segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Da série "Coisas que eu gostaria de ter escrito"...

Infelizmente, desconheço a autoria. Recebi por email.

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Verão é sinônimo de pouca roupa e muito chifre, pouca cintura e muita gordura, pouco trabalho e muita micose.

Verão é picolé de q-suco no palito reciclado, é milho cozido na água da torneira, é coco verde aberto pra comer a gosminha branca.

Verão é prisão de ventre de uma semana e pé inchado que não entra no tênis. Mas o principal ponto do verão é... a praia!

Ah, como é bela a praia...

Na praia, os cachorros fazem cocô e as crianças pegam pra fazer coleção. Os casais jogam frescobol e acertam a bolinha na cabeça das véias. Os jovens de jet-ski atropelam os surfistas, que, por sua vez, miram a prancha pra abrir a cabeça dos banhistas.

Na praia, o melhor programa é chegar bem cedo, antes mesmo do sorveteiro, quando o Sol ainda está fraco e as famílias estão chegando. Muito bonito ver aquelas pessoas carregando vinte cadeiras, três geladeiras de isopor, cinco guarda-sóis, raquete, frango, farofa, toalha, bola, balde, chapéu e prancha, acreditando que estão de férias. E, em menos de uma hora, todos já estão instalados, besuntados e prontos pra enterrar a avó na areia. E as crianças? Ah, que gracinhas! Os bebês chorando de desidratação, as crianças pequenas se socando por uma conchinha do mar, os adolescentes ouvindo walkman enquanto dormem...

Na praia, as mulheres também têm muita diversão, como buscar o filho afogado e caminhar vinte quilômetros pra encontrar o outro pé do chinelo. Já os homens ficam com as tarefas mais chatas, como perfurar o poço pra fincar o cabo do guarda-sol. É mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer o guarda-sol ficar em pé...

Mas tudo isso não conta, diante da alegria, da felicidade, da maravilha que é entrar no mar!

O mar! Aquela água cristalina, que deixa ver os cardumes de latinha de cerveja no fundo. Ah! Aquela sensação de boiar na salmoura como um pepino em conserva... Depois de um belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita cheia de areia, vem aquela vontade de fritar na chapa. A gente abre a esteira velha, com o cheiro de velório de bode, bota o chapéu, os óculos escuros e puxa um ronco bacaninha.

Isso é paz, isso é amor, isso é o absurdo do calor!

Mas, claro, tudo tem seu lado bom.

À noite... o Sol vai embora, todo mundo volta pra casa tostado, vermelho como mortadela, toma banho e deixa o sabonete cheio de areia para o próximo. O shampoo acaba e a gente acaba lavando a cabeça com qualquer coisa, desde creme de barbear até desinfetante de privada. As toalhas, com aquele cheirinho de mofo que só a casa da praia oferece. Aí, uma bela macarronada pra entupir o bucho e uma dormidinha na rede pra adquirir um bom torcicolo e ralar as costas queimadas.

À noite, mais tarde... uma boa rodada de tranca e mais uma briga em família. Todo mundo vai dormir bêbado e emburrado, babando na fronha e torcendo pra que, na
manhã seguinte, faça aquele Sol e todo mundo possa se encontrar no mesmo inferno tropical...

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"O que é de interesse coletivo de todos nem sempre interessa a ninguém individualmente." (Autor desconhecido. Ou não.)