sexta-feira, 30 de julho de 2010

Trechinho do meu "livro"

Muita gente diz que pessoas que nunca tiveram um animal de estimação certamente passaram por infâncias tristes. Eu não consigo entender o porquê de tal afirmação, pois nunca tive um bichinho e nunca senti falta de um. Na casa de meus pais não havia lugar para animais (fora meu irmão e eu), fomos criados dessa forma, então realmente nunca tivemos aquela ânsia infantil de ter um cachorrinho ou um gato, um passarinho, uma lontra, uma jaguatirica, um mamute, um crocodilo, uma preguiça ou outro bichinho qualquer – tenho duas primas que já tiveram, pelo o que recordo, todos esses bichos aí...

E também não pretendo dar bichos de estimação aos filhos que eu porventura tenha no futuro. E espero que eu não troque de ideia no caminho até esse futuro, porque o que dizem é cruel: pai e mãe não têm escolha; quando os filhos nascem, a vontade dos pequenos habitantes da casa impera. Será? Será que serei derrotado por um filho que chora desesperadamente por um animalzinho?

Um colega bateu o pé e decidiu que em sua casa não haveria espaço para esses bichos. Seus filhos, pelo o que sei, não reclamavam por causa da falta de um animal de estimação, mas foram pegos de surpresa durante um almoço. O pai levou a família a um restaurante considerado chique na cidade. Pediram comida demais e, na hora de pedir a conta, sua esposa ficou sem jeito de pedir uma “quentinha” ao garçom, para que pudesse levar a sobra para casa.

- Deixa comigo. Eu já sei o que vou dizer pra ele – afirmou o confiante marido.

O garçom aproximou-se da mesa para retirar os pratos e o pai da família pediu:

- Moço, por favor, pode colocar o resto da comida em uma “quentinha”? Vamos levar para o cachorro...

Os filhos não conseguiram conter sua felicidade e gritaram:

- VIVA! O pai vai nos dar um cachorro!!!

A grande maioria dos proprietários de animais de estimação cria cachorros e gatos. Meu primo tinha uma galinha de estimação. E o nome da galinha era Frango. Grande nome! Simples, curto e grosso, não tem como esquecer. “Qual é o nome da tua galinha mesmo?” “É Frango.” Mais fácil ainda seria se ela se chamasse Galinha.

(Parêntese: o nome mais estranho dado por alguém que eu conheço a algo que estimava muito era o da bicicleta de um amigo meu. Pedro, a bicicleta. Jamais entendi como ele chegou a esse nome. Vai saber! Talvez a bicicleta descendesse de longa linhagem de bicicletas portuguesas. O pai dela só podia ser João, a bicicleta. O amigo deveria, então, se a razão do nome era realmente essa, ter chamado sua bike de “Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon”.)

Meu avô, assim como meu primo, resolveu sair do eixo cachorro-gato, e tinha um cabrito de estimação. E o nome dele era “Mé”. Analiso o porquê do nome. “Mé”, segundo os ensinamentos dos bebuns de plantão, não significa “cachaça”? Mas meu avô era criança pequena quando tinha esse cabrito, então não deveria ser um cachaceiro nesses tempos – assim espero! Então, já entendi. Onomatopeia. O cabrito faz “mééééé”, e vovô, gênio da raça, batizou o bicho em homenagem ao som que ele emitia.

O Mé era o melhor amigo do velho (na época ele não era velho, obviamente!). Era seu companheiro. Fiel, justo, como todo cabrito de estimação. Certo dia, meu avô tinha ido para a escola. Quando voltou, feliz da vida, cantarolando, aproveitando sua inocência infantil, notou aquela tradicional fumaça saindo da chaminé da churrasqueira de seu pai. “Oba! Tem churrasco!”, pensou.

Foi até o quintal e a família estava pronta para devorar a churrascada. Ganhou, logo quando sentou-se à mesa, uma lasca daquela carne tenra e macia, que girava e girava sobre aquela brasa fumegante, sendo lambida por labaredas intermitentes... E mastigou. E mastigou. E repetiu. Ótima carne.

- Mãe, do que é esta carne? – perguntou à minha bisavó.

- De cabrito.

Ele, então, deu-se por conta. Havia comido o Mé. Seu grande amigo.

Até que ponto a amizade com os bichinhos impera? Deveria, então, meu avô ter vomitado a carne de seu grande amigo e dar a ele o que realmente merecia, ou seja, um enterro decente?

Era o que todo cabrito fiel mereceria. Ou não?

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Geraldo, o Bom

Dotado de inigualável postura bovina, Geraldo, que não era mau, entrou no pub e pôs-se a paquerar as damas.

Convidou a primeira para um fim-de-semana em Gramado, o que foi recusado. A segunda, que havia se tornado quase que de forma instantânea o amor de sua vida - ele já podia ver-se acompanhado de tal donzela, ambos com tradicionais roupas de turistas bovinos, explorando as pirâmides do Egito; podia ver o futuro casal cortando o bolo do casamento; a noite de núpcias; a formatura do filho mais velho, que foi para a faculdade paga, porque era a melhor, todos fizeram um esforço hercúleo, mas valeu a pena -, mandou ele catar coquinho no asfalto quente. A terceira foi eleita a "genra que mamãe pediu aos céus", e o elegeu a "anta radiativa manquitolante 2010"; a quarta lady, Quitéria, que não era flor que se cheirasse, pois fedia, fedia, sim, dizem que mulher não fede, mas até, pasmem, flatos ela soltava - coisa que mulher não faz também, dizem -, com suas rodelinhas de pizza entre as axlias pensou que, não sendo ela mesma a bolacinha mais recheada do pacote, o último bombom da caixa, a gota d'água final do deserto, aquele ser radiativo e manquitolante até poderia levá-la com graça e dignidade para um fim-de-semana em Gramado, mesmo sem cometer um ato de maldade sequer.

Na semana seguinte, Geraldo disse "eu te amo". Quitéria foi sair com o padeiro, que desferia tapas que "até que não doíam tanto".

Uma nova frase...

- Nelsinho, uma nova frase.
- O menino mora no copázio.
- Hã?
- O menino mora no copázio.
- Eu pedi uma frase com exemplo de aumentativo, Nelsinho.
- Copázio não é aumentativo de copo, profa?
- É, mas essa sua frase não tem nexo. Que menino moraria em um copo grande?
- O Carlos, ó! Ele mora no copázio.
- Topázio! Meu edifício se chama Topázio, panaca!

-------

- Maestro, uma nova nota.
- FOM.
- The Great Gig In The Sky, do Pink Floyd, tocada por uma vuvuzela!

-------

- Vai bater a falta de novo. Só mais uma vez.
- Seu juiz, eu errei a falta. Bati pra fora. É tiro de meta.
- Vai bater de novo, rapaz. Aquele cara, do outro time, enfiou a orelha na bola, e orelha não pode. Todo mundo sabe que orelha não pode.
- Mas não bateu nele, nada, seu juiz. Eu vi. Dei um bico na bola e ela saiu.
- Orelha. Não pode. Orelha é foda, rapaz. Bate a falta de novo, vai. Agora vê se acerta.

-------

- Amor, me dá uma nova chance.
- Nem a pau. Você é bonzinho demais.
- Bonzinho demais? Então não é bom ser bom?
- Isso mesmo. Não é. Bonzinho demais.
- O bom é ser mau?
- Tem que ser um mix, sabe, Geraldo? Tem que ser um mix de bom e mau.
- Então vem aqui, que eu vou roubar a sua bolsa!
- Não, não é isso.
- Passa a carteira, vaca!
- Ai, Geraldo, tá mau demais.
- Calaboca e entra no carro! Perdeu! PERDEU, PREBÓIA!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Eu ia escrever sobre um assunto, mas eu o achei meio nojento. Já basta a mulher do cara daquele post prevendo o futuro alheio a partir do cocô. Basta, também, a diarreia que me atacou "os intestino" no sábado e o domingo, e que só foi estancada com OITO comprimidos de Imosec - geralmente eu tomo UM e fico quase dois dias sem "ir aos pés" (e o copyright vai pra minha avó!), imagina o que tava acontecendo comigo se eu tive que tomar oito. Também não vou contar sobre o que tá acontecendo com a minha narina direita. Meu nariz, que não serve pra muita coisa além de carregar os meus óculos, tá ficando meio estranho no lado direito e respirar tá ficando mais difícil ainda.

Mas, peraí, já tô descambando pra assuntos nojentos.

Deve ser porque eu sou um cara nojento, ora, essa. Vai saber.

Nah, não sou, não. Eu sou limpinho. Sou.

-------

Eu fico irritado com salgadinhos sabor "pizza", ou "churrasco".
Assim, ó. PIZZA DE QUÊ? CHURRASCO DE QUE, meu amigo?
Eu, gordo, vejo GRANDE diferença nisso.

-------

Por falar em pizza, outro dia eu comi uma pizza feita com mortadela Ceratti, a mesma usada pra fazer o fabuloso sanduíche de mortadela do mercadão de São Paulo. Pensei "eu gosto de pizza. Eu gosto de mortadela. Será que vão dar certo juntos?" e pedi. Deu certo. Pra mim, pelo menos, deu.

Pensando de tal forma, eu também gosto de pudim de leite e gosto de feijão. Juntos não dariam certo.

Se você gosta de feijão com pudim de leite, saia daqui. Já. Vá ler outra coisa. Já.

-------

Vou lá comer mais canja de galinha.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

- É tão bom quando nossos filhos vão dormir na nossa cama! Fica quentinho... Mas só tem uma coisa, né: eles são pequeninhos, então a gente não consegue se mexer muito, porque fica com medo de machucá-los. Vai que eu quebro um braço da minha filha, tadinha... É aquele sono que não fica profundo, pois estamos sempre alertas.

- Pô, parece quando eu durmo bêbado, segurando um copo de cerveja! - falei.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Chocolate Quente II, a missão.

(Se você não leu este post, escrito no ano passado, leia. É a parte I, o Chocolate Flamejante.)

Estava eu louco por um chocolate quente em um dia de frio desgraçado como hoje. Não, isso não aconteceu hoje, mas hoje eu tive a mesma vontade que tive naquele dia, e naquele dia eu FUI tomar um chocolate quente, e hoje eu NÃO FUI tomar, o que me deixa entristecido, e...

...enfim, segue o texto, caramba! Tá, vou seguir.

Entrei na doçaria (que aqui em Pelotas é doçAria, e não docEria, eu não sei o porquê) maluco por um chocolate quente, e não havia mesas, e tava tudo lotado, mas aí vi que o andar de cima existia - RÁ! UM ANDAR DE CIMA! VAMOS PARA LÁ! -, fui para o andar de cima, estava tudo lotado, mas uma mesa estava prestes a ficar vaga, então houve espera, e o chocolate quente não vinha, mas que coisa, estava demorando demais, vou embora, fico, saio, espero esse maldito chocolate, e a mesa vagou. Pronto. Vem, depois de muito tempo, o garçom, que pergunta:

- O que vocês querem?
- Eu quero um chocolate quente - pedi, finalmente.
- O mega, o grande, ou o pequeno?
- Qual é o maior? O mega, né?
- É.
- Me dá um mega.
- Com ou sem gemada?
- Com gemada, claro.
- Com merengue ou sem merengue?
- Claro que com merengue!
- E o senhor quer que...
- Meu amigo, meu amigo, olha só: TODAS AS GORDICES POSSÍVEIS que vocês conseguirem colocar nesse chocolate quente eu quero. Todas. Tipo assim... TEM BACON? Põe. Põe bacon.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Eu deveria dormir.
Amanhã (hoje, né. Já é hoje) eu tenho que ir trabalhar cedo.
Meu afilhado nasceu hoje (ontem, pô. Já é ontem) e eu fiquei pensando na minha vida. Eu quero ter filhos, já estava pronto pra ter filhos desde algum tempo, e sempre disse que, se eu pudesse escolher, eu queria ter uma filha. Já tenho até nome escolhido pra ela.
Mas o tapete foi puxado, o "divórcio" foi consolidado, agora tenho que encontrar outra mãe pra minha filha, tudo bem, tudo bem, parte-se pra outra.
Entretanto...
Tu achas que este é um post sério, né?
Tá parecendo, né?
Mas não é. Nem tanto. Quer ver?
Eu tenho que dizer que É MUITO MAIS LEGAL comprar presentes pra um menino.
Muito mais.
Porque o meu afilhado, coitado, não vai ter presentes "dele", sabe? Ele vai somente deter uma simples POSSE dos brinquedos que o pai dele e eu repassarmos pra ele. Porque nós vamos comprar esses presentes pra NÓS MESMOS, crianças grandes que somos, e, porque somos benevolentes, pessoas "bambas de verdade mesmo" (e o copyright vai pra Regina, pois essa expressão é dela!), vamos deixar o guri utilizá-los. Posse e usufruto. Mas se não usar direito, olha lá, hein?! Vai ter que devolver pro pai e pro dindo!
Eu lembro de estar na extinta (?) Casa dos Presentes, em Rio Grande, com uns 8 ou 9 anos de idade, segurando em uma mão o He-Man e, na outra, o Esqueleto. Meu irmão, mais novo, me olhava dizendo "tá, e agora, o que a gente faz???". Acho que a ideia foi do meu pai: par ou ímpar. o vencedor fica com o bem. Não sei se hoje eu jogaria pelo bem (ai, malvaaaado!), mas naquela época o "cool" era ser do bem.
Eu ganhei o par ou ímpar. Ganhei o He-Man. Meu irmão, consequentemente e sem trema, ficou com o Esqueleto e sua gangue do mal.
E depois cada presente devia ser balanceado. Um ganhava o Gato Guerreiro, o outro ganhava o "bicho do Esqueleto" (não lembro se aquele bicho tinha nome); um ganhava a nave do bem, o outro tinha que ganhar uma nave "malígrina" (será que naquela época eu já achava a Teela e a Maligna gostosas? Porque hoje eu acho. Hm. Declaração DEVERAS nerd. Entendi.).
O Castelo de Grayskull era dos dois. Claro, pô. Não havia um castelo pro Esqueleto, então era dos dois, e todos moravam lá, bons ou maus, em perfeita harmonia.
Acho que não teria tanta graça comprar uma... ahn... não sei quais são as "bonecas do momento"... uma Moranguinho? Moranguinho tá valendo? Tá, a Barbie, então. A Barbie nunca sai de moda. Acho que não teria tanta graça comprar uma Barbie pra uma afilhada ou para um filho. O Homem-Aranha e o Batman são muito mais legais.

(Que a minha filha nunca leia este texto. Se um dia ela vier pra minha vida, é claro.)

terça-feira, 20 de julho de 2010

- A sua mulher vai o quê?
- Vai trocar de carreira.
- "Carreira"... Essa palavra é meio forte, não é? Parece que a pessoa é famosa pelo trabalho que faz, sei lá.
- Tudo bem, ela nunca se destacou no meio dela, então, pela sua interpretação, não dá pra chamar o que ela fazia de "carreira"... Mas acho que agora, vai!
- Vai, é? Ela é boa na nova lida?
- Ô, se é.
- E o que ela vai fazer, hein?
- Vai prever o futuro.
- Hmmmm. É. Prever o futuro.
- Sim.
- Profissionalmente.
- Isso mesmo. Será algo tipo uma Mãe Dinah, mas só que com 100% de acertos!
- Certo. Prever o futuro. E como ela vai fazer isso?
- Ela lê o cocô das pessoas.
- Hm. Cocô. Ela lê cocô. Entendi.
- É! 100% de acertos.
- E como isso funciona? Ela pega o cocô, "lê", e fala o que vai acontecer com quem produziu aquilo?
- Ahn, não sei direito, mas deve ser isso.
- E o cocô tem que ser fresco, recém parido, ou a pessoa pode, não sei, embrulhar e mandar por sedex pra sua mulher...?
- Bem pensado.
- Poderia ter serviço de tele-busca!
- É...
- Um "tele-cocô", ou um "disque-merda"...
- Certo...
- Acho que o nome do negócio poderia ser "Vai Dar Merda" ou algo do gênero!
- "Ou não"!
- Hã?
- Porque ela pode prever o contrário, né? Assim seria "NÃO Vai Dar Merda"...
- Ué, mas sempre vai ter merda envolvida. Não vai?
- É. Vai.
- Então, oras! Vai dar merda de qualquer forma.
- É. Que merda...

sábado, 17 de julho de 2010

Papo de Maluco

(Esse papo aconteceu, minha gente. Em uma lista de discussão da qual eu participo. Eu não conseguiria inventar tudo isso.

Eu ri ao ler isso tudo. Não sei se tu vais rir também, mas eu ri.)

(Primeiro e-mail:)

Vi ontem aquele filme sobre o cachorro que espera o dono na estação de trem mesmo depois da morte do dono.
Muito bom o filme, mas muito triste!
Quem gosta de cachorro se emociona muito.
E o mais punk é que a história é baseada em fatos reais.
Nessa baixa de bons filmes, recomendo!

-------

(Segundo:)

Não tinha sido determinado que é proibido falar sobre filmes de cachorro na lista?
Dignidade, gente. Por favor.

-------

Ai, desculpa, eu não nasci no berço da malandragem, não acho Chico Buarque o messias no novo milênio, Bob Dylan pra mim é um véio sem voz e Beatles um bando de boyzinho mimado, então eu acho que posso gostar de filmes de cachorro.

-------

Há de fato coerência no discurso.

-------

(Um terceiro entra no papo:)

HAUhuahuhauhauhUHAhahauhua
Hoje é quinta minha gente... QUINTA.
E tá frio pra cacete!
Porra.

-------

(Eu:)

Acho que hoje tá mais frio do que ontem.
RANHO. Viva o ranho. Tô cheio de ranho. Tô MACIÇO por causa do ranho. Por todos os meus lados sai ranho.

-------

(O segundo responde o comentário do terceiro:)

Graças a Deus.
Especialmente pela chuva. Aqui no Rio tava insuportável o clima. Seco demais. Olho ardendo o tempo todo e alergias em ritmo de festa.
Mas nada disso é pior que filme de cachorro.
Filme de cachorro é inaceitável.
O único cachorro decente na história do cinema aparece no filme Gladiador.

-------

(Outra pessoa entra na discussão:)

Como assim? E o K9?

-------

(Eu:)

E a Lassie, porra? A Lassie, que salvou tanta gente em seus filmes?
Não esqueçamos do Rim-Tim-Tim, cujo nome eu nem sei se é escrito assim.
Plim-plim.

-------

(O terceiro sai do assunto "filmes de cachorro" para falar sobre o frio. E algo a mais:)

Ontem aqui tava foda.
Hoje até tá mais tranquilo... bem que podiam instalar lareira em zona. Sei lá, pensei nisso agora.
Esquentar os pés na lareira enquanto pago uma dose, e ao fundo rolando Beyoncé.
E sempre, SEMPRE, tem uma puta que acha que é a própria, e começa a dançar e fazer caras.
Por Deus, eu só quero pagar a minha dose em paz.

-------

(Outro adentra a discussão:)

Tô com o Zé nessa. Filme de cachorro é doído. Mas gosto dos bichos.

-------

(Quem começou a discussão continua defendendo os caninos:)

Rin-Tin-Tin, Lassie, BENJI (o mestre das tardes de domingo!!!!), K9, K9000, 101 Dálmatas, o poodle "from hell" de "Let The Right One In".
E não esqueçamos do Marley! Hahahhaa!!!

-------

(Eu respondo:)

Caramba, o Benji! que merda! HAUHAUAHUHA!
Peraí, peraí. Vocês não entenderam. Eu estou sendo sarcástico.
Fazer menção honrosa ao Rim-Tim-Tim é foda!
Mas agora tem o filme do cachorro Marmaduke, dublado pelo Owen Wilson, que é amigo do Ben Stiller, que um dia fez aquele filme lá, o "Quem vai ficar com Mary"? Esse filme é legal. A Cameron Diaz colocou aquela porcaria no cabelo.
É.

-------

(Então aquele que tava com o Zé me disse:)

Você não entendeu que eu só respondi ao tópico, não à sua mensagem propriamente dita...

------

(Aí eu retruquei:)

E você não entendeu nada, meu amigo, ou seja, eu estava fingindo não entender para conseguir me adaptar à discussão, que estava, INFELIZMENTE, EU DISSE INFELIZMENTE, descambando para as peculiaridades do cinema canino, ou seja...
...???
Hein?
Esqueci.

-------

(A pessoa que começou a discussão - olhem só, eu tô escrevendo praticamente como um Saramago! Não tô dando nomes aos bois, fora o Zé! Só falta eu retirar os parágrafos, pontuação, etc. - retorna para soltar uma declaração bombástica:)

Eu acho os 101 Dálmatas mais clássico do que "O Poderoso Chefão."
E acho que o Cesar Millan deveria ganhar algum tipo de Emmy.

-------

(Eu, sem argumentos, ri.)

HAUHAUAHUAHAUHA!

-------

(Mas o que estava com o Zé não achou graça:)

Pressinto uma catástrofe em breve.
Sério, quando alguém fala que 101 Dálmatas é clássico morre um filhote de cão.

-------

(Só que a pessoa que iniciou a discussão estava com argumentos afiados:)

Ah, pô, nada a ver!
Tu acha que teve uma continuação por quê???

-------

(Aquele que estava falando sobre o frio... e algo mais, fala sobre o programa do Cesar Millan, o encantador de cachorros do Animal Planet... e algo mais:)

Pô, eu também acho o Cesar Millan massa!
Essa semana vi ele numa casa de um casal de lésbicas, gostosas pra caralho.
Enfim, não prestei a menor atenção no caso do cachorro, aliás, nem sei o que aconteceu, só conseguia pensar nas lésbicas.

-------

(Depois de ter lido minha menção honrosa à Lassie, o segundo participante parte para a ignorância:)

Quem "salvou tanta gente em seus filmes" foi o Rambo, caralho.

Lassie não serve nem pra paródia pornô.

-------

(Não deixei por menos:)

Tudo bem, tudo bem, mas e o Rambo, POR ACASO, conseguia sentir o cheiro de uma pessoa em perigo a cinco quilômetros de distância??
Hein?
Porque o Wolverine, metade pessoa, metade... wolverine, que é parente do CACHORRO, conseguia!

-------

(O que falava sobre o frio, e algo mais, voltou para os filmes de cachorro:)

Qual é o nome daquele filme que tem um são bernardo gigante?
Ah, olhei no google e não achei...
Enfim, fumei um haxixe um dia antes, e fui ver esse filme.
CHOREI quando a menina disse que perdeu o tal cão, isso comendo um saco de bolacha Caminella's sabor amendoim, pra tentar matar a larica do dia.
Ou seja, é emocionante pacas! Ou, pelo menos, depende de quão drogado você está.

-------

(Então lembrei de outro filme canino inolvidável, digno de Oscar:)

Tá, mas peraí, gente. E aquele filme do cachorro que jogava basquete? Ele foi contatado pela NBA, porra! Alguém aqui já conseguiu isso? Aquele cachorro era foda demais.

(Tá. Chega.)

O Bruno

Bem, terminou a Copa, então agora a notícia da vez é o "caso Bruno". Liga a tevê, lá tá o Bruno, a mãe do Bruno, a esposa do Bruno, a tia do Bruno, a presidenta do Framengo falando sobre o Bruno, o Zico falando sobre o Bruno...

Anteontem - ou antes? Sei lá. - prenderam o irmão do Bruno! Por quê? Putz, eu não sei, mas deve ter alguma coisa a ver com o Bruno, né? Afinal, o cara é irmão dele! Não foi por isso que prenderam o cara?

Então, acho que a coisa tá assim:

- TEJE PRESO, MILIANTE!
- Mas por quê?
- O senhor é torcedor do Framengo, gritou "BRUNO! BRUNO!" no Maracanã?
- Sim, sim, gritei.
- TEJE PRESO!

- TEJE PRESO, MILIANTE!
- Ora, porra, mas por que, seu guarda? Eu só vim entregar essa pizza pro Brun...
- POR ISSO MESMO! TEJE PRESO!

- TEJE PRESO, MILIANTE!
- Cacete, mermão, eu não fiz nada, só dei "bom dia" pra tia gagá do Bruno, e...
- POR ISSO MESMO! TEJE PRESO! E cadê a tia gagá? Vamos prender a véia também!

sábado, 10 de julho de 2010

As Aventuras na Casa da Vovó

Hoje estou na casa da minha avó. Como sempre, ela me trata como (pasmem) uma avó clássica trata seu netinho.

Antes de colocar o diálogo que eu vou... colocar (dã!), quero dizer a você, pequeno gafanhoto, filho da minha geração ou, quem sabe, um pouco mais velho, pessoa que está com, no máximo, seus dez anos de idade: tenho peninha de você. Sabe por quê? Porque a sua avó não vai ser igual à minha.

E quando eu digo "à minha" essa é a minha avó materna. Pois eu só tive uma "avó clássica", que é ela. A outra, já falecida, pobrezinha, não foi uma avó clássica. Esta fazia coisas que avós clássicas não fazem, como viajar sozinha a Nova Iorque, sem falar um "ai" de Inglês, entrar num salão de beleza em Manhattan, pedir pro cabeleireiro que ele corte o cabelo dela, e achar que o "homem está cortando demais, vou pedir pra ele parar, chega moço, para moço, não corta mais o meu cabelo, moço, o senhor já cortou demais, o senhor não está entendendo nada do que eu tô falando, para, moço, chega, não precisa cortar mais, PARA, PARA, HEEEEELP! HEEEELP!"...

Pois bem. As avós clássicas estão terminando. Estão cada vez mais raras. Não me entendam mal, eu acho que a mulher deve ser independente, etc. e tal, mas isso está exterminando a ideia de família com a qual crescemos, e as avós clássicas estão sendo exterminadas também.

É por isso que eu, de vez em quando, venho curtir a minha avó, que é figura em extinção neste mundo. E, por isso, é minha obrigação contar aos mais jovens as coisas que ela diz pra mim. Segue diálogo que aconteceu hoje pela manhã:

- SAFAAADO. Tu realmente vieste pra cá! Por que não me acordaram!?!?
- Vó, tu tava dormindo. Eu cheguei tarde. Eram onze da noite. Por que iríamos te acordar?
- Tu tinhas que dormir na minha cama! EU é que iria dormir nesse sofá!

(Ela tem 80 anos. Eu, 32. Acho que seria melhor ELA dormir na cama, não é??)

- Tu estás tomando o quê?
- Café... - e ela enfia a cara na minha xícara.
- CAFÉ PRETO?!?! Guri, isso não alimenta. Vai tomar um leite também.

(Eu peso 86kg, meço 1m78. Ela não deve pesar nem medir a metade. E tá preocupada com a desnutrição deste BOTO que cá digita.)

- Vó, não precisa. Vou comer um pão.
- O que tu estás fazendo?
- Tô pegando o prato e a fac...
- TU NÃO SABES ONDE FICA NADA! Deixa que eu pego. Toma.

Eu termino o café da xícara, sento para comer o pão, e ela deixa uma caneca perto do meu prato.

- Toma, coloca leite.
- Vó, eu já tomei caf...
- ISSO NÃO ALIMENTA. Coloca leite.

Depois do café da manhã, eu levanto, vou até a pia da cozinha, pego a esponja e o detergente e ela pergunta novamente:

- O que tu estás fazendo?
- Tô me preparando pra ver televisão, vó. Eu sempre vejo tevê segurando uma esponja cheia de detergente.
- Sai daí, não precisa lavar a louça!!!

Ah, e adivinhem se ela deixou eu tomar banho logo depois de ter comido o almoço... Adivinhem...

- MAS, GURI, TU ACABASTE DE COMER! VAI TE DAR UM REVERTÉRIO!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Doutor, saúde, por favor.

Doutor, por favor, invente uma maneira para que eu consiga sobreviver a PASTEURIZAÇÃO.

Porque, doutor, é inverno. E, no inverno, deveria estar fazendo frio.

Mas isso é mentira. ESTÁ QUENTE, doutor. Está fazendo calor. E aqui dentro de minha casa também.

Então as pessoas não sabem como agir. Muito menos eu. É inverno? Mas tá quente? Então, se está quente, vamos ligar o ar condicionado para fazer frio. Então eu passo do frio para o calor, do calor para o frio, vice-versa, versa-vice, et cetera e tal.

Não é assim que funciona a pasteurização?

Resultado: aqui estou, novamente, pingando pelo nariz. Lembra da Nair Bello, doutor? Minha voz está igual à dela.

De novo.

Em menos de um mês.

Invente uma pílula, sei lá, doutor. Algo que me ajude a sobreviver a pasteurização.

(Tentei pesquisar a regência verbal de "sobreviver", mas meu nariz não me deixa fazer muita coisa. O tempo de cabeça baixa, olhando para a tela do computador, é curto. Lá vou eu, levantar esse maldito nariz. Ah, já sei: vou tampar minhas narinas com papel higiênico e ficar feito um cadáver. Que beleza.)

"O que é de interesse coletivo de todos nem sempre interessa a ninguém individualmente." (Autor desconhecido. Ou não.)