Hoje eu peguei um modelo de ofício para ser mandado pra Justiça do Trabalho e o final da redação do dito, antes da assinatura de quem vai mandá-lo, era a seguinte:
"Sendo o que tinha para o momento, e aproveitando o ensejo para renovar votos de elevada estima e consideração, subscrevo-me atenciosamente. "
Pô, que exagero! Eu acho isso uma baita poluição visual na correspondência. Tudo bem, puxa legal o saco do juiz (esses seres adoram ter seus meritíssimos sacos devidamente puxados), mas pra que tanta coisa?
Aliás, se é pra puxar o saco, ficaria melhor terminar o ofício assim:
"Valeu aí, dos meu,"
ou
"Um beijão,"
ou, quem sabe
"Afudê pra caralho trabalhar com o apoio de vocês, cara,"
de repente, até um
"Passa lá em casa depois, vamo tomá uma cerva,"...
Ou, então, se é pro cara se ligar, e não pra puxar o saco dele, poder-se-ia (puta que pariu! Mesóclise a essa altura do campeonato??) mandar frases de efeito como
"Me devolve meus trinta pila, tchê!"
ou
"Bah, tu viu o baita rabo da guria do xerox??"
ou, sei lá, seria legal colocar algo informativo como
"Tamo ferrado no gre-Nal de domingo, cara! O Inter tá uma merda!"
...
6 comentários:
da mesma linha da guria do xeror:
"Baixei o pornô da Leila Lopes. Que tesão aquela vagabunda esfregando a cara num caralho!"
mas eu gostaria de alertar também que a do "Passa lá em casa depois, vamo tomá uma cerva" se tornou arriscada demais na atual conjuntura.
Isso é o lado podre do direito, essa coisa de ter que interpretar o tempo todo: ter que escrever mais difícil do que escreveria, ter que andar mais arrumado do que andaria, ter que parecer mais puxa-saco do que seria. Foda... mercadinho tão deturpado quanto o da publicidade.
Mas legal teu texto. Adorei a idéia de finalizar falando do Grenal. Pelo menos o cara ia gostar de ler e seria mais sincero! hehehe
Bj, guri!
Já q a July falou tudo q eu queria sobre o direito... É impressão minha ou tu sempre faz uma piadinha quando usa mesóclise?
D'oh! Fui pego! Vou ter que tirar todas as piadinhas sobre mesóclise do meu livro!
Então... tava lembrando da fantástica Ana Mae - lá do Doutorado da Escola de Comunicação e Artes da USP - contando de uma orientanda dela que tinha uma pesquisa interessante e um bom texto. Todas as coisas acertadas, quando do depósito da tese, a querida Ana foi dar uma olhadinha no resultado final e descobriu que a lorpa desgraçada tinha trocado tudo que parecia ligeiramente coloquial pelo sinônimo mais inutilizado encontrado no Aurelião.
Diz a Ana que foi de cortar os pulsos... Falando nisso, tem minha linda dissertação. É sobre design e eu não falo, e não escrevo, nem em direitês e nem em academiquês.
Quer dar uma lidinha?
Beijo,
Rê (missing yah!)
o diogo certamente faz leitura dinâmica no blog. ele fecha os olhos e lê tudo por cima...
bom. na verdade ele nem fecha os olhos.
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