Chego em casa do trabalho, ligo o notebook e acesso as páginas de costume - não posso mais fazer isso no trabalho e... OPA. EU NUNCA FIZ ISSO NO TRABALHO, OK? NUNCA! Meia hora depois de ter ligado o notebook, viro para a janela e olho para a rua, que está iluminada por uma luz AMARELA.
Nada tenho a comentar sobre isso, só achei estranho pra caramba, só isso.
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Cá relato o drama do Zé, que morava em uma pequena cidade do Sul do Rio Grande do Sul. O Zé, desde os tempos de criança, sempre teve apelidos. Zé Disso, Zé Daquilo, Zé Merda, etc.. O nome dele sequer era José, nada tinha a ver com José, muito antes pelo contrário. A razão do "Zé" era o fato de o dono de tal apelido gostar tanto de um tio, irmão de seu pai, que, aí, sim, se chamava José, e era conhecido na família por Zé - afinal de contas, qual José não é conhecido por Zé? Seria mais fácil batizar a criança de Zé. Assim a mãe não ficaria triste quando os outros começassem a chamar seu filho pelo apelido.
(Ok. Não sou Saramago, então vou fazer outro parágrafo:) O Tio Zé era a paixão do Zé quando ele começou a soltar suas primeiras palavras, então quando alguém perguntava ao Zé qual era o nome dele, ele prontamente respondia "Zé", pois seu sonho era ser igual ao tio homenageado.
(O céu continua amarelo.)
Para a tristeza do Zé, o tio acabou preso por um crime que o Zé não quis me dizer qual foi. Era o aniversário de quinze anos do Zé (o sobrinho) quando a família ficou sabendo do ocorrido. Aquilo foi o maior desgosto da vida do Zé.
Na vida adulta, o Zé comprou uma casa muito bonita que tinha um jardim na entrada. No jardim, uma frondosa (puta merda, que espetáculo, tô escrevendo difícil!!) figueira dava as boas-vindas. Foi instantâneo: o Zé, que já não gostava de ser chamado assim, ficou conhecido na cidade como Zé da Figueira.
Definitivamente o Zé ficou fulo da vida quando viu que todos na cidade o chamavam assim. Resolveu cortar a figueira. Quando anunciou a decisão no café do Chico do Café, foi vaiado acintosamente (nem sei se escrevi isso direito) pelo Tico do Correio, o Maninho do Xerox e pelo Matias (o Matias não era de lugar ou coisa alguma. Era só o Matias).
Não adiantou. O Zé só pensava em exterminar aquela maldita figueira. E assim o fez, com o serrote que comprou na loja do Toninho dos Serrotes. Da linda figueira, ficou apenas o toco do tronco.
O que bastou para que o Zé ficasse conhecido na cidade como Zé do Toco.
Semanas depois, o Zé, então do Toco, resolveu arrancar o toco. Deixou apenas um buraco no jardim.
No dia seguinte, foi chamado pelo Toninho das Carnes de Zé do Buraco, lá no bar do Wilson da Cerveja.
Antes que o novo apelido pegasse, o Zé foi correndo para casa, com o intuito de tapar o buraco. Comprou areia na loja do Banha (que era gordo; gordo ou é "Gordo Isso", "Gordo Aquilo", ou é "Banha", então não precisa ser d'algo) e tapou o buraco.
Não adiantou. Foi batizado como Zé do Buraco Tapado.
E o céu, amarelo.
7 comentários:
nem sempre devemos tentar tratar de consertar o inevitável.. pobre Zé hehehe
Realmente. Inexorável. :)
Fiquei mais intrigado com o céu amarelo...
... o que não quer dizer que a história não seja muito boa.
E tu não leu o final que eu dei pra história no livro!
quem?
tu! hehehe... Eu escrevi esse post e já resolvi colocá-lo no "livro". No "livro" eu inventei um final muito maluco, pqp, eu não sei de onde eu tiro tanta merda...
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