Hoje/ontem (porque começou ontem e agora já é hoje, são quase 3 da matina e eu ainda não dormi) eu fiz o contrário: primeiro joguei futebol e depois bebi/comi churrasco. Esta vida está ruim demais. Tô passando muito mal. Sair da quadra, depois de finalmente marcar três gols e pedir a música no Fantástico, e chegar perto da churrasqueira com várias guloseimas gordonas prontas sem nenhum esforço é sensacional.
Sábado passado eu, como de costume, contava minhas famosas histórias para o pessoal do churrasco. Estava eu em uma festa, em estado etílico avançado (sim, claro!), conversando com uma moça. O papo havia parado no assunto “música”. Ela falava:
- ...eu não sei, eu não tenho um estilo preferido de música, não. Eu sou bem eclética...
- RÁ! – gritei – Isso é bobagem! – com o dedo em riste.
- Bobagem...?
- Bobagem! Besteira! Isso não existe! Eu já te disse que "quem sabe um pouco de tudo não sabe merda nenhuma"? Isso também acontece em relação à música! Essa coisa de eclético não existe! Ou a pessoa gosta de certo estilo musical, ou não gosta de música! Portanto, vou te dizer: tu não gostas de música!
Dias depois fiquei sabendo que a moça em comento tocava violino, um dos instrumentos mais difíceis de serem tocados. Devia gostar, e muito, de música.
Em outra oportunidade, comecei um papo com uma menina – o meu maior problema sempre foi começar o papo. Jamais consegui inventar algo para dizer a uma mulher que eu nunca vi antes na minha vida. Vou dizer o quê? Falar sobre o tempo? Conversas sobre o tempo sempre são boas para quebrar o gelo:
- Hããã... Oi!
- Oi.
- Tudo bem?
- Tudo.
- E esse tempinho horroroso, hein? É inverno! Inverno, veja só. Na quarta-feira, fez trinta graus. Eu disse trinta graus, no inverno. Ontem foi um pouco menos quente, fez vinte graus. Hoje já tá frio, né? Tá fazendo dez. Vi, na previsão do tempo pro fim de semana, que em certos pontos do Estado vai fazer zero grau. Tu acreditas nisso? Tô chegando a um estágio avançado de pasteurização! Quente, frio, quente, frio. Se meu corpo fabricasse leite, eu ficaria rico! Se eu fosse mulher, hein? Imagina só, que grana!
Não... Melhor nem dizer nada.
Felizmente, eu já havia começado o papo com a menina sem precisar inventar lorotas sobre o clima e a pasteurização do ser. A moça era pedagoga, e, quando fiquei sabendo de sua profissão, resolvi comentar sobre alguns professores de minha faculdade.
- Eu tenho professores que são inteligentíssimos, verdadeiras enciclopédias, mas eles não sabem repassar esse conhecimento pros alunos!
- É verdade, eles não têm didática.
- Isso mesmo! E eu acho que isso a gente não aprende. A gente nasce com ou sem didática.
- Não é verdade. Isso a gente aprende, sim! – ela falou, rindo.
- Não. Não aprende. Nem vem. A gente não aprende didática – bati o pé.
- Olha... Aprende, tô te falando.
- Não aprende, não aprende! É batata: tem gente que não tem didática e ponto final! – o dedo em riste, novamente.
Minutos depois eu soube que a moça dava aulas de DIDÁTICA na faculdade. Essa minha empáfia é culpa da cerveja, claro. Ahã.
A história foi contada, e um dos amigos, que está namorando uma moça há pouco tempo, somou dois mais dois e chegou à conclusão de que a citada menina É A NAMORADA DELE.
- É a minha namorada! Só pode! Amiga da Fulana? Professora de Didática? Só pode ser a minha namorada! Tu pegaste a minha namorada!
Pô, e pior que eu nem peguei. Mas ganhei a fama. Que merda.
5 comentários:
É. Às vezes não tem como entender os homens mesmo... Rsrsrsrsrs.
po, não vi essa cena. de quem era a namorada? do netto?
É culpa do dedo. Dedo na hora errada, no lugar errado. Isso fode muita coisa.
Foi melhor do que a narração do futebol depois de beber! =D
Beijo!
MeninaMisteriosa
Cara, se depois dessa gafe te excluírem do futebol, sugere meu nome pra te substituir! Mas não sugere com o dedo em riste!
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