Saiu do colégio pensando em uma barra de chocolate.
Dobrou a esquina salivando por chocolate.
Pegou o ônibus, sentou e pôs-se a pensar em todos os chocolates que porventura ainda não havia comido.
Antes de sentar-se, o cobrador perguntou "você tem dois reais?" e ele respondeu "não tem problema, pode ser chocolate branco mesmo...".
Desceu do ônibus desejando que suas mãos fossem de chocolate.
Pensou que nem precisava ser uma mão cheia; só o mindinho de chocolate já dava pro gasto.
Entrou em casa e chamou pela mãe: "chocol...MÃÃÃE!".
Dirigiu-se à cozinha lembrando daquele ovo de chocolate que sua avó comprou na Páscoa de 1985, aquela que foi eleita por ele "a melhor páscoa de todas", porque tinha muito, muito chocolate.
Abriu todas as gavetas da despensa. Nada de chocolate. Abriu as gavetas de todos os armários da cozinha. Nada.
Abriu a porta da geladeira. Na terceira prateleira estava um pires com um tablete de uma substância branca.
"CHOCOLATE BRANCO!!", gritou.
Mordeu a barra branca.
Era banha de porco.
Um comentário:
Minha sogra raspou o chão da cozinha, bem nos rejuntes, onde tinha ficado o restino do cocô do gato de estimação dela. Para isso usou uma faca, e quando terminou o serviço deixou-a em cima do balcão da pia, dentro de um prato.
Meu sogro chegou uns instantes depois, olhou para o prato e a faca suja com aquelas raspinhas marrons: "Filhos da puta, comeram RAPADURA e não deixaram nem um pouquinho!!!" e, sem pensar (nem cheirar), ENCHEU a boca com as raspinhas...
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