sexta-feira, 18 de julho de 2008

Uma da Tarde

Escutava.
Não queria escutar, mas escutava.
Cheirava o barulho da obra ao lado
degustava a cor da parede que era construída com rapidez
em frente à sua janela.
Dizia, pensando, que um dia matar-se-ia (nota do autor: RÁ!)
por causa do som daquela maldita serra.
Os metais paravam seu cérebro,
não o deixavam enxergar seus pensamentos mais obscuros,
poluíam sua mente devastada pela rotina,
abafavam sua saliva,
empestavam os ouvidos,
circuncisavam a garganta,
aparavam a visão,
atrapalhavam todos os sentidos.

Maldita serra.
Maldito barulho.
Bateção maldita.

Maldita era a andança do progresso.

6 comentários:

Unknown disse...

Estão fazendo obra perto da tua casa? hehehehee

Regina disse...

Poetando?

A vida é assim. Mas fica a dica de ouvir Juvernar, do Karnak.

Beijo

Unknown disse...

Cara, arrumei uma encrenca pra ti lá no meu blog. Dá uma olhada.

Abraço.

vinícius disse...

melhor post do OCDVNEB de TODOS os tempos.

sem brincadeira nenhuma.

Leandro Fonseca disse...

OCDVNEB??

vinícius disse...

porra, faço um elogio caralhesco e o cara se preocupa com isso.

O Cachorro Da Vizinha Não É Biodegradável, oras.


"O que é de interesse coletivo de todos nem sempre interessa a ninguém individualmente." (Autor desconhecido. Ou não.)