quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Devaneios Gordões

Foi sem pensar que Donatella comeu todos os três grandes pães caseiros feitos por vovó. Passou bons nacos daquela manteiga, também caseira, em cada grossa fatia que cortava e degustava com voracidade de um viking. Thor ficaria orgulhoso se visse aquela rechonchuda menina empunhar aquela faca de pão como seus seguidores empunhavam suas pesadas espadas. Donatella cortava a fatia, passava manteiga e enfiava um pedação na boca. Pouco mastigava antes de engolir. Empanturrou-se com os pães caseiros e tomou todo o café da avó. Levantou-se e foi em direção à geladeira. Antes de chegar lá, avistou um cacho de bananas, um pote de doce de leite e um pobre saquinho de pães franceses, que nada tinham a ver com a história. Ato contínuo, rasgou o saco e de lá tirou um pãozinho. Nele fez um furo com seu dedo indicador esquerdo, arrancou o miolo e no buraco enfiou uma banana descascada. Antes de levar à boca, que transbordava de saliva, mergulhou o pão no pote de doce de leite. Mordeu a nova mistura rapidamente, empurrando tudo para dentro da boca, sem mastigar, engolindo logo depois. O doce de leite escorria pelo queixo. Lavou o rosto na pia da cozinha, foi ao quarto da avó e disse:

- Vó, vamos no supermercado comprar algo pra tomarmos café?

terça-feira, 29 de agosto de 2006

Crianças

Crianças aparentemente não têm controle do volume de suas vozes.

Anteontem voltei de Rio Grande pra Porto Alegre e FUI OBRIGADO a escutar, por QUASE CINCO HORAS no ônibus, os papos de uma guriazinha de cinco ou seis anos de idade que viajava alegremente com seu papai e sua mamãe. A MALDITA não calava a boca.

CINCO HORAS de blablablablabla NON STOP. E, se a mamãe resolvesse mandar ela calar a boca, ela começava aquele pranto dissimulado de pura manha... "UÉÉÉÉÉÉÉ... UÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ..."

É o que eu aprendi: não há motivo racional pra que alguém coloque um filho no mundo. Se tu resolver pensar nos prós e nos contras, acaba vendo que há vários contras.

E o pior da situação toda no ônibus: se eu resolvesse XINGAR o pai dessa PENTELHA, EU seria considerado o "maluco", "mal educado", etc..

Vou tentar escrever algo menos raivoso depois.

terça-feira, 22 de agosto de 2006

Vovó e Eu

Sobre esses dois frios dias de convivência com vovó eu tenho os seguintes comentários:

- Ela diminuiu de tamanho. Ou eu, além da tradicional crescida pros lados, cresci verticalmente. A segunda opção é impossível, então ela encolheu mesmo. Será? Isso é possível? É, né? Pobre da véia. Deve estar ficando (terei cometido um gerundismo?) cada vez mais difícil pra ela pegar o açúcar na parte de cima do armário.

- A casa na qual ela mora com meu tio e sua esposa é terrivelmente fria. Em conseqüência, ela, que tem 76 anos de idade e um pouco mais de um metro e meio de altura, fica constantemente preocupada com o gordo de 90kg, 1,78m e 26 anos de idade que cá tece estas palavras. Pergunta de hora em hora se tal gordo está com frio, se ele não quer que feche a porta do quarto onde ele está, se ele não vai colocar um casaco. Esse gordo tem, e sempre terá, no máximo uns 8 anos de idade na cabeça dela.

- Estou comendo menos. BEM MENOS. Vovó, não menos constantemente, fica querendo me enfiar comida boca abaixo, uma vez que "guri, tu não comeu NADA no almoço! O que tu tá pensando, hein?? Antes tu acabava com a comida toda! Hoje tu não come nada. Come mais feijão!!"

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Assim é a Vida

Quando eu estava ao alcance das minhas luvas, da minha touca, da minha manta, das minhas calças de lã, das minhas botas, fazia CALOR nestes pagos do Rio Grande. O inverno só deve ter aparecido em UMA semana até anteontem.

Pois quando eu resolvo tirar folga do trabalho e ir para a inolvidável São Lourenço do Sul, LONGE das minhas luvas, da minha touca, da minha manta, das minhas calças de lã, das minhas botas, FAZ UM FRIO DO CARAMBA.

Assim é a vida, minha gente. Ela não é justa. Por causa dela, e por causa do frio, fica difícil de digitar alguma coisa neste humilde blog, tendo em vista o CONGELAMENTO dos dedos. Ai.

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

CAMPEÃO DA AMÉRICAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
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segunda-feira, 14 de agosto de 2006

É...

...amanhã começa o horário eleitoral obrigatório na TV.
(No rádio também, né? Não escuto rádio, então não sei!)
É... que beleza, brasileiros! A partir de amanhã teremos a telepresença dos nossos magníficos candidatos em nossas casas!
(Candidatos a... é eleição pra que, mesmo? Presidente, deputado, síndico, prefeito, batedor de falta da risca da grande área, governador, vereador e... ahn... é... Ah, sei lá... TUDO! Tudo. É. Tudo.)
Exerce teu direito de cidadania, irmão brasileiro! Tens a tua arma: teu voto!
(Hãã... não tem um AR-15 pra mim, não? Acho que é mais eficaz do que o meu voto se forem me assaltar pra roubar meus tênis e meu carro, por exemplo...)
Vamos mudar o Brasil! BRASIL SIL SILLLL!
(Ué, mas já não mudou? Tiraram o Parreira e o Zagallo e colocaram o Dunga e o Jorginho, pô! BRASIL SIL SILLLL!!!)

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

E uma rapidinha do nosso "Previdente do Bravil" (como ele mesmo diz):

Lula estava em restaurante francês famoso de São Paulo. Foi ao banheiro e, quando voltou, o garçom perguntou:

- Escargot, senhor?
- Não, companheiro missiê, eu só lavei as mão...
Patroa chegando em casa, nos sentamos pra tomar um café. Toca o celular. Número desconhecido. Eu atendo e desligam. Volto pro café. Toca o celular novamente. O mesmo número. Eu atendo e desligam. Isso acontece mais uma vez.

- Quem é esse filhadamãe que tá querendo que eu ligue de volta!?!?!?!

Chega a mensagem: "Ligue pra mim".

Não liguei. Respondi a mensagem com "Eu não sei quem tu és! Tens certeza de que tu sabes quem eu sou?!?!".

Minutos depois, a resposta: "Você é o Brum? Eu sou a Lu morena do cabelo comprido."

Eita, mulher me mandando mensagenzinha no celular? "Ligue pra mim"? "Eu sou a Lu morena do cabelo comprido"??? Logo pra mim?? Logo na frente da patroa??

Respondo com "Eu sou Brum, sim, mas eu ainda não sei quem tu és...".

Mais uns minutos, ela (ela? Será que é uma ela mesmo? Sei lá!): "Ah, desculpe. Me equivoquei. O Brum que eu conheço é muito educado".

HAHAHAHA!! Ainda me chamou de mal educado!! Desculpa, "Lu morena do cabelo comprido", mas eu não sei quem tu és. Tá difícil de se identificar, hein?? Sobrenome, por exemplo, tu tem???

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Repúdio

Cá REGISTRO meu REPÚDIO às MALDITAS novelas da Globo, que fazem os jogos do meu time - e de outros times também - serem às 22h. MALDITA NOVELA DAS NOVE. MALDITAS novelas, instituições brasileiras sem conteúdo algum! Maldita Globo!!

Agora voltamos à nossa programação normal.

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Fui há pouco na farmácia e vi caixas e pacotes de camisinhas pendurados nas gôndolas, esperando serem vendidos para serem parte de um coito qualquer (ih, baixou o nível do blog!). Aí acabei lembrando da primeira vez em que comprei camisinha.

Eu fui à farmácia EXTREMAMENTE nervoso. Chegando lá, me pus a FINGIR que estava olhando xampus (vê se pode). Olhei um frasco, peguei outro, fiz umas caretas pra balconista pensar que eu realmente tava querendo comprar xampu e devolvi o frasco à prateleira. Andei mais um pouco, cheguei nas camisinhas e peguei a única da qual eu havia ouvido falar: Jontex.

Peguei um pacote e fui em direção ao caixa. Não olhei pra cara da atendente. Não olhei, porque eu pensava que ela poderia estar me encarando com um olhar tipo "AAAAH, SAFAAAAADO, VAI FAZER COISINHAAA, NÉÉÉÉ???". Ela disse o preço, eu dei o dinheiro, ela me deu o troco, eu dei meia-volta e saí de lá correndo. Quando eu chego na porta, ela grita

- MOÇO! ESQUECEU A MERCADORIA!

sábado, 5 de agosto de 2006

Walmir pegou a viola e começou a tocar. Todo mundo já estava bêbado, e ele insistia em ter a atenção de todos. Ele não bebia, na acepção BEBUM da palavra. Chato, dedilhava aquela bossa nova devagar, com aquela voz, ou melhor, a falta de uma voz, bem baixinha, enojando os já enjoados ébrios amigos à volta. Sempre começava com aquela bossa nova, tímida feito ele. Bossa "velha", diga-se de passagem. Tentou uma do Djavan, mas nem essa funcionou. Dessa vez não comeria ninguém, pensou, como das outras várias vezes.
- Ei, olha aqui, Angélica. Canta comigo - ele chamava, mas a menina já tinha vomitado duas vezes no canto da sala e só conseguiu dizer
- ???zzzzzWALTER
- Walmir!
- !!!zztá. Ô WWALVERT, me trazzx um jornal molhado, pra eu colocar na minha cabeça... asxxsssim vou me sentir melhorrrrxxxsslkjxxlkjxdddzzzz
- Putz. Ei, Marco! Marcô! Vou tocar aquela, ó - mas o Marco gostava mesmo era de funk. Aliás, o Marco gostava de tudo quanto era som ruim. Mudava a moda, se era uma merda, o Marco gostava. Já tinha sido pagodeiro, axezeiro, sertanejo e agora fanqueiro. Pensou em como tocaria funk num violão, só pra agradar o Marco. Desistiu.
Chegou perto do aparelho de som e viu que os bolachões LP do Antônio, dono da casa, ainda resistiam, impávidos, à modernidade.
- Puta que pariu, eu odeio mexer em LP! Cadê os CDs?? - Pegou um aleatoriamente. Cher. "Pô, Cher??!? Será que o Antônio é viado? Só pode ser viado. Hmmm... Agora eu tô me ligando. Ele perguntou antes se eu não tava a fim de ver o quarto dele, que foi reformado... Agora eu entendi. Antônio viado!"
O resto dos discos conseguia ser bem pior. Colocou a Cher. Os primeiros chiados da agulha no disco mofado trouxeram a Ritinha, que estava pulando no quintal, para pular na sala. "Agradei. Vou comer a Ritinha."
- Cher, Walmir?! Tu gosta de Cher? - ela perguntava, entre um pulo e outro.
- Se gosto! Sempre gostei!
- Ahhh, tá. De qual música tu gosta da Cher, Walmirrrrr??? - com um olhar desconfiado.
- Ah, gosto muito daquela música, ahn... hmmm... - e não lembrava de nome algum de música da Cher. Amaldiçoou a merda da Cher, e só conseguia olhar pro decote da Ritinha, que completou
- Tu não quer dizer, né? Tá com vergonha, pobrezinho... Eu adoro TODAS as músicas da Cher, Walmir! Que legal que tu também gosta!
- Não, eu não gosto! Eu coloquei esse disco porque...
- Tá. Tá. Tu é gay, né, Wal?
- "WAL"?
- É, Walzinho... Tu é?
- "Walzinho"?? N... não! Não sou! NÃO SOU!
- Te abre comigo, Wal! Pode dizer!
- Não sou!
- Tu não bebe, tu sempre fica sozinho aí no canto tocando esse violãozinho, cantando bem baixinho, nunca ficou com ninguém... agora tu coloca Cher pra tocar no som... Ai, Wal, acho que tu tá querendo te libertar!
- ANTÔNIOOO!
- Isso, Walll! O Toninho sempre gostou de ti!! Te declara pra ele, Wal! Te declara!!!

Pensar noutra coisa?

Não consigo pensar em outra coisa para escrever além do assunto INTER NA FINAL DA LIBERTADORES 2006. É fato inédito na minha vida e obviamente estou vivendo cada momento que posso, absorvendo cada peça de informação a que tenho acesso.

Além disso, as filhas do vizinho estão jogando bola BEEEEEM na frente da minha janela, e a filha maior aparentemente chutou a bola, que aparentemente pertence à menor, lá pro raio que parta do outro lado da rua. A menor, aparentemente, é CHATA PRA CARAMBA e está, neste exato momento, pentelhando a minha cabeça, BEM na minha janela, choramingando porque quer quer quer quer quer quer e QUER a maldita bola que já deve ter sido atropelada por algum caminhão. Assim não dá pra escrever algo que preste mesmo.

Se é que eu escrevo algo que preste. É.

Vou lá inventar alguma coisa pra fazer pro almoço.

E...
VAMO, INTER!

terça-feira, 1 de agosto de 2006

Segue diálogo lá no trabalho, hoje:

- Homem que usa cueca branca certamente tem amante! - diz um colega.
- Ué, por quê?? Que bobagem é essa? - uma colega, pasma.
- Porque homem quando sai com mulher nova quer parecer limpinho... Não quer mostrar que é um homem sujo como todos os homens! Ora, a primeira impressão é a que fica!
- Ah, que bobagem!! Leandro, tu tens cueca branca?
- BRANCA?
- É.
- Cueca branca, não! Aliás, nenhuma CLARA!! Só cueca escura!!
- Por quê??? É porque tu não tens amante? Hehehe...
- Não, é pra não aparecer a marca de freada de bicicleta mesmo!!

"O que é de interesse coletivo de todos nem sempre interessa a ninguém individualmente." (Autor desconhecido. Ou não.)