sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Post em Branco

Este texto está em branco. Quem quiser lê-lo (hein?) que use meio neurônio informático e o selecione com seu MÁUSE.

Rá! Achou!!

Você é pessoa esperta.

E se o mundo fosse formado apenas por pessoas com seu nível de QI...? Imagina só, hein!

Hein?

Hein?

Que legal, né?

Certo, então.

Câmbio e desligo.

Será possível?

Já não basta termos adotado a crise imobiliária deles? Agora estamos adotando o Halloween (nem sei se escrevi direito) também?

Há pouco tocou o interfone no meu apê:

- SIM? - perguntei, com "voz de atender interfones à noite" (aquela voz firme, máscula, forte, grossa... e... tá, vou parar de mentir sobre a minha voz).
- GOSTOSURAS OU TRAVESSURAS! Feliz Halloween!
- É... feliz...

Coloquei o interfone no gancho - e o cachorro da vizinha (sim, é umA vizinhA) não-biodegradável, neste momento, volta com seus latidos noturnos - e os jovens pseudoestadunidenses tocam novamente. Nem atendi.

Sei lá se resolveram cumprir o que manda a tradição ianque - quem não dá gostosuras recebe avacalhações em sua casa, como ovos podres e cocôs frescos na porta da entrada - e detonaram o edifício... Pô, aí não dá, né? Vão inventar algo brasileiro pra fazer, seus macacos de auditório!

P.S.: exemplos de atividades legitimamente brasileiras:
- jogar futebol (ih, isso não veio da Inglaterra?);
- pular Carnaval (não é tradição africana? Sei lá. Nem me interessa saber...);
- roubar do povo enquanto se ocupa cargo político (isso a gente aprendeu com os portugueses, desde os tempos de colônia);
- tá, não sei mais. Enchi.

Aproveitando os comentários...

...nos blogs dos outros.

Comentei um post no Mini Contos Perversos com o seguinte:

"Eu já ouvi de uma mulher a seguinte 'frase pra toco':
- Tu é muito ATEU pra mim..."

Eu já ouvi isso, Sílvio! Tal frase foi seguida de

- Tu tens certeza de que tu és ateu?

Isso me fez pensar. Desde então - e isso deve fazer uns quatro anos - eu passei a classificar a minha "crença", que antes era a crença na existência do NADA

(porra, peraí, vou ali trocar o Winamp e já volto. Tá tocando CRADLE OF FILTH e a "paulêra" da música tá um pouco demais. Não consigo escutar meus pensamentos! Meus dedos não entendem o que o CÉLEBRO tá mandando pra eles digitarem! Ahhhhh. Melhorou. Agora tá tocando Foo Fighters.
Voltando...)

eu passei a classificar a minha "crença", que antes era a crença na existência do NADA, em uma "falta de crença". O próprio fato de afirmar que NADA existe é uma crença, nao é?

Portanto, a partir disso eu passei a me enquadrar como agnóstico, ou seja, "tô aí. Não cago, nem saio da moita. Se deus - ou satã! - aparecer na minha frente e me convidar pra tomar uma cerveja, beleza. Se não, se eu só virar comida de verme e ponto final, beleza também.

Outra coisa que essa moça me ensinou foi: não me envolver com mulher que cuida o sal da tua carne. NO PRIMEIRO ENCONTRO ela olhou torcendo o nariz pro bifão que pairava no meu prato, na janta, olhou pro saleiro, olhou pra minha mão pegando o saleiro, e disse:

- Vais colocar MAIS SAL na carne?

No primeiro encontro?!?!

Pô.

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CRASE ALEATÓRIA EM CARTAZ DE LUGAR ALEATÓRIO DO DIA:

"Favor não colocar os pés na parede.

À direção."

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Ode ao Cachorro do Vizinho

Canino féladaputa
Cá estou, acordado,
Desde as seis e meia da manhã
Cachorro corno
Desgraçado
Vai latir pra tua mãe,
Bicho viado
Vê se dorme um pouco mais,
Pára de incomodar a vizinhança
Vais virar sabão
Junto com o teu dono

Tá. Não rima, não tem pontuação, nem sei se verso deve ter pontuação, nem esta frase tem pontuação, tô de saco cheio, tô aqui acordado desde 6h30 num dia no qual eu só terei que ir trabalhar às 10h30. Obrigado, seu cachorro PUTO.

domingo, 26 de outubro de 2008

Vida de Gordo

Domingo chuvoso?

Vou lá fazer um bolo de chocolate Alpino, então.
Eu costumo dizer para os colegas que reclamam de seu trabalho que uma vez eu recebi um email que falava sobre o assunto, mostrando àqueles que não gostam de seu trabalho a vida de um chinês que trabalhava no zoológico de Hong Kong. Não recordo se o cara era chinês, e nem se o zoológico ficava em Hong Kong, mas o interessante era a profissão dele:

Coletor de esperma de animais.

O método era o clássico: na mão mesmo. O pobre rapaz excitava os bichos e guardava o sêmen num potinho.

Segundo o coitado, "o orangotango é o mais safado de todos".

Se o fato relatado era verdade, eu não sei. Não dá pra acreditar em tudo quanto é email que a gente recebe diariamente - provavelmente esse que recebi devia trazer como o autor da notícia o Verissimo ou o Jabor.

Lembrei desse papo porque há pouco eu estava de saco cheio aqui em casa, por causa da chuva. De acordo com a patroa, é o sétimo final de semana com chuva. Também não posso dizer com precisão se ela tá com a razão ou não, pois eu não fico marcando quantos domingos chuvosos tivemos nos últimos tempos. Mas a possibilidade de ela estar certa é grande, porque ela SEMPRE está certa.

Abri a janela há alguns minutos, de saco cheio, pra olhar a chuva e, na rua, avistei uma moto que carregava dois botijões de gás.

Sensacional, não é? Eu aqui, de saco cheio, bem sequinho, em frente ao meu computador, e o cara lá, na chuvarada, entregando gás aos panacas feito eu, que estão sentados bem sequinhos na frente do computador.

Vai reclamar da vida noutro lugar, rapá...

P.S.: Combinemos. Entregar gás na chuva é bem melhor do que bater punheta pro orangotango...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O Senegalês

Uma vez eu fui a um churrasco em Curitiba. Era festa da turma de mestrado de um amigo meu. Chegando lá, tava aquele monte de gente diferente, um monte de pessoas novas para ser apresentado e nomes novos pra decorar - e não conseguir decorar...

O mais estranho era que cada um a quem eu era apresentado fazia a mesma pergunta:

- Você já conheceu o senegalês?

Não, eu não havia conhecido o cara. "Tem um senegalês na nossa turma, cara! Olha ele lá." O cara era a celebridade. Veio do Senegal pra estudar no Brasil! Legal! Ele era a atração maior da festa.

Bebi, bebi outro pouco, mais um pouquinho, e enquanto isso acontecia alguém vinha para mim e dizia:

- Daqui a pouco vou te apresentar o senegalês!

Alguns tinham uma preocupação:

- Você fala Francês ou Inglês? É que o senegalês não entende Português.

Então, eu pensava "putzgrila, não entende Português? E como é que esse cara tá tendo aula no mestrado, hein? Os professores falam senegalano, senegalense, senegalencian... opa, qual é a língua oficial do Senegal??" - lembrai, eu já estava ébrio. Pra variar.

Horas de festa se passaram e, finalmente, fui apresentado ao senegalês.

- This is Rafael's friend, Leandro! - alguém me apresentou pro cara. Então eu disse:

- HEY, MAN!!!! HOW THE FUCK ARE YOU DOIN'?????

E o senegalês respondeu:

- No fuck. No fuck.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Gastando Dinheiro com Tinta

Eu, habitante da cidade de Pelotas/RS, tenho uma singela dica para o próximo prefeito municipal, a ser eleito daqui a alguns dias:

Excelentíssimo Futuro Senhor Prefeito: não gaste dinheiro público com a tinta utilizada para pintar as faixas de segurança das ruas de Pelotas. Use essa verba para outras coisas!

O motorista pelotense simplesmente não sabe para que serve uma faixa de segurança. Gastar aquela tinta branca é chover no molhado.

Eu trabalho no Centro da cidade, no Calçadão da Andrade Neves. Vendi meu carro na metade do ano, e virei oficialmente um pedestre desde então. No Centro, faço questão de me jogar na frente dos carros que não respeitam o pedestre que atravessa a rua na faixa de segurança. Faço questão, repito.

Já ouvi por diversas vezes que um dia eu serei atropelado por um desses toscos motoristas, mas não me importo. Xingo o condutor que não respeita a faixa, e agradeço com veemência àquele que pára (uma coisa: o Presidente Lula já aboliu o acento agudo diferencial no "pára" ou ainda posso usá-lo?) seu veículo para que eu atravesse a rua com segurança.

Meu primo inventou um ótimo nome para os obstinados utopistas que brigam pelo bom uso da bendita faixa: Dom Quixote do Trânsito! É isso aí. Sou um Dom Quixote do trânsito. Mas estou pensando em desistir da luta, sabe? É difícil educar esse povo.

Portanto, Futuro Senhor Prefeito, fica a dica. Pare de gastar dinheiro com a pintura das faixas de segurança, pois o motorista não se importa com ela. É inútil.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

TOC, TOC

Acendeu as luzes.
Apagou as luzes.
Acendeu as luzes.
Apagou as luzes.
Acendeu as luzes.
Apagou as luzes.
Perguntou à esposa "AMOR, E A JANTA, ESTÁ PRONTA?".
Ela respondeu, da cozinha: "TÁ!!!".
Perguntou à esposa "AMOR, E A JANTA, ESTÁ PRONTA?".
Ela respondeu, da cozinha: "TÁ!!!!!!".
Perguntou à esposa "AMOR, E A JANTA, ESTÁ PRONTA?".
Ela respondeu, da cozinha: "NÃO, NÃO TÁ!!!!!".
Coçou a cabeça e tirou uma meleca do nariz.
Coçou a cabeça e tirou uma meleca do nariz.
Coçou a cabeça, arrancou uma casca do furúnculo da careca, que começou a sangrar, e tentou tirar, mas não havia mais melecas no nariz.
Levantou-se da cama, tropeçou nos chinelos, bateu de boca na quina da penteadeira da esposa e gritou "AI!!".
Voltou à cama.
Levantou-se da cama, tropeçou propositadamente nos chinelos, bateu de boca na quina da penteadeira da esposa e gritou "AI!!".
Voltou à cama.
Levantou-se da cama, tropeçou propositadamente nos chinelos, bateu de boca na quina da penteadeira da esposa, engoliu quatro dentes e meio e gritou "AIIGHHHZZZXXX!!".
A esposa perguntou "TÁ TUDO BEM??"
Ele respondeu "FÓ FERDI UNF DENTEF! SÁ FUVO VEM!"
A esposa ficou mais tranqüila.
Ele respondeu "FÓ FFFERDIH UNFHH DENTEFXX! SÁH FLFUVO VEMBBH!"
A esposa gritou "CERTO!".
Ele respondeu "FFFÓX FFFFERDIRRRrrr UHHHHNF ZZZZDENTEFXX! PLAH XFUVOJ XELBVEM!"
A esposa disse "TÁ! SE TÁ TUDO BEM, ENTÃO FODA-SE!".
Perguntou à esposa se "FAVA VI VAVARINA SI VAFORVA FORU MAVAZRIUBHHHA???".
A esposa disse "HEIN????".
Perguntou à esposa se "FAVA VI VAVARINA SI VAFORVA FORU MAVAZRIUBHHHA???".
A esposa disse "PUTA QUE PARIU, VOLTARÉM, NÃO TÔ ENTENDENDO NADA!"
Perguntou à esposa se "FA... VA... VI... VA... VA... RI... NA...
A esposa disse "TÁ... E...?"
E ele completou "SI VAFORVA FORU..."
"..."
"...MAVAZRIUBHHHA???".
A esposa respondeu: "CLARO QUE NÃO TÔ FAZENDO CAMARÃO! TU É ALÉRGICO, PORRA!"

O de cima sobe e o de baixo também?

Confesso: sou completo ignorante em relação à tal de economia mundial. A BOVESPA CAIU! Sei lá que que isso significa, e tampouco me importo. Só fico de cara quando o dólar sobe, porque aí eu sei que as coisas nos free-shops do Uruguai vão ficar mais caras. E lá é o único lugar onde a baixa do dólar EFETIVAMENTE serve para que os preços baixem. Porque, vou te contar, hein... alguém aí já viu alguma coisa baixar de preço ultimamente devido à baixa do dólar??? O dólar não tava bem baixinho há uns dias? Tava, né? Não vi o preço de muita coisa ficar menor. Mas, aí, quando o dólar aumenta... Sai de baixo, minha gente. TUDO fica mais caro. É desculpa pra colocar os preços lá em cima.

- O quê? Cinco reais por CADA morango?
- Ah, meu senhor, é porque o dólar tá alto.
- Mas eu sei que o senhor colheu esses morangos no seu quintal!
- É que eu uso produtos altamente qualificados para cultivar meus morangos! E eu importo esses produtos da... da... MOLDÁVIA.

(Terei inventado um país? www.google.com. "Moldávia". Ah, a Moldávia realmente existe. Não é um devaneio meu. Qual é a moeda da Moldávia? Hmmm. O LEU MOLDÁVIO. Quantos leus custa um dólar na Moldávia? E a bolsa de valores moldavinense, como será que anda das pernas? Putzgrila, tô lendo ali que a Moldávia é o país mais pobre da Europa... O leu deve valer algo em torno dos U$S 0,0000000003. Quanto custa um morango moldaviano??)

E o circuit-breaker, hein? Ontem eu aprendi o que é isso. Aparentemente, quando a bolsa tá indo pra cucuia, alguém grita "PESSOAL! FODEU!!!!" e aperta o botão de RESET, o chamado circuit-breaker, e tudo pára por um tempo. Então os bolseiros (Frodo?) vão tomar um café, uma água, esfriam seus ânimos e retornam à sua jornada atribulada.

Não vou terminar este texto. Vou seguir tomando meu café Iguaçu com leite. Grande café, esse Iguaçu. Comecei a comprá-lo no mês passado. Muito bom. Com leite, fica bem cremoso.

??
Impressionante. O tio de uma colega saiu, nesta semana, de um coma que começou por causa da cachaça. O velho passou duas noites direto jogando cartas, bebendo e fumando charuto.

Na segunda noite, ele foi para casa de bicicleta, chegou em casa e aí entrou em quadro de coma alcoólico.

No hospital, quando o coma estava chegando ao fim, ele voltou, no leito, a dar as cartas. Também voltou a "fumar" charuto. Era a última memória que ele tinha antes de apagar. E olha que ele ainda tinha voltado para casa de bicicleta!

A mesma colega ainda lembrou de uma reportagem que viu na televisão, de uma moça que saiu de um coma de anos - acho que mais de quinze anos - e, quando acordou, sua primeira palavra foi:

- PEPSI.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

PuLLLta que pariu!

Ah, coloquei palavrão no título. MÃE, NÃO LÊ ISSO AÍ, TÁ BEM? Fica aí, vendo novela, e não vem pra cá ler esse palavrão!

E era hoje. Meu médico me ligou. Perguntei o que eu queria perguntar desde o início da semana retrasada (ou antes, sei lá) e ele respondeu o que eu queria ouvir:

- Podes beber uma cerveja, sim! Só não vai enlouquecer e beber um monte!

Bingo. O estoque deste que cá escreve está lindo. Um six-pack de Eisenbahn Oktoberfest, uma Schmitt Sparkling Ale, uma Schlenkerla Rauchbier, duas Erdinger Weissbier e uma Leffe Blonde. Não sei se escrevi isso tudo corretamente e não vou conferir.

"Qual vai ser a primeira? Qual vai ser a primeira? Puta merda, essa tal de rauchbier (tradução do Alemão: "cerveja de fumaça") tá me intrigando. Vou tomar essa primeiro! Ahhhh... Vai ser um espetáculo!"

ACHEI UMA MERDA. Um gosto extremamente forte de fumaça. Me senti como se eu estivesse FUMANDO PELO ESÔFAGO.

Depois disso eu não quis exagerar e não bebi mais nenhuma.

Deixa pro fim de semana. A Eisenbahn Oktoberfest vai ser boa, eu tô achando. Tô com fé. Vamo lá. UHUL!

Tô de volta. Ahhh.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Céu Amarelo

Chego em casa do trabalho, ligo o notebook e acesso as páginas de costume - não posso mais fazer isso no trabalho e... OPA. EU NUNCA FIZ ISSO NO TRABALHO, OK? NUNCA! Meia hora depois de ter ligado o notebook, viro para a janela e olho para a rua, que está iluminada por uma luz AMARELA.

Nada tenho a comentar sobre isso, só achei estranho pra caramba, só isso.

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Cá relato o drama do Zé, que morava em uma pequena cidade do Sul do Rio Grande do Sul. O Zé, desde os tempos de criança, sempre teve apelidos. Zé Disso, Zé Daquilo, Zé Merda, etc.. O nome dele sequer era José, nada tinha a ver com José, muito antes pelo contrário. A razão do "Zé" era o fato de o dono de tal apelido gostar tanto de um tio, irmão de seu pai, que, aí, sim, se chamava José, e era conhecido na família por Zé - afinal de contas, qual José não é conhecido por Zé? Seria mais fácil batizar a criança de Zé. Assim a mãe não ficaria triste quando os outros começassem a chamar seu filho pelo apelido.

(Ok. Não sou Saramago, então vou fazer outro parágrafo:) O Tio Zé era a paixão do Zé quando ele começou a soltar suas primeiras palavras, então quando alguém perguntava ao Zé qual era o nome dele, ele prontamente respondia "Zé", pois seu sonho era ser igual ao tio homenageado.

(O céu continua amarelo.)

Para a tristeza do Zé, o tio acabou preso por um crime que o Zé não quis me dizer qual foi. Era o aniversário de quinze anos do Zé (o sobrinho) quando a família ficou sabendo do ocorrido. Aquilo foi o maior desgosto da vida do Zé.

Na vida adulta, o Zé comprou uma casa muito bonita que tinha um jardim na entrada. No jardim, uma frondosa (puta merda, que espetáculo, tô escrevendo difícil!!) figueira dava as boas-vindas. Foi instantâneo: o Zé, que já não gostava de ser chamado assim, ficou conhecido na cidade como Zé da Figueira.

Definitivamente o Zé ficou fulo da vida quando viu que todos na cidade o chamavam assim. Resolveu cortar a figueira. Quando anunciou a decisão no café do Chico do Café, foi vaiado acintosamente (nem sei se escrevi isso direito) pelo Tico do Correio, o Maninho do Xerox e pelo Matias (o Matias não era de lugar ou coisa alguma. Era só o Matias).

Não adiantou. O Zé só pensava em exterminar aquela maldita figueira. E assim o fez, com o serrote que comprou na loja do Toninho dos Serrotes. Da linda figueira, ficou apenas o toco do tronco.

O que bastou para que o Zé ficasse conhecido na cidade como Zé do Toco.

Semanas depois, o Zé, então do Toco, resolveu arrancar o toco. Deixou apenas um buraco no jardim.

No dia seguinte, foi chamado pelo Toninho das Carnes de Zé do Buraco, lá no bar do Wilson da Cerveja.

Antes que o novo apelido pegasse, o Zé foi correndo para casa, com o intuito de tapar o buraco. Comprou areia na loja do Banha (que era gordo; gordo ou é "Gordo Isso", "Gordo Aquilo", ou é "Banha", então não precisa ser d'algo) e tapou o buraco.

Não adiantou. Foi batizado como Zé do Buraco Tapado.

E o céu, amarelo.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Bom dia. São 06h30min desta sexta-feira, dia dez do dez do oito. O animal aqui, por culpa de seu intestino maluco e dos remédios que vem ingerindo, tem acordado diariamente por volta desse horário bizarro e não há como voltar para a cama e conseguir dormir. Rola-se para cá, rola-se para lá, e o maldito do sono não volta. Então, se não dá pra dormir, o que dá pra fazer? Cutucar ("cotucar"? "Cutocar"? "Cotonete"?) a patroa à espera de algo que não seja dormir? Chutar a bunda do cachorro com o intuito de acordá-lo? Ih, esqueci que não tenho cachorro. Gritar na janela do prédio, na esperança de convocar um vizinho madrugador? Chamar o jornaleiro para jogar uma partida de Winning Eleven no Playstation 2? É possível que ele me avacalhe, dizendo "xi, Playstation DOIS? Que merda. Eu já tenho o TRÊS, meu amigo"...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Loira Turva

Alguns posts atrás solicitei que alguém discorresse sobre as loiras turvas (dá uma olhada, tá logo abaixo). Ninguém se habilitou.

Até hoje. Como diz o ditado: "não basta ser pai; tem que escrever sobre loiras turvas", cá colo o texto escrito por papai sobre o assunto.

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Terebentina era turva, sim, TURVA!!! Ninguém tinha nada a ver com isso, a não ser todos aqueles que a notavam na rua.

Nada mais natural, pô! Será que não entendem? SOU TURVA e loira-aço, e daí... VAI ENCARAR????

Desde muito pequena foi notada; (o Lula não aboliu o ponto e vírgula?) desde quando chegou de bunda ao mundo, perpassando pelas entranhas de sua mami que estava de cócoras. Foi tirada a ferros, pois a sua "cabecinha" derradeira trancou em ambos os ossos isquiáticos maternos, ficando "pindurada", situação que perdura até hoje, mas até aí tudo bem. Ainda se lembra do berro da enfermeira do SUS:

- Esta criança de cabeça alongada, além de vesga (ser tirada a ferros não é mole!) é turva!!!! A agitação tomou conta do berçário naquele tumultuado agosto, mês de muitas tosses e bronquites.

Cresceu com certos probleminhas na escola da periferia. Ainda bem que desenvolveu muuito com a musculação e a prática de levar caixa d'água na cabeça pelas escadas de acesso ao lar, doce lar. Cagou de porradas os caras do primeiro grau! Cagou os do segundo! Depois, cagou de pau os viados que disseram que ela não serviria porque era muito turva e, por isso, foi aceita no curso da vila para manequim profissional, carreira que encasquetava em trilhar, mas com o tempo, abandonou os estudos promissores para ser guarda costas.

Ficou louca para jogar no meio campo do Inter, junto com o Guiñazu, pelo qual quase morre de paixão! Mas, turvamente, desistiu desse intento e assumiu a degustação de cervejas dos botecos mais conhecidos, ocupando suas noites de folgas, aconselhando, orientando e cobrando a taxa de proteção. Definitivamente encontrou o seu EU... nem foi preciso se desgastar no Caminho de Compostela, sugerido por Paulo Coelho em telefonema direto; fez Pelotas – Cassino a trote, na manha, com o mesmo efeito, segundo suas turvas palavras. Adora dar coices nos pequenos, principalmente nos chinas de lavanderia, não sabe bem por que. Na noite, de vez em quando, intica com algum marinheiro fardado, só para aprender algum golpe novo. De impulso tatuou um dragão "guspindo" um fogo do inferno astral que vai do pescoço (ponta da língua bifurcada) até a nádega esquerda (final do rabo enrolado) em tons de verde, laranja, vermelho e preto, lindo que só vendo (só de calcinha enterrada e na luz negra fica melhor!).

Pouco loira, mas turva, muito turva com três pregos inox em cada mamilo!!!

Essa é Terebentina guerreira, a dona do pedaço, a representante da galera, o sopapo mor do bloco do Zé Bedeu, a que usa lima grossa meia cana Tramontina 10 para aparar as unhas com fungo dos dedões, a presidenta do recém criado PTNB (Partido Turvo Nacionalista Brasileiro), ainda sem muita representação, mas que tem crescido nas adesões "espontâneas" de maneira vertiginosa!! Neste último pleito, Terebentina meio que se decepcionou – ganhou com a sua candidatura para vereança de somente dois concorrentes que obtiveram somatório zero: os bloqueados pelo TSE – por isso, passou a organizar a sua milícia justiceira para expandir os seus negócios.

Agora pergunto eu: esta loira turva não terá efeito sobre os intelectos inferiores da sociedade moderna estratificada?

Diz que não, seu fdp, que eu quero ver! Ela já vai aí na tua casa te dar um corretivo!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Daqui a pouco vai ter gente duvidando da veracidade (tá certo isso?) dos meus relatos do dia-a-dia - se é que já não há pessoas duvidando disso -, mas...

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Ele vê um celular que pairava em cima de sua mesa e pergunta:
- O Fulano ainda tá aí?
- Não, acabou de sair. Foi pegar o carro.
- Este celular é dele?
- Não sei.
- Acho que é dele. Pô, como ele é esquecido. O chefe ainda pediu pra eu anotar o número dele, pra qualquer emergência. Aí ele sai e deixa o celular em cima da mesa. Assim não dá.
- Tá, mas eu não sei se esse celular é dele.
- Não é dele?
- Sei lá!
- Pô, como eu vou saber se este celular é dele? Como é que a gente vai falar com ele se o chefe pedir?
- Liga pra mim do celular dele. Assim a gente vai saber o número.
- É, assim a gente sabe o número e pode ligar pra ele.
- Isso. Liga aí.
- Ó, tá tocando. O número é esse, ó.
- Tá. Agora eu vou ligar do telefone fixo pra esse número.

O primeiro inteligente então pega o telefone fixo e liga para o suposto celular do colega que saiu. O celular, ainda na mão do primeiro inteligente, toca.

- Ó. Tá tocando.
- Hããã... Tá, e daí? Não adiantou nada a gente saber o número desse celular, pois não podemos ligar pro Fulano!
- Como não podemos?
- O celular dele tá na tua mão, caramba!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Diálogos Reais e Eleitorais

Estava eu a conversar com duas pessoas, quando uma delas pergunta:
- E em Rio Grande, como tu achas que vai ser o segundo turno?
- Não vai ter segundo turno em Rio Grande - respondi.
- Como não vai ter segundo turno em Rio Grande?
- Não tendo, oras.
- Mas o primeiro colocado não teve tanta diferença de votos em relação ao segundo...
- Sei lá se teve! Mas de qualquer forma ele venceu a eleição.
- "Venceu o primeiro turno", tu queres dizer.
- Não, eu tô dizendo que ele venceu. Ele foi reeleito, mesmo que isso não tenha hífen. Rio Grande é uma cidade com menos de duzentos mil habitantes.
- Certo, e daí? Dia 26 tem segundo turno!
- Pô, tu tá escutando o que eu tô dizendo? Se não tem nem duzentos mil habitantes, não vai ter duzentos mil ELEITORES, que é o requisito para que uma cidade tenha segundo turno numa eleição pra prefeito!
- ...
- Entendeu?
- Tá, mas e quantos votos na frente ficou o primeiro lugar?
- Barbaridade, vocês não tão me escutando.
Uma quarta pessoa chega:
- E aí, como vai ser o segundo turno em Rio Grande?

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

- Biafra, eu te falei. Primeiro vai o Jeca, depois o Chupisca, daí vai TU e depois eu.
- Porra, mas eu tô me mijando nas calças faz horas!
- Não dá, é só um banheiro, cacete! Respeita a ordem!
- Mas o Jeca já mijou três vezes!
- EU TENHO CISTITE, TÁ? Fui três vezes, mas não mijei uma gota sequer!
- CALA A BOCA, MIJA LOGO E SAI DESSE BANHEIRO, JECA! Depois é o Chupisca.
- O Chupisca mija sentado, é um viado, vai demorar pra cacete pra sair de lá... Primeiro vai ter que forrar o vaso, depois vai baixar a calça e a calcinha, sentar e começar a mijar.
- Eu tenho varizes nas pernas, tá? Não posso fazer xixi em pé.
- Eu vou mijar na pia da cozinha!
- Vai pra puta que pariu! Se a minha mãe descobre que tu mijou na pia da cozinha dela, me mata!
- Quem mandou ser otário e morar com a mãe aos 35 anos de idade?
- Ora, eu tenho tudo o que eu quero na casa de mamãe...
- ...só não pode mijar na pia da cozinha! JECA, SAI DO BANHEIRO!
- NÃO TÁ SAINDO NADA! PUTA QUE PARIU!
- Cistite faz a gente mijar de mais ou de menos?
- Sei lá, só sei que deve ser uma merda. Deve doer pra caramba.
- Vou mijar no tapete, então. No copo! Vou mijar nesse copo.
- No copo do Batman que a minha mãe trouxe pra mim do Pizza Hut? Sai fora!
- Kadinho, tu já tá passando dos limites com essa história de morar com a tua mãe. Puta merda. JECA, SEU FILHADAPUTA COM CISTITE, SAI DO BANHEIRO!
- KADINHO! CONSEGUI! MIJEI, KADINHO! MAS RESPINGOU UM POUCO DE MIJO NESSA PORCARIA DE... PEDRA... ACHO QUE É UMA PEDRA!
- PORRA, JECA, NÃO MIJA NA PEDRA POMES DA MINHA MÃE!!!!!!

Texto Curto, sem fotos e sem fim...

- O senhor quer registrar seu filho com ESSE nome que está no papel?
- Sim. Por favor.
- Deixa eu ver se entendi: o senhor quer chamar seu filho de TOPIC? É em Inglês? "Tópic"?
- Não, é em Brasileiro mesmo. TO-PÍ-QUE. Original, né?
- Discordo.
- Por quê?
- No quesito "nomes de vans que já existem" não é.
- Mas é um bom nome para uma criança, não?
- Hmmmmm. Essa criança é humana? Ou é uma mini-van?
- Peraí. Como se escreve mini-van?
- Não sei. Por que o senhor quer saber?
- Pô, é um bom nome pro meu filho. Se Topic não é tão bom, coloca Mini-Van aí. Isso tem hífen?
- Não sei, acho que o Lula exterminou o hífen da Língua Portuguesa Brasileira. Deve ser minivan mesmo, tudo junto.
- Trema eu sei que não tem, acabaram com a trema também.
- O trema ou a trema? Ah, e o til, ainda existe?

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Sobre o último post...

Cá estava eu lendo o último post - eu sei, eu sou ridículo, eu GOSTO do que eu escrevo e costumo reler o que eu escrevi. E daí? -, e vi o que escrevi sobre as cervejas:

Uma loira, uma ruiva, uma morena, uma loira mais turva.

Então, matutei, saindo do mundo maravilhoso das bebidas fermentadas e indo para o mundo maravilhoso e cheiroso dos espécimes femininos da raça humana:

"Porra, diabos... como seria uma loira turva?"

Tá, agora acabo de escrever isso aí e não sei terminar. Alguém termina aí pra mim, por favor. Ajude-me a discorrer sobre "as loiras turvas e seus efeitos sobre os intelectos inferiores da sociedade moderna extratificada".

Uma cerveja pra quem fizer a melhor dissertação.

Puta que pariu, não consigo parar de pensar em cerveja.

(Nota: a cerveja é um oferecimento de W. BUSH BREWERY INC. Solicite seu prêmio mandando um email para o endereço eletrônico president@whitehouse.gov)

Corticóide, esse filhadamãe.

Eu não tinha ouvido falar - eu acho - nesse tal de corticóide até mais ou menos duas semanas atrás. A culpa da minha separação é dele. Não posso chegar mais perto da loira gelada - nem perto da bock, da stout, da weiss, que é loira também, mas é mais turva, não é cristalina - por causa desse desgraçado desse corticóide.

Perguntei, meio constrangido, pro meu médico quando ele receitou tal remédio:

- Doutor... e eu vou poder beber? - já quase sabendo qual seria a resposta.

- Claro que sim!

- Sério?

- Sério! Vais poder beber todos os tipos de H2O, Aquarius Fresh, etc.! Todas essas bebidas de viado que estão sendo lançadas por aí! Ouvi dizer que eles lançaram vários sabores! Tem de limão, de tangerina, chocolate, picanha, queijo, tomate e rúcula... É uma gama infinita de sabores!

Que beleza.

Não tô tomando antibiótico, não. Por enquanto. Meu exame de sangue tá mostrando quadro de infecção - e eu sei lá onde tá essa infecção, mas ela tá -, mas por enquanto eu não tô tomando antibiótico. Já vi médicos dizerem que o consumo de álcool com o antibiótico não é problemático, então, se eu começar a tomar, hei de ingeri-lo com uma Eisenbahn Oktoberfest, que tá lá, estocada na despensa do meu apê, pra ver se o remédio faz um efeito mais rápido.

P.S.: desculpem pela falta de assunto, mas pessoas doentes só conseguem falar sobre cerveja.

"O que é de interesse coletivo de todos nem sempre interessa a ninguém individualmente." (Autor desconhecido. Ou não.)