Jorginho era um aproveitador.
Seus amigos o chamaram para um churrasco. Cada um levava sua carne. Ele levou galinha. Chegando lá, picanha, maminha, alcatra, lingüicinha e costela trazidas pelos amigos douravam lindamente sobre brasa ardente. Jorginho, sem titubear, colocou aquele magro saquinho de supermercado com duas galináceas coxinhas em cima do balcão e perguntou pro Zé "Zé, isso aqui dá?". O Zé nem falou nada, ficou quieto, pra não acabar com a amizade, e espetou aquela pobreza num mini-espeto que estava jogado ao lado da churrasqueira, bem no cantinho, porque ninguém iria usar. Jorginho sentou à mesa e de lá não saía. O pagode rolando, o pessoal dançando e Jorginho enchendo seu copo de cerveja com o que tinha no copo dos outros. "Ué, como eu bebi essa cerveja rápido...", os outros diziam. Jorginho só concordava e bebia. Reclamou da picanha, da maminha, da alcatra, da lingüicinha e da costela que estavam mal passadas. Quando a comida acabou, levantou sua aproveitadora bunda da cadeira, deu um "tchau geral, galera", não pagou a cerveja da qual também reclamou e foi pra casa.
3 comentários:
Muito bom esse conto, pior que é verdadeiro, tem muita, mas muita gente assim; num encontro nosso apareceu um cara assim, heheh...
acho que conheço o jorginho ahuahuahu
Sempre há um ou mais jorginhos na vida de cada um de nós!
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