca de celular pra cá, é instalação de sei lá o que pra lá, é encheção de saco prum lado, encheção de saco pra outro.

E é algo que demora. Temos caixas pra tudo quanto é lado do apê. Há salas onde o trânsito é quase impossível. Mas tudo bem, numa hora acaba.

E se eu não emagrecer agora, não emagreço jamais. Tô subindo e descendo escada - estamos morando no quarto andar de um prédio sem elevador -, trazendo coisas pra cima e para baixo.

A transportadora que contratamos cobrou caro, mas cada centavo valeu a pena. Pena, aliás, foi o que me deu em relação aos caras que fizeram a mudança. Levaram nas costas coisas como máquina de lavar roupa escada acima. Quando eles chegavam no topo da montanha - a nossa sala de estar -, eu não tinha coragem de olhar pra cara deles.

MAAASSSS... tô pagando, que que eu posso fazer. Eles que façam o trabalho deles.

Mais: pensei em ganhar dinheiro. Por dois lados: vou abrir uma ACADEMIA DE MUDANÇAS.

A pessoa que quer entrar pra academia pra fazer exercícios físicos vai me pagar uma mensalidade. E qual vai ser o exercício? Fazer a mudança de outras pessoas que me contratarem como transportador!

Xii... essa idéia é tão boa que eu não deveria estar publicando aqui na Internet...

"O que é de interesse coletivo de todos nem sempre interessa a ninguém individualmente." (Autor desconhecido. Ou não.)