sábado, 24 de abril de 2010

Olhar Pegajoso

Como alguém consegue ser pegajoso com os olhos? Isso é incrível, mas acontece. Aquele olhar nojento parece vir rastejando, junto com o sorrisinho amarelo imbecil, e meio que se gruda na gente. Acabamos desviando o olhar para outros lados, mas o olhar pegajoso não te deixa em paz. Ele é chato.

Geralmente gente assim vem equipada de fábrica com um bafo insuportável. Eu não sei o porquê, mas quem tem olhar pegajoso tem bafo também.

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Meu apê tá fedendo a cigarro. Minhas roupas estão "tomando um ar" (tá chovendo lá fora e as janelas estão fechadas) na sala e estão empesteando o apê inteiro. Tudo isso por causa da balada de ontem.

Não dá, não consigo gostar de ficar enfurnado em um cubículo cheio de fumantes, no qual fica rolando aquela "música" eletrônica a noite inteira. Sim, "música", com aspas, pois aquilo é só um ritmo, não é uma música. Eu classifico como música algo feito por seres humanos: deve ter pelo menos uma pessoa cantando e/ou tocando algum instrumento. Essas coisas que invadiram meus ouvidos ontem simplesmente marcam um ritmo (TUM!, TUM!, TUM!, TUM!, TUM!) e, acompanhando esse ritmo, trazem uns barulhinhos estranhos, que podem ser algo como um zangão, aquele barulho de fax conectando ou aqueles triciclos laranjas com rodões pretos de plástico, iguais ao que eu tinha quando era criança.

Aquele triciclo derretia o cérebro do meu pai. Um amigo dele me deu de presente de aniversário. O treco tinha uma catraca (ou algo que o valha) e fazia um TRECTRECTRECTRECTREC (hoje eu tô AFIADO na onomatopeia, né??? Não vou fechar o parêntese para inserir isto: estamos com problemas de onomatopeia lá no trabalho. Porque sempre, pra qualquer coisa, a onomatopeia usada por lá é "PRRRRR" - putz, não sei escrever isso. É o famoso "barulho de pum". Pra qualquer, qualquer coisa. "Então eu peguei o processo e PRRRRR!, coloquei em cima da pilha e a pilha, PRRRRRRR, caiu". Ou "puta que pariu, eu não lembrava do nome daquela guria! Chamei ela de Bruna mesmo e PRRRRRRR!, não era." Tá. Chega.) maldito. Certo dia eu voltei da escolinha e, estranhamente, o triciclo parou de fazer barulho. Fui perguntar para papai o que poderia ter acontecido e ele, com cara de triste, disse "puxa, filho, que pena. Deve ter estragado"... Claro que ELE "estragou" aquela catraca desgraçada.

Como vingança, no aniversário do filho do amigo, meu pai deu um CAMINHÃO PIPA de presente para o menino. A família morava em um pequeno apartamento com carpetes em quase todas as peças. Lindo.

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"O que é de interesse coletivo de todos nem sempre interessa a ninguém individualmente." (Autor desconhecido. Ou não.)