Deu outra coçada no saco antes de comer o último pedaço de pão. Pegou o frasco de catchup da geladeira e cobriu o pão com o catchup. Lambeu o resto de catchup dos dedos da mão que coçou o saco. Marisa não ligava. "Porra, o que tá fazendo essa mulher, que não liga??" Dez minutos depois, a água do chimarrão acaba, e o telefone finalmente toca. Parecia que ela tinha esperado que ele terminasse o chimarrão. Ele sai correndo em direção ao telefone. Deixa cair a cuia e a erva molhada gruda no carpete da sala. "Foda-se!", pensou.

- Marisa?
- Não, aqui é a mãe dela.
- Mãe dela...? Pois não, senhora? Aconteceu alguma coisa com a Marisa?
- Tô te ligando pra te dizer: fica longe da minha filha.
- Não tô entendendo.
- Tu é aquele cara que tava outro dia aqui em casa, né? Aquele com a jaqueta de couro que fedia a churrasco!
- Sou eu, mas aquele fedor é de FONDUE! Fondue, minha senhora! Não é de churrasco!
- Tu é porco, tu é relaxado, rapaz! Aposto que tu deve tá comendo alguma coisa nojenta agora!
- Não tô nada! - e o catchup melava o fone.
- Tu não tem vergonha, hein? Vem cá, tu toma banho?
- Tomo, sim!
- E toma banho e depois coloca essa jaqueta fedorenta dos teus churrascos pra sair com a minha filha!
- É CHEIRO DE FONDUE, VELHA!