terça-feira, 12 de agosto de 2014

Aquela pessoa
que se acha
melhor
do que as outras.

Ela
feito eu
feito tu
feito esse ou aquele
também come
também caga
também fica doente
e também morre.

"Ainda chiarás na ponta da espada!"
- Papai

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Não importa pra onde nós, homens, levemos "aquela coisa". A esposa quer ver aquilo longe "da frente dela".

- Tira essa coisa da minha frente! Eu não aguento mais ficar olhando pra essa tranqueira todos os dias!
- Mas meu contrabaixo é importantíssimo! Eu tenho que ficar com ele!
Eu o tenho há mais de dez anos!
- Certo. Há quanto tempo tu não toca esse baixo?
- Deve fazer uns sete, oito anos...
- Por que, diabos, tu tens que ficar com ele?
- Porque ele faz parte de uma época muito legal da minha vida, quando eu tinha uma banda de rock e tocava com ele!
- Fulano, tu mal sabes tocar DUAS músicas inteiras! Lembra quando a gente começou a namorar e eu pedi pra tu tocar uma música pra eu ouvir?
- Lembro.
- O que tu tocaste?
- Nenhuma música.
- Só fizeste uns barulhos desconexos no baixo!
- Sim...
- Então pra que ter baixo hoje em dia? Aliás, como é que tu tinhas uma banda, ainda por cima, se nem conseguias tocar nada?
- Pô, o nosso lema era "quem toca mal toca alto"! A gente enchia a cara de cerveja, pegava os instrumentos, ia pro estúdio do Chicão e tocava a porrada sonora.
- E todos tocavam a mesma música?
- Na maioria das vezes, não.
- Não mudou nada, né, pois hoje em dia tu vai pro futebol, não joga nada, mas enche a cara de cerveja igual. E pra isso tu nem precisa do baixo! Tira essa coisa da minha frente, leva sei lá pra onde, vende, dá esse baixo, atira da ponte, faz qualquer coisa com ele, mas tira ele daqui, que eu vou remodelar este quarto!
Então ele colocou o contrabaixo no porta-malas do carro, há mais de três meses. O baixo ainda está lá. Ficará lá até a próxima viagem da família, quando o porta-malas será aberto e a esposa enxergará o "maldito" instrumento, lembrança da época de rock star de sucesso do marido.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Promessa Atrasada de Ano Novo

"FELIZ ANO NOVO!", gritou o corretor de imóveis que, de repente, LEMBROU de seus amados clientes, que estavam vendendo um caro apartamento, e estavam prestes a vendê-lo com outra corretora de imóveis, e ficou sabendo disso, e resolveu ligar para, EM FEVEREIRO, desejar um 2014 repleto de vendas, dinheiro, comissões gordas para ele, e, quem sabe, frustrar a venda alheia. Né?

Enfim, é fevereiro, o reveião já passou faz mais de mês (PUTA QUE PARIU, NÉ?? Passa cada vez mais rápido! É chover no molhado falar isso, mas, cacete, eu tava bebum comemorando a virada pra 2014 quando...? Ontem? Não, não era ontem! Barbaridade!!), mas decidi, antes nunca do que tarde, que em 2014 HEI de fazer pelo menos uma das seguintes coisas:

- Comprar uma bateria eletrônica - sonho com isso desde sei lá quando. Eletrônica, sim, pois tenho "mefragol" e não pretendo estourar os tímpanos do quarteirão inteiro, tocando MAL qualquer música do Rush. Esse "mefragol" quem ensinou à minha pessoa foi papai, quando comprava um aparelho de som para dar a um filho e, junto com o aparelho, dava os devidos fones de ouvido, dizendo "toma isso também! Vai estourar os TEUS miolos apenas, não os dos outros!"...

- Entrar pra aula de canto - outro sonho é aprender a ficar num canto e nunca mais sair de lá. DÃÃÃ... eu sei, piada ridícula, mas quando eu leio/escuto "aula de canto" fico imaginando alguém num cantinho, talvez com um daqueles chapéus (quase escrevi CHAPÉIS. Tenho esse cacoete de achar que o plural de "chapéu" é "chapéis"!) de "burro". Cantar é um hobby muito legal. Eu, crooner de banheiro, descobri que sabia - será? Sei mesmo? - cantar lá por minha adolescência. Mas esse "saber" não é lá muito técnico, e o que eu consigo mesmo é arrebentar minhas cordas vocais berrando pra lá e pra cá. Ah, sou crooner de carro, também. Meu carro, pobre dele, já me aturou em muitas viagens berrando.

- Aprender outro idioma - olha ali no canto direito do blog: talvez falar Alemão pra pedir uma cerveja alemã em Alemão pra um garçom alemão. Provavelmente na Alemanha. Pois bem. Mas... Haveria outro uso para tal idioma a não ser esse? Acho que não. Vou aprender Francês, então. Putz, Francês é fresco demais. Desculpa, seu francês, dona francesa, mas é. Fresco demais. Italiano? Pra falar na Itália, pedir uma pizza italiana em Italiano para um garçom italiano? Mamãe foi até lá e disse "meu filho, não perde teu tempo pedindo pizza na Itália. É uma porcaria! A nossa é muito melhor!" Fico, então, meio sem saber qual idioma seria legal de aprender... Espanhol? Ora, pra que perder tempo aprendendo Espanhol, se JÔ ABLO FLUENTEMENTE MI PORTUÑOL QUE JÔ APRENDI EN LOS FREE SHOPS DE CHUÍ, EN URUGUAY?? Pra que, né? Bem, depois eu decido qual.

- Publicar meu livro no papel - sabia que eu escrevi um livro? TCHAAAANNN! MOMENTO PROPAGANDA DO BLOG! Sim, escrevi! Grande coisa, né? Bem, pra mim é uma grande coisa, sim. Pra quem não sabe, é só procurar por este humilde ator na loja da Apple, com o título ACONTECEU COM UM AMIGO MEU. Tá lá. Ebook de qualidade, de grande conteúdo, uma obra destinada a mudar a história da humanidade com... histórias da humanidade. Tá, não é de TODA a humanidade, mas tem, pelo menos, histórias da humanidade que me rodeia desde, sei lá, minha adolescência. E tem gente que se recusa a ler um ebook. Não os culpo, pois é muito legal pegar um livro, cheirar o livro, etc., então eu tenho que fazer isso - não creio que alguma editora vá querer publicá-lo assim, sem custo algum pra mim, então vou ter que juntar uma grainha pra isso acontecer.

- Fazer cerveja em casa - UHHHHHH. Supra sumo das opções aqui elencadas. Acho que é que mais tem chance de acontecer. Cada vez mais vejo pessoas próximas fazendo sua própria cerveja. É, penso, o upgrade da ideia de "faça sua própria comida". Porra! FAZER MINHA PRÓPRIA CERVEJA? Sensacional. Acho que é a "número um" das resoluções de fim de ano.

- Não comprar um Fusca - que me desculpem os amantes do Fusca, mas todos os anos eu faço essa resolução. Nunca vou comprar um Fusca. Nunca!

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

"Ah, Leandro, é porque essas são as regras, as coisas são assim."

A frase título foi dita hoje pela manhã. O início da discussão - amigável, discussão amigável. O simples fato de discutir um assunto não significa que houve briga, apesar de muita gente achar que discussão é sinônimo de barraco - foi o uso da bermuda em ambiente de trabalho.

Eu estou me tornando chato com esse tema. Eu SOU chato, e por causa de tal debate estou ME SENTINDO chato. É uma luta inglória querer que as pessoas elevem seu jeito de pensar para, digamos, um pensamento "fora da casinha" (correspondente brasileiro para o inglês "think outside the box"), questionando padrões estabelecidos sabe-se lá por quem.

- Ah, Leandro, é porque essas são as regras, as coisas são assim - minha colega me disse hoje.

- Regras? Que regras?

- É que tem roupa de homem e roupa de mulher, homem não usa saia.
- Eu não quero usar saia. Quero usar bermuda. E não existe calça feminina? Então, se eu tenho que usar calça, todo mundo tem que usar calça! Mulher também.
- Não adianta. Essas são as regras.

Pobre da minha colega. Negra, ela não lembrou que seus avós, quando vivos, não tinham direito nenhum, aqui em Pelotas, além de calar a boca e trabalhar para seu DONO, eu disse DONO, nas charqueadas.

Eram as regras da época. As coisas eram assim.

Ainda bem que alguém pensou "fora da casinha" e mudou aquele pensamento nojento.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Compartilhando Informações

- Esse aí nunca me contou nada sobre os relacionamentos anteriores dele! - ela disse, apontando para o marido.

- Bem, mas por que diabos ele teria que contar?? - perguntei.

- Porque sim! Isso tem que ser dito! Um tem que saber dos relacionamentos anteriores do outro!

- Mas é passado! Ele fez alguma coisa pervertida? Matou alguém? Sei lá, se ele não saiu dos chamados "níveis normais de normalidade enquanto pessoa normal individual humana", qual é o problema?

- Eu quero saber! Eu acho que a gente TEM que dizer tudo um pro outro.

- É... O meu namorado é partidário desse teu pensamento, e outro dia resolveu compartilhar comigo uma dessas informações, sabe? - outra pessoa entra no papo.

- O que ele fez?

- Nós estávamos no carro e, quando passávamos por determinado edifício, ele disse: "sabe... uma ex minha mora aí..." Ah, vai pra puta que pariu, né? Ficou olhando pro prédio e me disse uma merda dessas! Então eu falei "tá, tu ficou lembrando que tu comia essa guria nesse edifício e aí tu resolveu me fornecer tal informação? Vai tomar no teu rabo!"

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Bermuda sim!

Sempre que eu entro nesse assunto as pessoas ao meu redor levam a coisa no tom de brincadeira - eu sei, a culpa é minha, eu não me levo a sério tanto quanto eu deveria levar, tô sempre falando bobagem, mas de vez em quando eu consigo falar sério mesmo!

Só que desta vez é sério mesmo, viu? Por que diabos nós, homens, não podemos mostrar as canelas - EU DISSE SÓ AS CANELAS - no ambiente de trabalho? Por que somos obrigados a usar calça em dias de calor úmido e abafado como o de hoje? Temperaturas de quase 40 graus, sensação térmica batendo os 50, e somente a mulherada tem o direito de ir trabalhar com as pernas de fora.

Alguém lembra que até pouco tempo mulher usar calça era coisa "feia"? Minhas avós não usavam calça, praticamente. As avós da minha esposa também não. Era "feio". Era coisa de homem.

Não estou dizendo que pretendo usar saias, até porque eu não sou escocês e não uso kilt (tá, escocês que porventura esteja lendo este texto, eu não vou mais chamar kilt de "saia". Desculpa), mas sempre vi mulheres no trabalho usando, além da saia, bermudinha, calça corsário (que, pra mim, é bermuda também), etc.

Fora que elas sentem mais frio do que nós, ogros, naturalmente. Aí chegam pra trabalhar, usando menos roupas do que nós, no ar condicionado, e, adivinhe? SENTEM FRIO. Claro, poxa vida. Se o ar condicionado está acertado pra que os ogros vestidos dos pés à cabeça não passem frio, é óbvio que as donzelas indefesas de pernas e pés de fora vão congelar!

Então a minha senhora me mandou o seguinte link:

http://www.bermudasim.com.br/

O #BermudaSim é um movimento iniciado por amigos cariocas que não suportam mais ter de ir trabalhar cheios de roupa no calor infernal do Rio de Janeiro. Se aqui no Rio Grande do Sul a gente já sofre no verão, imagino lá. Legal a iniciativa dos caras. Hei de apoiar o movimento. E é o que eles dizem: não é pra avacalhar o ambiente profissional; é pra buscar um dia a dia mais agradável e menos quente.

Não é pra ir de calção de futebol nem bermuda de surfe, viu, caramba! Esses tu podes usar noutra ocasião.

sábado, 11 de janeiro de 2014

TRÊS ANOS depois...

Hoje eu pensava, caminhando em cima de uma esteira. Porque não há muito a ser feito quando se caminha em uma esteira a não ser pensar.

Correndo, não. Se eu tô correndo eu fico PODRE e não consigo nem pensar. Tenho que me concentrar na respiração, que é difícil. É difícil pra um gordasmático como eu (sim, inventei uma palavra. Gordasmático. É o amálgama de GORDO com ASMÁTICO) correr e respirar, imagina, então, fazer outra coisa junto com essas duas. Não consigo nem pensar. Caminhando, dá pra pensar.

Rá, rá, rá. "Você corre ou só caminha?", você, panaca, deve ter pensado na piada. Eu também pensei, pois sou panaca.

Enfim, estava eu a caminhar na esteira e fiquei pensando na péssima qualidade dos serviços pelos quais a gente paga muito neste País. Os bens também, são caríssimos. O assunto é batidíssimo, e aparentemente não há nada que possamos fazer - ou há? - pra mudar essa situação de "brasileiro tem mais é que se ferrar mesmo"... Eu estou cansado, juro que nem tento mais reclamar (muito) disso, pois não adianta, não tem jeito, a gente paga demais por merda.

O aumento do preço dos carros em 2014, cujos vilões são a volta do IPI e a exigência, por lei, de que os veículos saiam de fábrica com ABS e air bag. Exigência. Por lei. Mas quem vai pagar? Os trouxas dos consumidores.

Fiquei imaginando, enquanto andava na esteira - o que, diga-se, felizmente, não gasta gasolina, que aqui em Pelotas tá custando uns R$ 3,15 o litro -, como seria uma conversa sincera de uma operadora de telefonia com um pobre cliente:

- Olá, seu Leandro, bom dia, eu sou a Fulana da empresa de telefonia (não, não vou citar nomes. Todas são umas bostas, cada uma à sua maneira) e gostaria de lhe apresentar uma promoção.
- Sim. Qual é?
- A gente quer que o senhor se ferre muito.
- Fale muito?
- Não, se ferre muito, mesmo, que o senhor vá, de repente, pro raio que o parta de tanto pagar pelo serviço de merda que a gente presta pro senhor. Um 2014 bem cu mesmo pro senhor, tá bem? Siga dando dinheiro pra gente em troca de um serviço porco, tá?
- Mas e a promoção?
- Ah, não, na verdade a promoção é só para clientes novos! O senhor não tem direito a nada. Foda-se! Um abraço em nome da empresa de telefonia (que não precisa ter nome citado, pois todas são umas bostas, cada uma à sua maneira).

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

- Cara, tu devia fazer Arquitetura. Foda-se o Direito. Eu fiz Direito, e Direito não serve pra nada. Só serve pra te aprisionar no famigerado padrão jurídico de ser! Não vai ser mais um no "maravilhoso" mundo do Direito, cara.
- Hmmm... Mas é que eu já fiz um ano de Direito noutra cidade.
- E daí? Tu não curte Arquitetura?
- Curto, mas...
- Então, porra. Vai fazer Arquitetura. Eu não gosto de Direito, me formei nisso, não me serviu pra nada, eu queria era fazer faculdade de Bateria e Percussão, se isso existisse...
- Não existe faculdade de Música?
- Ah, existe, mas não é de Bateria e Percussão. Tipo... será que isso existe?
- Deve existir! Por que tu não procura?
- Boa! Vou procurar e vou me formar nisso. Mas, voltando à tua pessoa, vai fazer algo que tu gosta, meu. Senão, depois, tu vai ser um frustrado feito eu.
- Certo... Mas o que eu vou fazer se eu me formar em Arquitetura?
- CASAS...?

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- Diogo, tu queres este queijo?
- Quero.
- Então eu vou comer.

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- Feliz Natal, vó!!
- Minha filha, você trouxe o polvo??

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- Mãe, vou ter aumento! Mês que vem! Vou poder guardar uma graninha a mais, e...
- Tu vens no fim de semana? Traz as tuas roupas pra lavar.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Papai Noel Canastrão

- Natal é uma merda... Ai, lá vem.
- Papai Noel! Papai Noel!
- Hm.
- Papai Noel! Papai Noel!
- Fala.
- PAPAI NOEEEEEEEEEEEEEEELLLL!
- FALA, PORRA. Tá. Primeiro troca de perna. Vai pra outra perna.
- PAPAI NO...
- VAI PRA OUTRA PERNA. Essa aí já tá dormente, gordo.
- Ah. Papai Noel...
- Fala, guri.
- Eu quero muito uma coisa de Natal, sabe?
- Hã. Fala logo.
- Eu quero muito uma coisa. Não é uma coisa muito fácil.
- O que, hein? Vamo, daqui a pouco essa perna vai ficar dormente também.
- Eu quero a PAZ MUNDIAL.
- HEIN?
- A paz... mundial?
- RÁ! Caralho... Certo. Só isso? O que mais?
- Vem numa caixa?
- O quê?
- A paz mundial. Vem numa caixa?
- Vem, vem. Vou colocar numa caixa e aí te mando. Vou embrulhar com papel higiênico perfumado cor-de-rosa, pra disfarçar o cheiro de merda. Mais alguma coisa?
- Não, só isso tá bom...
- SÓ ISSO! Ai, que bosta... Próximo!
- Papai Noel, eu queria a casa da Barbie!
- A casa da Barbie? Tu é viado, por acaso?
- Não, é pra minha irmã.
- Ué, porra. E pra ti?
- Pra mim não precisa nada, não... Eu sou feliz com o que eu tenho!
- Puta que pariu. O gordo quer paz mundial. O viado quer a casa da Barbie pra irmã. E tu, pequenina?
- Eu quero um cachorrinho!
- Melhorou. Não é presente de viado, nem de utopista de merda! Um cachorrinho, minha filha? Que raça?
- Um daqueles ali, da lanchonete. O mendigo ali da frente do shopping tá com fome, não come nada há muitos dias...

domingo, 19 de dezembro de 2010

Facebooquiando

Como eu ando meio sem assunto, segue diálogo que aconteceu há pouco no Facebook, devidamente editado.

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- Pelo menos teve churrasco. Mas é pagode. Lindo! - eu, pra variar, reclamando da trilha sonora.

- Pra esses momentos, eu faço um exercício de meditação infalível, me jogo via-imaginação pra Grécia... Eu, o mar Adriático, um iate, um dry martini e um marinheiro grego... Daí eu sorrio.

- Hehehe. Mas o churrasco tava bom! Só tô sacaneando.

- Ok, então não precisa ir pra Grécia. Só se imagina no melhor show da sua vida. Aquele, em que você - VOCÊ, porque o melhor show da minha vida certamente não foi assim - ficou sacudindo a cabeleira e cantou feito um urso arrotando. E chorou. Da próxima vez que rolar um pagodão, volta pro show preferido. Agora, ainda não descobri solução pro pancadão. Não tem show, não tem Grécia, não tem meditação, cabala, benevolência. A vontade é de fazer o remake de Um Dia de Fúria. Sem dó.

- Em relação ao pancadão, bem-vinda ao meu mundo. Não consigo fazer diferente. Não sei ficar alheio a qualquer música que me irrite, sabe? Não dá.

- Menino irritadinho...

- Velho, né? Será uma DÁDIVA para o mundo se eu NÃO chegar aos 70 anos. Imagina.

- Até aí, Leandro, cronologicamente, eu sou mais velha que você. O seu problema é se entender velho e daí ficar cheio de manias e não-me-toques. Daqui a pouco vai dizer que toma seu chá todos os dias às oito e se não tomar, pira. Do jeito que tá, você JÁ TEM 70 anos, gato.

- Agora, por exemplo. Tô puto pq derramei amaciante na minha lavadora e a roupa tá sendo lavada e tá um FEDOR DO CARALHO A AMACIANTE NO APÊ TODO. hehehehe... Já diria a minha avó, "PELO MENOS É MELHOR QUE O CHEIRO DO TEU RABO!!!"... Isso vovó diz quando toma BANHO de perfume francês, dado por mâmis, e a gente reclama.

- Adorei a sua avó. Quem você pensa que é, seu narizinho sensível, pra se reclamar do perfume da sua avó? Tá louco?

- A vó é filha de português. Ela tem pérolas desbocadas como VÁ CAGAR E TOREAR MERDA. Não, não me pergunte o que isso significa. E TENTA andar com ela no teu carro quando ela toma banho de perfume, tenta!!!

- Obviamente, você não conhece a minha mãe. Desbocada, mandona e, sobretudo, o nosso Sol. Daí, conhecendo a sua avó ou não, e sendo mulher, eu sei que nunca é aceitável reclamar do perfume de uma de nossa categoria. Quer que eu mande o manual por correio?

- Rá! Isso não é o pior, moça. O pior foi quando eu perguntei pra uma namorada, muito tempo atrás, se o perfume que eu tinha dado pra ela era igual ao de uma amiga nossa. Ela disse que sim, e eu falei, "ué, mas eu achei o perfume dela bem melhor". Então a ex disse "PERFUMES MUDAM O CHEIRO CONFORME A PESSOA, LEANDRO..."

- Ok, estou fazendo um levantamento aqui, acho que vou mandar de presente pra você alguns manuais. Talvez a coleção completa.

- Manda mesmo. Por favor. Me manda um manual que me faça adquirir os poderes do MEL GIBSON em "Do que as Mulheres Gostam"...

- Leandroooo, aquilo é ficção.

- SÉRIO? Que merda. Eu tava achando que era plausível.

- Fora isso, não suponho que você se proponha a fazer depilação, usar extrator de cravos, esmalte vermelho, mousse de cabelo pra extra-volume e um soutien de bojo bolha. Além da meia de nylon. Né?

- Olha, se fosse garantido que aquele raio fosse me fazer ler os pensamentos de vocês, eu certamente propor-me-ia à depilação, extrator de cravos, etc... :P

- Lelê... amiguinho idoso... você não quer de verdade saber o que a gente pensa. Mulher é podre.

- Ah, quero saber, sim. Mulher é podre? Pq q a gente gosta tanto? Ah, os feromônios, esses filhadumasputa... Bah. Só pode. Malditos feromônios.

- Ué, homem também é podre. Num outro nível, menos refinado e cruel, mais ogro. Mas é. E a gente também gosta. Vocês meninos são muito bonitinhos. E isso salva vocês e a humanidades. Senão a gente comia e matava. Nessa ordem. E é isso mesmo que você entendeu.

- Hahahaha! Bem. Prefiro as mulheres. Vocês são mais cheirosas. *FEROMÔNIOS* As moças não acreditam - ou se fazem de modestas - quando eu as chamo de cheirosas, mesmo que estejam sem usar perfume. AH, OS FEROMÔNIOS... Adoro ver mulher acordando, pela manhã. É nessa hora que a gente vê quem é bonita e cheirosa mesmo.

- Eu vou montar um mini-curso. Leandro, esse comentário é creepy!

- Creepy, coisa nenhuma! Sem produções, sem perfumes. A VERDADE NUA E CRUA.

- Creepy: você acorda e dá de cara com o psicopata te encarando. Sai de mim!

- Feromônios existem, mas existe também hidratante Johnson, que faz muita diferença. - outra amiga adentra o papo.

- Tá. Hidratante Johnson faz diferença, mas a mulher que é cheirosa é cheirosa de qualquer jeito. Beleza. Isso não reflete a minha posição, mas aconteceu: um amigo ficou com uma francesa, fez sexo com a moça e, no dia seguinte, ela sugeriu um segundo round. Ele sugeriu um BANHO antes e ela "não. Agora eu quero sentir o TEU cheiro, não o do sabonete!!"

"O que é de interesse coletivo de todos nem sempre interessa a ninguém individualmente." (Autor desconhecido. Ou não.)