terça-feira, 18 de setembro de 2007

Diário do Cocô

(Uma homenagem à escatologia.)

Certa vez eu estava em uma excursão do colégio para São Paulo. Fiquei armando AQUELA bomba dentro do intestino, mas não a detonava pois estava com vergonha. O povo ainda estava todo acordado e certamente a detonação traria um fedor sem igual para o ônibus. Preferi aguardar a madrugada para fazer o special delivery no paupérrimo vaso sanitário do veículo.

Vamos falar sério: esses banheiros de ônibus/avião são ridículos. Aquele gelzinho que sai quando se dá a descarga é pífio, e nenhum cagalhão que se preze vai no papo dele. Infelizmente, eu não havia pensado nisso quando resolvi depositar o fruto da minha comilança naquele banheiro.

O pessoal dormiu e eu vi: "a hora é essa". Fui até o banheiro e fiz o serviço. Na hora do gelzinho, o cocô ficou lá, impávido, olhando pra mim como se estivesse rindo da minha cara. "Não vai dar, Doutor. Só com esse gelzinho, eu não vou!"

Tentei por diversas vezes atirar mais gelzinho na merda, mas sem efeito. Aliás, o cocô parecia gostar daquilo. Fiquei pensando no pessoal, que logo depois iria acordar e, ao tentar usar o sanitário, veria aquele filho bastardo de alguém pairando sobre a privada. "Não, isso não vai acontecer", pensei, e, no maior esforço em prol da coletividade, enrolei papel higiênico nas minhas mãos e parti o fedorento infeliz no meio, atirando cada metade para seu destino final.

Depois de ter salvado o dia - e lavar as mãos, claro - fui dormir, com a sensação de dever cumprido.

2 comentários:

vinícius disse...

a partir de hoje, vou sempre te cumprimentar com dois beijinhos. NUNCA MAIS aperto a tua mão.

Denise disse...

a partir de hoje, vou sempre te cumprimentar com dois beijinhos. NUNCA MAIS aperto a tua mão.(2)


"O que é de interesse coletivo de todos nem sempre interessa a ninguém individualmente." (Autor desconhecido. Ou não.)